quarta-feira, 15 de abril de 2009

Atitude de Velejador


Fotos da Middle Sea Race por Carlo Borlenghi

Acabamos por não ir a nem a Semana de Vela de Angra dos Reis nem a Búzios Sailing Week. As velas ficaram muito ruins com a pauleira lá no sul e a falta de patrocínio tem dificultado as viagens. Corremos a 1a Etapa da Copa Mitsubishi Campeonato de Ilhabela de vela de Oceano. Velejamos relativamente mal, a execeção da ultima regata, que só para mostrar que, quando a gente não atrapalha, o barco anda, ficamos em segundo lugar a 11 segundos do Touche, ganhador absoluto da Etapa. Terminamos em quarto lugar atrás do Touche, Loyal e Land Rover. Como eu não me animei de escrever o relato dessa regata, estou publicando este texto sobre a natureza do ato de velejar e o efeito que ele tem sobre nós velejadores.
As fotos mostram bem as circunstâncias incontroláveis da velejada. Quase no mesmo lugar, ao norte da Sicilia, na Middle Sea Race de 2007 temos total calmaria e na de 2008, vento e mar durissimo. Esses dois extremos põe a prova a capacidade de adaptação e de "entrega" dos velejadores.

Atitude de velejador:

Tecnicamente, velejar é propiciar o deslocamento de duas asas, em equilíbrio dinâmico, na fronteira agitada de dois fluidos de densidade diferente e com fluxo variável e incerto. Sendo a regulagem dessas asas, para se adaptar ao fluxo, feita através da aplicação da força humana.

È surpreendente, porém, como esse conceito frio que define o esporte da vela, do ponto de vista da física, está longe da nossa experiência de velejar. Os tais fluidos são forças da natureza com profundo significado, tanto prático quanto simbólico, na nossa existência - a água e o ar. Dois terços do planeta é água e ela não é o nosso elemento (nela nos afogamos), pois somos seres da terra firme. O ar está por toda parte, inclusive em nossos pulmões. O mar, em principio, nos separa, mas, através de um enorme esforço adaptativo, nossa espécie desenvolveu formas de fazer com que esse elemento, que não é o nosso, nos una, através da navegação. O mar é a nossa primeira experiência assustadora de suspensão de limites (a outra, depois que conseguimos nos adaptar também ao ar, através do voo, é o ar e o espaço). Os seus movimentos, as ondas e os ventos, estão no nosso inconsciente coletivo, associados, tanto prazeirosa, quanto assustadoramente, aos episódios dessa grande aventura adaptativa da espécie humana. Tormentas, calmarias, travessias, avistamentos de terra são parte do nosso imaginário e das tradições náuticas de Camões a Amir Klink.

Além disso, do ponto de vista humano, o velejar vem muito antes pela experiência sensorial e pela imitação, do que pela ciência. Você começa por pegar um barquinho e, a partir de instruções simples, sentir como ele se comporta em diversas situações. Você associa sensações a ações corretivas. Você veleja com outros mais experientes e imita seus movimentos, compara resultados e associa novamente sensações a ações e resultados, em um continuo processo de realimentação. Só muito mais tarde, muitas vezes nunca, entram no processo os conceitos da mecânica dos fluidos, do equilíbrio dinâmico e do braço de alavanca.

Por outro lado, a tecnologia simples e direta usada para aplicar a força humana a regulagem das velas é muito cedo fonte de fascinação para o velejador, quase um fetichismo. Desde o primeiro barquinho a eficiência do funcionamento dos cabos, nós, manilhas, gatos, trilhos, roldanas, mordedores, dos sistemas multiplicadores de moitões, reduções, alavancas, catracas, engrenagens e seja lá o que mais, são sagrados para o velejador. As velas precisam ser trimadas com rapidez eficiência e de posições às vezes difíceis. As variações de lay out do equipamento de controle das velas denotam a personalidade do velejador e a diversidade da sua experiência. A tradição de auto-suficiência, herdadas desde tempos imemoriais, levam à simplicidade de soluções e ao culto a caixa de ferramentas. Aquele que na emergência não é capaz de solucionar, ele mesmo, os seus problemas é um velejador de segunda classe.

O efeito da experiência de velejar sobre o velejador é ímpar. Uma boa velejada limpa as teias de aranha, as aflições e as preocupações da vida diária. Nada como um pouco de água na cara e um bom lestinho, para um simples fim de semana parecer férias e para voltarmos para casa sem nem mesmo lembrar a agenda da 2ª feira. Por que será isso?

A velejada, apesar de em geral ter uma meta, seja uma regata, um treino, uma viagem ou mesmo um passeio até uma praia próxima, ela só ocupa parte da mente do velejador e apenas parte do tempo. Em regata existe mesmo uma função especifica, que concentra as preocupações com a meta, a do tático e a do navegador, no caso das travessias. Na maior parte do tempo, vela é processo. O processo de entrar em equilíbrio com as forças da natureza - o mar e o vento, de se adaptar a elas e de se manter adaptado as suas variações. A vela nos traz para o momento presente. Só o foco nele e nas variáveis que o compõe, com as quais temos que estar sempre em sintonia, permite que entremos nesse equilíbrio, que é a essência do velejar. A paciência, que muitas vezes surpreende os não iniciados, com a falta de vento ou com o tempo dos deslocamentos, muito mais longo do que o das possantes lanchas que sempre estão a cruzar o nosso caminho, é resultado desse foco no presente. O presente não tem duração. Nele está o verdadeiro prazer e não em algo que ainda ocorrerá, mas que no momento é só expectativa.

