Nas fotos de Marcos Yamin: O Orson no vento fraco logo depois da Moela e a largada na Ponte dos Práticos
1ª Regata Santos Ilhabela O tempo ajudou a fazer da 1ª regata Santos Ilhabela, que não era realizada a mais de 25 anos, um grande sucesso. Parece que nossa torcida deu certo; o sol forte, temperaturas amenas e um vento fraco, mas sempre presente, fez com que as, para nós, pouco mais de 13 horas de mar, fossem um passeio muito agradavel.
Um pouco depois da hora marcada, com um ventinho de Sul de uns 8 nós, em frente a Ponte dos Práticos, na saída do canal do porto de Santos, foi dada a largada. Muitos barcos (cerca de 24 inscritos), a exigüidade do espaço para manobra e uma correnteza de enchente, fez da largada, uma manobra bem desafiadora. Estavam lá, além de muitos barcos de cuzeiro, de vários tamanhos, na classe bico de proa, vários catamarãs (1 supercat 17 e 4Nacras); um Jeaneau 45 do Corpo de bombeiros; varios Deltas 32, notadamente, o Fantasma, o Asbar e o BL3; os dois primeiros na ORC club e o ultimo, tripulado pelos instrutores da Escola de Vela da Prefeitura de Ilhabela, na RGS e o Thalassa, com o André Homem de Melo velejando em dupla; Já o Sarue, um SK21 foi velejado em solitário por seu propritario; Por fim o Sony (Farr 42), competindo contra nós, na ORC Internacional. Corria também o famoso Atrevida, uma impecavelmente restaurada escuna Herrshoff de 95 pés, com os Prefeitos das duas cidades a bordo.
Logo antes da largada junto a ponte, bem na nossa frente, houve um choque entre o Sony e o Oceano, que não chegou a nos prejudicar, permitindo que largássemos bem, logo a barla do Sony, nosso único competidor (os outros barcos da ORC Internacional estavam em Ubatuba ou não correram no fim de semana). A 2/3 do canal cambamos para a ponta da praia, antes que o Sony , mais rápido e orçando mais, nos cobrisse. Fomos até o limite do canal e cambamos de novo, agora já com proa para fora da barra. Uma rondadinha tinha favorecido o lado do Guarujá e dois deltas cruzaram na nossa frente. Seguimos até a bóia de marcação do canal e cambamos em direção ao Clube de Pesca, atrás do Sony que já abria uma boa vantagem.
O Sulzinho apertou para uns 10 nós e seguimos em direção a Moela, em orça folgada, junto com vários catamarãs (3 Nacras e o supercat 17, o Betão no outro Nacra já ia mais a frente atrás do Sony), torcendo para chegar lá antes da virada para SE prevista pela metereologia. Chegamos na Moela, arribamos para o novo rumo e o sul persistia; dessa forma resolvemos subir o balão. Na subida do balão o vento caiu ainda mais, fazendo com que parássemos e o BL3 que continuava orçando de genoa nos ultrapassasse. Voltamos a subir a genoa e continuamos em orça folgada, indo para fora, enquanto o Sony e os Catamarãs arribavam para o lado do Guarujá.
Ao meio dia o vento virou como previsto para SE, mas caiu mais um pouco, continuamos orçando para fora tentando com dificuldade manter algum aparente. Na altura do fim do Guarujá, o SE voltou com uns 8 nós, permitindo um rumo um pouco mais arribado (direção de Alcatrases). O Sony e os catamarãs, estes de assimétricos, arribaram para o lado da Bertioga, enquanto nós e o BL3, ficávamos fora, contando com a entrada do Leste, mais forte, que estava prevista pela metereologia para umas 15 horas e que nos levaria aí para a terra.
Os outros deltas, atrás de nós, cambaram para a terra. O Atrevida que já tivera muita dificuldade para sair do canal com o vento tão fraco, com essa parada ligou o vento de porão e seguiu direto para a Ilhabela pelo bordo de terra e com a linda silhueta delineada no horizonte foi ultrapassando aos poucos toda a flotilha.
O Leste entrou umas 14:00, trazendo a nossa proa para a direção da Sela.