O velejador é um bicho esquisito! Muito diferente de outros tipos náuticos. A observação atenta do que está a sua volta e das suas sensações é fundamental. Apesar de todo o avanço técnico dos aparelhos eletrônicos, no monitoramento das variáveis que afetam o equilíbrio, o movimento e a localização do veleiro, a sensibilidade cinética do velejador é crítica para o seu desempenho. A capacidade de colher e processar as informações sensoriais de aceleração, equilíbrio do velame, inclinação do barco, movimento das ondas, tempo das manobras, são o que diferencia o velejador experiente dos outros, pois ele vem fazendo isso intuitivamente desde seu primeiro monotipo. O mesmo acontece com as observação das variáveis externas, como a forma das velas, as ondas, as rajadas de vento, a correnteza, a aparência da paisagem, quando se está próximo à costa ou mesmo dos fenômenos metereológicos. Isso faz do velejador experiente um observador profundo e analítico, tanto das suas sensações, quanto dos elementos do ambiente marítimo que o rodeiam. As suas ações não buscam o controle, que ele sabe impossível, mas o equilíbrio e a integração com esse meio ambiente.

Essa atitude influencia sobremaneira o seu comportamento quando ele esta no mar e muitas vezes se estende a sua vida em terra. Ela incentiva uma certa economia de palavras, a contemplação, os prazeres simples e diretos, a camaradagem e particularmente a aceitação de que não se está no controle, a confiança na sua capacidade de se adaptar e de preparar o seu equipamento para as eventualidades, a resignação aos tempos da natureza e por fim a entrega. A entrega a aquela parte da natureza e de todos nós que abriga a divindade.

No fundo velejar é uma forma de meditação e de oração. É o foco no momento presente que leva a integração. È um dar graças constante pelo mundo aquático maravilhoso que nos rodeia e pela vida que nos permite gozar as sensações que ele nos proporciona.
È por isso que dizem que Deus não cobra os anos que passamos velejando.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Circuito Oceanico da Ilha de Santa Catarina 2009

O campeão e vice do Circuito de Floripa

Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009

: : Floripa: um campeonato maravilhoso.

Hoje foi o último dia da competição aqui em Floripa, meio decepcionante para nós pois continuamos a andar mal com vento fraco. A nossa C2 está completamente deformada, pois velejamos com ela por muitas horas com ventos bem acima do seu limite técnico. Agora ela não esta mais puxando. Tentamos velejar a 2º regata com a C1, foi melhor mas não era a vela adequada.Vamos as regatas.Dia lindo e por volta das 13h30 firmou um leste de uns 10 nós e a comissão começou os procedimentos de largada. Largamos bem mas junto ao Negra que logo nos passou e começou a jogar vento sujo.Cambamos para a direita e cruzamos um pouco a frente do Shangai Baby, mas este estava andando mais, orçando mais e logo começou a nos levar, cruzando a nossa frente. O mesmo aconteceu com dois dos 40.7 da Escola Naval. O barco decididamente não estava orçando. Na subida de balão este enroscou em alguma coisa e fez um rasgo. Continuamos com ele e conseguimos recuperar um pouco mantendo nossa posição na flotilha, passando o Shangai na montagem de bóia mas ainda ficando atrás do Dom Chico, muito menor.O Shangai novamente nos levou no contravento e ultrapassou um dos 40.7. Nessa altura, os barcos grandes da orc club começaram a nos ultrapassar. O vento tinha caido para uns 8 nós e não estavamos conseguindo potência da genoa.No popa, nós mantivemos as posições ficando atrás do Shangai. Acho que não alcançamos ninguém. Os 40.7 conseguiram se distanciar o suficiente. Fechamos a raia.Na segunda regata, resolvemos tentar a C1 e usar o balão azul. Fomos melhor. Saímos bem, mas os 40.7 conseguiram aos poucos, nos ultrapassar e se distanciar. Seguramos o Shangai pois com a C1, estávamos andando melhor no contravento e perdendo um pouco no popa. Apesar de nos parecer melhor, ganhamos apenas uma posição vencendo o Shangai e ficando em 8º.Decididamente se quisermos ir bem na Semana de Vela e no Sulamericano, temos que comprar novas velas e aprender muito sobre andar com vento fraco.Um final decepcionante para um campeonato maravilhoso, com dias lindos e muita adrenalina na regata de longo percurso. Só nos resta esperar pelas póximas regatas.
abraços kalu

Circuito Oceanico da Ilha de Santa Catarina 2009














lutando com o vento fraco
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Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009

: : Hoje o vento acabou.

Hoje o vento acabou. Fomos para a raia com 10 nós de sul, mas a comissão resolveu esperar pelo leste que apareceu lá pelas 14:30. Depois de 2 horas de espera nos preparamos para a largada da primeira barla sota.Largamos bem junto a bóia com o Bijupira e o Dom Chico (um trip 33 da orc int 630), que largaram muito bem. Chegamos na bóia no meio dos 40.7 bastante bem, subimos o balão, o vento apertou e nós passamos o Dom Chico, o Bijupira e começamos a atropelar o Zeus logo a frente.Tiramos o balão e seguimos o Zeus no bordo de baixo. Estávamos chegando perto quando estourou o punho da mestra que tinha sido muito forçada na véspera e que nem nós, nem a velaria, notamos o desgaste. Não perdemos nem um segudo, mesmo frustrados eficientemente colocamos o rizo e continuamos a velejar, mas com vento de 12 nós o rizo nos deixava com muito pouca vela. Particularmente quando fizemos a bóia e colocamos o balão. O Zeus se distanciou e o Bijupira passou, mas conseguimos mesmo com o rizo segurar o Shangai e cruzamos na frente, ficando em 6º lugar.O Touche ganhou, o Zeus, que andou muito bem na segunda volta em 3º, o Absoluto ficou em 4º, o Bijupira em 5º e nós em 6º, quinze segundos atrás. Apesar do desastre da mestra, não foi um mau resultado, acabamos por perder só uma posição, apesar de nós estarmos ganhando sobre o Zeus quando a vela estourou.No intervalo das duas regatas foi uma verdadeira cirurgia. Como sempre, o Dedé tinha levado com ele o kit de costura que tínhamos descolado em Punta e tivemos que pedir um emprestado do Miragem (Edu Penido) e aí, foi uma dificil e delicada operação de costura da alça do pau de spinaker no punho estourado da mestra. Por uma vez não teve cerveja no intervalo das regatas.Não deu tempo! O cockpit parecia um centro cirúrgico e por fim no tiro de cinco a gambiarra estava pronta e pudemos içar a mestra até o tope.E lá fomos nos para a largada atrasados, mas bem posicionados junto a juria prontos para dar o bordo favorecido para esquerda. Deixamos passar os grandes e o Dourado e lá fomos nós atrás deles para a esquerda. Logo o Zeus e o Absoluto viram a rajada e foram para a esquerda também.Chegamos na bóia relativamente bem, mas a rajada junto a bóia rondava obrigando a um bordo extra. O Zeus, o Absoluto e o segundo barco da escola naval nos ultrapassou. Não estávamos conseguindo orçar.A nossa costura do punho da mestra tinha se rompido na primeira cassada, seguro apenas por uns cabinhos costurados e estávamos com muito cuidado para que não se rompessem. Chegamos na bóia, montamos enjaibados, descemos de balão relativamente bem e começamos a chegar nos 40.7 à frente. Tirando o balão fomos para o lado esquerdo favorecido e depois de alguns minutos cambamos em direção a uma rajada que se aproximava. O Manos Champ, antigo Sorsa, um Nelson Mareck 42 que agora corre na orc club, cambou por baixo de nós e começou a orçar.Nós não tínhamos chance, caímos na sua popa e fomos obrigados a dar o bordo para longe da rajada perdendo a marcação do Shangai que vinha chegando. O Shangai agora livre, foi para a nossa rajada e cruzou na nossa frente.Ainda para ajudar, o vento deu na cara e tivemos que dar mais um bordinho para a bóia. Com isso, os 40.7 concorrentes abriram e com eles o Shangai. Colocamos o balão e fomos atrás deles, mas já muito atrasados. Tiramos um pouco da diferença no popa mas insuficiente para pegar a concorrência.Ganhou o Touche, em 2º o Loyal, em 3º o Shangai (que estava tranquilamente atrás de nós até o Mano Champ se aproximar), os 40.7: Marlim, Absoluto, Bijupira, Zeus e Dourado em 4º, 5º, 6º, 7º e 8º, e para completar o Negra corrigiu 1 segundo na nossa frente ficando em 9º.Depois dessa, amanhã espero que tenha mais duas barla sotas para ter um descarte. O resto da adrenalina de ontem ainda mantem o moral, pois hoje foi barra! A pobre mestra já está de novo na velaria. Nós ainda temos muito o que aprender sobre regular e levar o nosso barco em vento fraco.
abraços, kalu.