Oba! Acho que acertamos. Os outros estão todos lá na terra e vão ter que cambar logo para o bordo desfavorável. Só o BL 3 está do lado de fora, mas agora bem atrás, pois com mais vento nós abrimos bastante. Junto com o vento, fomos brindados por um cardume de golfinhos que veio brincar a volta do barco.
O vento porém, umas 16 00, apertou um pouco e voltou novamente para o SE. Nós, vendo que a rondada era persistente, as 16 30 cambamos para a terra, pois a próxima virada certamente deveria ser para NE ou mesmo NW, se ao anoitecer, o terral prevalessesse. Inicialmente o rumo era o da Sela, mas foi caindo a medida que o vento, com uns 10 nós, voltava a rondar para o Leste. Estávamos rumando um pouco acima do Montão de Trigo, já a umas poucas milhas, quando vimos as velas do Sony e de um catamarã , subindo da praia e passando em frente a Ilha. Logo, o vento em que eles estavam, chegou para nós. Era uma rondada para NE e nossa proa caiu para baixo da ilha e decidimos cambar para o mar e ganhar altura para passar por fora do Montão.
As 18 00 a noite caiu e tínhamos passado o Montão e rumávamos de novo para terra, em direção as luzes de Boiçucanga. Com o cair da noite, em frente a Boiçucanga, estabeleceu-se uma faixa de Terral, bem junto a terra com a direção de NW. Já um pouco mais para fora predominava o NE. Começamos a encontrar ondas de proa que faziam o barco bater e parar, a qualquer exitação do timoneiro. Tentamos nos aproximar ao máximo de terra e bordejar no Terral, que variava de 8 a 11 nós, de vez em quando errávamos e o vento caia voltando para NE e a proa piorava e parávamos batendo na onda, logo porem cambávamos e voltávamos para a terra. Passamos Maresias e fomos assim até perto do Toque Toque ,onde o Terral morreu
Precisávamos agora ir para fora e passar a barreira da ilha e lá estaria o NE do canal, que deveria estar bem mais forte. Levamos porem mais de uma hora para chegar no vento, enquanto víamos, na luz do luar, os barcos de trás, de quem tínhamos aberto no terral, agora mais por fora e no vento, se aproximarem.
Enfim alcançamos o Nordeste do canal e começamos a andar. Agora é achatar as vela e fazer escora e por o Orson para andar. O NE do canal entrou forte, começou com uns 15 nós e subiu para 18 com rajadas de 20 e tivemos uma boa hora de uma orça maravilhosa, a toda potencia, fazendo 7 nós e meio, em mar relativamente liso, banhado pela luz da lua crescente. Cruzamos as 12:06 depois de pouco mais de 13 horas de regata. O Sony, que encontrou menos dificuldade para alcançar o vento do canal tinha cruzado varias horas antes (9:45) ganhado a fita azul e a classe. Atras dele cruzaram os catamarãs e nós. Por fim cruzaram os Delta 32, Asbar (orc club),BL3 (RGS) e Fantasma (orc club) as 01:04,01:15 e 02:57 respectivamente. Como o horario para termino da regata era 04:00, os outros barcos não cruzaram, inclusive o Sarue,que em solitario, cruzou pouco depois da 4:00. Que pena!
No dia seguinte as 13 00 comparecemos a entrega de prêmios e ao festival do camarão na praça principal da vila. Com a presença do Prefeito de Santos, da Ilhabela e de São Sebastião foi feita a premiação. A vitória na ORC internacional e a fita azul coube ao Sony, que recebeu alem do premio da classe, o troféu transitório, – um quadro com o Yacht Atrevida – que o Comandante, o Pará, homenageando o clube que o apóia, deixará exposto no YCI. As duas Prefeituras prometem uma segunda regata, agora Ilhabela - Santos, em janeiro de 2010, comemorando o aniversario da cidade de Santos, já que essa foi em comemoração ao aniversario de Ilhabela, cujas comemorações vão de 29 de agosto a 3 de setembro. Na foto: Pará do Sony, recebendo o trofeu transitorio
Embaixo o filme da largada da regata.
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