Circuito Oceanico da Ilha de Santa Catarina 2009


Sexta-feira, 13 de Fevereiro de 2009

: : Baixou o espírito ventanero de Punta del Este aqui em Floripa.
Hoje Punta del Este atacou em Floripa. 32 nós de sul com um resto de correnteza de NE levantou um mar de fazer respeito. De saída o Touche desistiu da regata sabiamente poupando o mastro que estava com problemas na cruzeta. A Largada foi de popa com uns 20 e tantos nós de vento e um través folgado.Largamos bem na bóia rumando por cima da Ilha dos Franceses direto na direção da Ponta das Canas junto com o Negra e o Loyal que logo abriram. Estávamos muito bem, apenas começando a ser ultrapassados junto a Ponta pelo Zeus e pelo Absoluto da nossa classe, o Manos Champ, Catuana e Miragem os grandes da orc club, também nos passaram. Já não dava mais para rumar mais para o Matafome de balão, continuamos um pouco mais, tiramos o balão e começamos a orçar. O vento subiu para quase 30 nós e na proximidade do Mata fome o mar começou a subir.Por fora o Loyal rompeu o estai de popa e desistiu da regata. O Zeus, tentou fazer um peeling de genoa e enroscou quebrando uma tala e acabou por rasgar a genoa, ficando para trás.O mar estava horrível, demos alguns bordos com ondas enormes e vento de quase 30 para passar o Mata fome e por fim, orçamos em direção ao sul. O mar aumentou ainda mais e o vento estabilizou a mais de 32. Nós, mesmo com uma tripulação pesada, não estavamos conseguindo segurar o barco e colocamos um rizo na mestra. O barco ficou mais administrável e fomos em um bordo longo para a praia. Cada vez que chegávamos a praia dávamos um bordo para fora para pegar altura e insistíamos no bordo da praia. Passamos as Aranhas (a marca hoje é a Ilha do Xavier a umas 5 milhas mais ao sul) e seguimos em direção a praia do Moçambique.O Zeus veio atrás de nós, com a mestra até o tope e storm jib e com todo este vento estava andando bem. Já chegando no fim da praia, ele nos ultrapassou num duelo de bordos em um mar imenso. Nós ainda estávamos com muita vela na proa, a C2 era demais para aquele vento e a c4 insuficiente. (My kingdom for a C3!!!). 1/4 de milha atrás dele vinha o Dourado chegando. Na cruzada final para a Ilha do Xavier, o Absoluto, que estava um outro 1/4 de milha a frente, deu um bordo para a direita para pegar altura junto às pedras da Ponta e o Zeus seguiu em direção a ilha.Nós que estávamos atrás do Zeus, seguimos o Absoluto e fomos até um buraco junto às pedras, com um mar aterrador, demos um bordo para montar a ilha. Na medida em que chegávamos na ilha, o mar aumentava e o Dourado que chegava cada vez mais perto, deu o bordo logo na nossa frente junto a ilha e nenhum dos dois fez a ilha!Demos outro bordo e com ondas enormes abrimos um pouco para fazer a ilha logo atrás do Dourado. Poucos momentos depois, esquecemos do Dourado pois ao contornarmos a ilha e começarmos a arribar com o vento com rajadas de uns 35 nós, ondas imensas começaram a nos atingir. Nas duas primeiras paredes nós arribamos e demos surfadas de arrepiar, mas restava pouco espaco para arribar e na última maior que veio quebrando (estávamos a uns 100m das pedras), ela nos pegou de lado quase nos atravessando e inundando o cockpit.Conseguimos enfim arribar, sair dela e no espaco entre a próxima série e o timoneiro com muita habilidade nos tirou dali. Em popa, os barcos da frente com excessão do Negra lá na frente, e do Viva, ninguém colocou o balão. Nós otimizamos nossa mestra e genoa para negociar o mar grosso e surfar nas ondas, fazendo a média de 10 com surfadas de 12 e até 14.Bem atrás, o Marlin, Bijupirá e o Shangai Baby fizeram a ilha sem colocarem o balão. Na frente, o Absoluto e o Zeus colocaram o balão e começaram a abrir.Nós resolvemos jaibar para a terra e demos um perfeito jaibe, aproveitando uma surfada.Lá longe e atrás, os SK30 Cobra d'água, Katana e Kiron fizeram a ilha colocando os balões. Enquanto nós pensávamos se púnhamos o balão, o Katana quebrou o mastro numa atravessada, o Kiron entortou o seu, e o Cobra D'água resolveu tirá-lo.Nós, ainda tentados a pôr o balão próximos das Aranhas (marca da regata da véspera), resolvemos antes jaibar para fora seguindo os 40.7 da frente. Logo depois o balão do Zeus rasgou e eles o tiraram. O vento e o mar aumentou novamente e nós resolvemos continuar surfando de mestra a buja. Jaibamos para o Mata fome e lá fomos nós, para o abrigo da ilha depois de mais 4 horas de mar grosso (regata tinha 43 milhas). Atrás da ilha o mar estava liso, mas ainda com rajadas de 28 a 30 nós e agora de través. Pensamos outra vez no balão, mas desistimos.O Dourado era o primeiro barco a nossa frente e o Zeus já estava lá na outra ponta. O ângulo foi apertando na medida que contornávamos as pontas até uma orça folgada e nós reduzimos bem a distância para o Dourado, cruzando cerca de um minuto atrás depois de mais de 6 horas e meia de regata.O Negra, um lindo swan 45 uruguaio, ganhou com folga. Era a regata para ele. O gaúcho Absoluto, com o Boris Ostergreen de tático, deu uma impecável velejada de balão em um mar grossíssimo com ventos de mais de 30 nós, ficou em segundo.Nós não conseguimos alcançar o Zeus que ficou em terceiro, e assim levamos o 4º lugar.Hoje as velas foram para a velaria, pois rasgamos de novo a valuma da mestra. Nós, todos mortos, fomos comer um spaghetti a la Orson preparado pelo comandante, com muito vinho para espantar a paura. E quero ver se os meninos vão aguentar ir pra noite!Bom amanhã começam as barlasotas, o vento deve baixar um pouco e vamos ver o que acontece.
abraço, kalu.
jacaré com alta adrenalina depois de fazermos a ilha do XavierPosted by Picasa

Circuito oceanico da ilha de Santa Catarina 2009













a caminho do Mata Fome e em cima a ultrapassagem do shangai baby




Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009

: : Orson - primeira regata de percurso médio
Ontem, 11/02, tivemos a primeira regata de percurso com vento NE de 12 nós, com céu meio encoberto.O percurso era um zigue-zague de bóias em fente ao Jurerê e a Ilha dos Franceses, uma bóia junto a Praia Canasvieiras, depois seguia-se junto a costa até a Ilha do Mata Fome na ponta norte da ilha de Santa Catarina e pelo lado leste da Ilha, até a Ilha das Aranhas voltando até o local da partida. Um percurso em torno de 30 milhas.Largamos em contravento relativamente bem brigando com nosso irmão argentino Shangai Baby. Largamos na frente, mas na descida de balão junto à Ilha dos Franceses, eles nos alcançaram com um balão de tope e tivemos um primeiro duelo na bóia onde eles se atrapalharam para tirar o balão e nós voltamos a dianteira.Entre Canasvieiras e a Ponta das Canas colocamos novamente o balão bem orçado e fomos até o Mata Fome onde arribamos para as Aranhas. Os Beneteau 49.7 conseguiram abrir um pouco e nós continuamos a controlar os hermanos argentinos que tinham um spinaker maior de tope, mas mais dificil de levar no través. Nas Aranhas o Bijupirá se enrolou com o balão não conseguindo tirá-lo e passou direto.Nós e o Shangai Baby fizemos a ilha disputando palmo a palmo as rajadas e eles sairam na frente. Os dois barcos (nós e Shangai) foram atrás do Dourado, que era o 40.7 logo a frente. Voltamos no contravento buscando a rajada da praia. Na volta, a passagem da ponta da ilha era fundamental para o resultado pois havia várias rajadas com diferenças de vários graus de direção.Aí, nós conseguimos passar o Shangai e grudamos no Bijupirá. O Dourado ia um pouco mais a frente. Seguimos em contravento um pouco folgado até a Ponta das Canas onde conseguimos subir o balão e seguir no través em direção a Ilha dos Franceses e finalmente a chegada.Foi um duelo de tática e velocidade. Os dois (Shangai e Bijupirá) fizeram um duelo de orça que nos deu uma certa vantagem. Depois apertamos os dois contra as pedras da Ilha dos Franceses e aproveitamos as rajadas para arribar para a chegada.Ganhamos dos dois e perdemos para o Dourado por 20 segundos ficando em 8º lugar. (para ter barcos suficientes juntaram a classe orci 500 com a 600 criando a 630 deixando nesta só os barcos pequenos). Ganhou o Touche, com o Loyal em segundo, o Negra em terceiro, os 40.7 Zeus e Absoluto em 4º e 5º, o Marlin em 6º e o Dourado em 7º, a 20 segundos a nossa frente.Foi uma regata com vento médio onde todos velejaram o seu rating e com algumas pernas de orça folgada onde somos muito prejudicados em relação aos 40.7 pela genoa muito menor que quando folgada não puxa. Esse tipo de barco nessas condições, precisa de uma code 0.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Circuito Rolex Atlantico Sur 2009




Domingo, 25 de Janeiro 2009

: : Vuelta por cima na Gorriti


Na foto a chegada da volta a Gorriti. Maisaaaahhhhh!!!!!!!!



Hoje foi a regata final do Circuito de Punta, a tradicional volta à ilha Gorriti. Este percurso na verdade sai do canal da Gorriti em direção a uma bóia fora e daí para a Punta Balena, depois uma bóia junto a praia de Solanas e volta passando uma bóia fora da Punta Gorriti, chegando no canal da Gorriti pelo outro lado passando pela frente de toda a Praia Mansa. O céu está, pela primeira vez, semi encoberto e a previsão é de pouco vento de Norte e Nordeste antecedendo uma entrada de frente no fim do dia. Às 11 horas temos uma largada única para todas as classes de balão com 7 nós de norte. Largamos mais ou menos bem orçando de balão junto com nossos concorrentes Bigua e Don quixote. Com esse vento, eles estão claramente mais lentos junto com o Audi e nós lentamente abrimos deles acompanhando os barcos maiores (Amex Antonina e Gaucho). O vento dá uma girada e temos de tirar o balão e subir a genoa para alcançar a bóia, fazemos assim, uma manobra rápida e aproveitamos para orçar a flotilha. Os OD 27 e os 30 pés conseguem seguir de balão e nos ultrapassam fugindo por baixo, os outros fazem a mesma manobra, na bóia subimos novamente o balão, seguindo ligeiramente orçados para algum ponto fora da Ponta Balena. O vento começa a refrescar e vemos uma rajada de norte em terra, jaibamos pelo outro lado da Gorriti para pegá-la, os grandes se afastam para fora. Os Soto40 que estão bem na frente, escolhem o lado de terra e já vão lá bem, os grandes como o Fortuna, Flashgordon, Matrero, etc, escolhem o lado de fora e se afastam cada vez mais. Nós chegamos na rajada e jaibamos para fora. Em 2007 fomos batidos por escolher o bordo da terra e os S40 parecem ter atingido o limite da rajada de Norte e estão lentos lá no fundo da praia. O Maria Reina segue no jaibe de terra e vemos o Audi cruzar conosco indo para lá. Bem, temos que fazer uma escolha e seguimos para fora. Inicialmente a escolha parece ter sido acertada e vamos bem mantendo a mesma distância do Amex Antonina, muito maior, mas no último trecho do percurso a rajada de fora enfraquece e o vento entra de novo pela praia. Os S40 fazem a bóia e o Audi e LGT nos alcançam e fazem a ponta uns 5 minutos na nossa frente. Jaibamos e orçamos em direção a bóia lá na praia seguindo-os. Na nossa frente estão o Maria Reina, o Corum 34 Madness e muito perto, atrás o Accor Salud, um OD 27 o que nesse ventinho anda muito em popa. Fizemos a bóia ainda dando água para OD 27 mas saimos bem dando o bordo logo em seguida e pegando a rajada, nos livramos rapidamente dos barcos logo à nossa volta e fomos atrás, primeiro do Madness, agora já com um vento de uns 11 nós o ultrapassamos no bordo junto à “Casa Pueblo” e seguimos para a bóia fora da Punta Balena, demos o bordo em direção à praia, a uns 5 minutos atrás do Aud e entre nós, lá estava o Urquiza, que paga para nós dois.Com esse vento o barco estava andando muito, enfim conseguimos velejar nosso potencial e usar a nossa mestra regulada, que nos outros dias teve que ficar só batendo.Chegamos no Urquiza, que teve de dar um bordo a mais para fazer a bóia da praia e na última milha para a chegada fizemos um duelo de velocidade cruzando 1 segundo a sua frente. Tínhamos perdido do Audi, que manteve a sua vantagem adquirida no popa, mas só aí vimos o quanto tínhamos aberto no contravento dos concorrentes, o Maria Reina que era o primeiro deles chegou mais de 7 minutos atrás. Dessa vez, tínhamos garantido o segundo lugar, finalizando com um bom resultado um campeonato muito difícil.Os nossos concorrentes: Chino, Bigua, Don Quixote chutaram o balde, ficando em 7º, 6º e 9º respectivamente. O Campeonato foi ótimo, muito bem organizado, fomos calorosamente recebidos pelos anfitriões e o MobyDick valeu para quem conseguia ficar acordado até a madrugada. Os ventos de mais de 25 nós que predominaram nas barlasotas era mais alto do que os valores que podiam ser compensados no rating com o gerenciamento (vai só ate 20 nós). A gigantesca mestra do Malbec, ficou o tempo inteiro batendo, apesar de pagarmos por ela. Os barcos de menor área vélica como o Bigua, eram muito mais bem adaptados a essas condições, além de suas tripulações estarem mais habituadas a elas. O Orson acabou ficando em 5º lugar em sua classe. Aprendemos muito sobre velejar em condições extremas, particularmente na Bue-Punta, os desencontros nas manobras nas barla-sotas de vento forte melhoraram e as duas últimas regatas levantaram a moral da tripulação. Depois da tradicional festa no Conrad, onde recebemos o prêmio pelo 2º lugar da Volta a Gorriti e fomos aplaudidos pela nossa segunda participação (única brasileira) no Circuito do Atlantico Sur Rolex Cup, estamos prontos para correr em Floripa no próximo mês e esperar os Argentinos e Uruguaios para disputar o sul-americano na Ilhabela, em Julho. Maisaaaaahhhhh!!!!!!
Abraços, Kalu.
A flotilha vindo em popa para a Punta balena Foto Capizzano
na volta a Gorriti Posted by Picasa

Circuito Rolex Atlantico Sur 2009


Sabado, 24 de janeiro 2009


: : BarlaSotta com muita emoção.
Regata Barla-Sotta, sexta feira dia 23/01 e sabado 24/01.Ontem foi um desastre e hoje quase.
Resolveram repor a regata cancelada na quinta, no lay day de 6º feira. Depois de um almoço de comandantes regado a vinho etc... resolveram fazer a regata às 16h (aqui tem sol até as 20h). Ao sair do cais o vento já estava de 25 nós de Leste. Fomos para a raia, e como sempre o Grupo A teve uma chamada geral e largou. Quando passamos perto da comissão vimos uma bandeira estranha, era a instrução de que todos deveriam usar salva-vidas. Acho que desde os tempos do HobbyCat, não uso salva-vidas velejando. Os salva-vidas do Orson são de abandono e não para velejar. Levamos uns 5 minutos brigando com os salva-vidas ainda em seus sacos plásticos originais. Além disso, tínhamos que decidir se sairíamos com a genoa 4 ou a 2. Ficamos com as duas preparadas e o Edmar decidiu pela 2, que levantamos a 30 segundos da largada. Todos enrrolados com os salvavidas largamos atrasados. A regata foi um suplício. Vento de 23com rajadas de 30 nós de leste, começamos uma regata de recuperação ainda bem atrapalhados com os salva-vidas, nao conseguíamos entrar e sair da escora sem enrroscar a gola da coisa. O Tomás, conseguiu tomar um tombo na gaiuta pois não enxergava nada para baixo. Descobrimos por fim, a técnica para velejar com eles: deixá-los fora da cabeça como um avental e só vestí-los junto a juria.Na segunda orça o vento deu uma rondada para a esquerda e nós seguimos para lá esticando o bordo e comendo todo mundo por dentro. Depois de um emocianante popa de balão a quase 30 nós, grudamos no Audi e o Bigua se encontrava logo a frente. Enfim, estávamos de volta a nossa posição usual. Brigamos a 2º orça inteira ultrapassando o no final. Entrando no popa, continuamos na frente do grupo um tanto de tempo, mas claramente não o suficiente para compensar o rating mas relativamente bem. Derepente, vemos junto a chegada que os barcos da frente estavam tendo de orçar de balão para chegar na linha e nós estávamos bem mais baixos do que eles. Inacreditável, um deles levantou a genoa!!! Nós começamos a orçar mas a genoa não subiu e entramos na tal rajada mais de 45 graus orçada e com 25 nós de vento. Estréia de uma, depois 2 e depois 3 atravessadas enquanto os barcos de cima cruzavam a linha de genoa. Nós cruzamos atrás meio atravessados com o balão batendo. Desastre total!!! Pela segunda vez, éramos batidos pelo Audi e Bigua em manobras de balão. Perdemos vários minutos que nos custaram caro no tempo corrigido. Acabamos em 8º, graças ao Audi ter estourado a largada e o Bachajo quebrado o leme e não terminado a prova. Nós decididamente não estamos preparados para velejar em regata com ventos de 25 a 30 nós. As velas estão uns trapos e a velaria teve de consertar de novo a nossa mestra que além disso, quebrou uma tala. A genoa 2 que tomou uma surra. Eu nem sei ainda qual foi a consequência de 3 atravessadas sucessivas, teve sobre o nosso maravilhoso balão branco. A moral não estava muito alta.

sabado 24/01
: : e a emoção continua.
Hoje tínhamos 2 regatas barla sotas programadas, saímos de manhã com o vento de Norte vindo da praia, mais fraco (8 com rajadas de 15). Enfim saímos bem e somos os primeiros na bóia quase na rebentação. Ótima decida de balão e continuamos na frente. O vento mudou e tivemos de jaibar de forma não planejada antes da bóia, as escotas de genoa ficaram enrroscadas no pau de spinaker, baixamos o balão e não conseguimos orçar. Damos água na bóia para o Chino, um OD27, mas logo em seguida o Bigua não da água para o Maria Reina (com o N Volker) que estava por dentro, eles se batem e o Nestor distraído pelo incidente, bate na nossa popa, e nós o protestamos. O Nestor eventualmente, paga os 720 e nós retiramos a bandeira vermelha, mas daí em diante nada dá certo. Vamos para o lado errado no contravento, caímos em um buraco de vento, vários barcos nos ultrapassam. Na hora de descer a genoa, um problema na capa da driça da genoa faz com que não consigamos baixá-la depois de levantar o balão. Os tripulantes idiotamente se ditraem enquanto o Dedé tenta consertar o problema da driça e não percebem a entrada de uma rajada orçada e de uns 20 e tantos nós e lá vamos nós para mais uma atravessada!!! A moral da tripulação foi para o espaço e fechamos a raia. Intervalo de cerca de uma hora, a comissão espera a entrada do Este que já está comendo lá fora a mais de 25 nós. Muitos "mea culpas e sua culpa" e lá vamos nós... temos que mostrar ao que viemos. Largada da classe A às 16h e a B tem 2 chamadas gerais, mas nas duas estamos bem, a moral subiu. Na terceira largada largamos muito bem e com cerca de 25 nós de Leste voamos baixo em frente da flotilha, o Audi e o Bigua nos seguem, os outros ficaram para trás, mas temos de abrir porque pagamos muito nesse vento. Somos os primeiros na bóia, montagem de balão aterrorizante mas perfeita!!!Estamos abrindo sobre a flotilha, o grupo A uma volta nos ultrapassa, o Fortuna, o Negra, o Chivas etc, os retardatários ainda estão para trás. Chegamos na bóia, a tirada do balão, tudo sai perfeito, também se não sair com esse vento, estamos ferrados. Genoa para cima e outro contravento perfeito, mantemos a distância dos barcos que nos seguem, os retardatários da A comecam a nos ultrapassar, Mercenario, Gaucho, LTG etc, mas não conseguem abrir muito. A rajada mais forte (quase 30) está a uns 100m abaixo da bóia e vai até quase o meio da raia, depois o vento diminui. Subida de balão perfeita e preparação para entrar na rajada. 5 minutos alucinantes ou aterrorizantes planamos a 12 nós na onda da esteira do Gaucho. Enfim, ele se afasta e nós preparamos o jaibe, tudo ok, lá vamos nós para a bóia e a nossa flotilha, com os usuais competidores, nos acompanha a uma boa distância. Será dessa vez? Chegamos na bóia e vamos para o último contravento. O vento caiu para uns 15 nós com rajadas de 20. Já não conseguimos abrir. Quando chegamos perto da bóia o vento caiu mais, particularmente no lado direito da raia. Fazemos a bóia e jaibamos cedo para o mar aberto onde há ainda um pouco mais de vento. Quando já estamos a meia perna da chegada, vemos uma rajada forte se formar lá fora e o Bigua está posicionado para pegá-la. O Audi jaiba para fora para ver se também consegue pegá-la. Nós estamos já muito próximos para valer a pena fazer o jaibe e seguimos para a chegada. Cruzamos em primeiro no real antes que ela nos alcance. Maravilha!!! A moral voltou a subir e o Orson está de novo disputando e ganhando na ponta. A rajada encurtou porém a distância que nós tínhamos aberto da flotilha. Já na contagem dos segundos para a cruzada do Bigua, vimos que ele nos vencera no corrigido. Em terra, vimos que pegamos de novo 5º, pois o Don Quixote para que pagamos muito nesse vento pegou 2º e o Audi 3º. O Chino, um OD 27 que estava bem atrás, corrigiu em 4:12 segundos na nossa frente. O resultado não foi brilhante, mas mostrou que nós conseguimos velejar bem com vento forte. Já nossas pobres velas, não ficaram tão felizes, pois estão uns trapos e sendo consertadas para a última regata de percurso amanhã (volta a Ilha Gorriti) e para tentar correr em Florianópolis no próximo mês.
Abraços, Kalu
velejando de salvavidas ???!!!!!@#%&rsrsrsrsr
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Circuito Rolex Atlantico Sur 2009


Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2009

: : Pro lixo o Windguru!!!
Os ventos fracos de até 10 nós de Este, previstos para hoje, se revelaram inicialmente de 15 nós de Este (na primeira regata), subindo para até 35 nós de NE na segunda regatta, que acabou por ser cancelada. A primeira regata barla sota largou às 13 h para o grupo A, com chamada geral. Meia hora para refazer a raia e a largada redefinida às 13h30 com ventos de 15 nós. Seguida à nossa largada, começou com uma marcação cerrada do Maria Reina, vencedor da véspera e no qual veleja o Nestor Volker, ao Orson.Chegamos na linha junto a juria, nos defendendo do Maria Reina à nossa barla, quando o veleiro Yunker, da ORC Club, tenta se enfiar entre nós, batendo em nossa popa e terminando por bater também no Maria Reina, que o protesta, provocando imediatamente o seu protesto ao Orson que consequentemente o protesta de volta. Depois dessa confusão inicial, o Orson larga mal, os seus principais competidores, Bigua, Audi, Don Quixote e mesmo o Bachajo saem na frente. Seguimos logo atrás do Bigua, que consegue nos colocar na sua popa, damos um bordo curto para cima para limpar o vento e voltamos para o lado da praia. Na velocidade, ultrapassamos o Bachajo, o Don Quixote e colamos no Audi. Na lay-line damos o bordo para a bóia e seguimos paralelo ao Audi, um pouco a sota e juntos, começamos a alcançar o Biguá. Fazemos a spare buy por dentro do Audi e subimos o balão primeiro. No popa, conseguimos andar arribados e muito rápido, abrindo sobre o Audi, passando o Bigua e quase todos os barcos da flotilha. Entramos no contravento em primeiro lugar no real, agora o negócio é abrir. Na volta seguinte abrimos muito, os pequenos que ganharam ontem estão bem atrás, só o Audi e o Bigua parecem nos acompanha, atrás…é claro. No último popa, o Audi diminui a diferença e começa a nos marcar nos cobrindo com o balão. Eles levam vantagem no jaibe final, nos forçando para fora da linha a fazer um novo jaibe não planejado. Nós que, até então havíamos manobrado com perfeição, erramos o jaibe e perdemos alguns preciosos segundos. Assim, o Audi cruza a linha um segundo na frente. O seguinte e o Biguá, 2 minutos e meio atrás.Fazemos as contas e realizamos que pagamos para ele quase 4 minutos. Bom, não vai ser ainda desta vez. Em terra, soubemos que o Don Quixote que chegou bem atrás, ganhou a regata, o Bigua em segundo e o Audi, cujo GPH é menor que o nosso, nesse vento especificamente, recebe de nós e conquista o terceiro lugar, nos vencendo por quase um minuto no tempo corrigido.A Largada da segunda regata. O vento subiu para mais de 20 nós e continua subindo. Chamada geral de novo para o grupo A e até a nova largada o vento já supera os 25 nós. Resolvemos trocar a genoa para a número 4, e vários barcos rizaram. Na largada, toda a raia está encarneirada e o vento beira os 30 nós. Estamos com muita vela, decidimos não rizar, pois a mestra fará falta no popa. Tomara que ela aguente! Nessas condições, largamos adequadamente e o barco anda muito rápido enquanto nós damos o máximo na escora. Damos um bordo para fora para sair do vento sujo do Audi que novamente, está a nossa frente e o Bigua por baixo. Voltamos novamente para o bordo de terra. O vento virou mais para o Nordeste e já alcança a marca de mais de 35 nós nas rajadas. O lay-line desta vez está mais perto. Cambamos e seguimos para a bóia voando baixo e cortando bem as ondas que agora estão suficientemente altas para deixar-nos enxarcados na escora. Neste momento, o bordo de fora parece melhor pois avistamos um 34 pés vindo em nossa direção com vela a esquerda, em rumo de colisão! Soltamos um pouco a mestra e abrimos para ele passar, mas assustado, dá o bordo bem na nossa frente. Sorte que já estamos com a mestra solta e conseguimos arribar por sota e ultrapassá-lo sem bater. Nossa que susto! um toque e seria um duplo naufrágio. Seguimos para a bóia aonde o grupo A começa a contornar. Com quase 40 nós, os S40 desistem da regata. Uns poucos barcos colocam o balão, mas a maior parte da flotilha segue de genoa e outros tantos tentam seguir com o balão e atravessam. O Califa, bate na spare boy e a leva de reboque. Derepente não há mais bóia de barlavento para contornar. Nós chegamos na bóia na frente de nossa classe e de genoa, rumamos para a spare buy que agora está longe para sota. Passamos por ela e seguimos de través com a genoa, planando a quase 10 nós. Derepente vemos que os barcos grandes começam a baixar as velas. A regata foi cancelada!!!Baixamos as velas e seguimos para o clube a motor para poupar a mestra. Enfim, tomamos uma cervejinha Pilsen para relaxar. Nossa que adrenalina! E era uma regata prevista para ventos fracos.Em terra tivemos ainda, cansadíssimos, que passar por uma longa audiência de protesto, que felizmente se resolveu a nosso favor e garantimos o 4º lugar na primeira regata. Amanhã, está prevista uma barla sota às 4h da tarde para substituir a regata cancelada. Estamos felizes por nos mantermos no campeonato, pois os barcos ainda estão todos embolados e nós estamos melhorando a cada dia. A moral está alta, o barco está andando muito, mas não conseguimos ainda dar uma boa largada. Apesar do alto nível da competição, achamos que temos boas chances de alcançarmos um bom resultado.
Abraços, Kalu.


boia de barla em alta velocidade falta só o balãoPosted by Picasa
os grandões em frente a casa pueblo em solanasPosted by Picasa
Foto Capizzano

Circuito Rolex Atlantico Sur 2009

Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2009

: : Percurso Solanas: uma regata linda!
Chegamos às 11 da manhã no barco, vento de 6 nós de SE e mar liso. A organização sabiamente, desistiu de fazer as barla sotas programadas, pois as chances de não conseguir eram grandes e a previsão para os próximos dias indica que o Leste deve começar a entrar forte na 6a feira. Assim, decidiram pelo percurso alternativo de Solanas. Largamos entre a Ilha Gorriti e o Farol de Punta del Este em direção a Praia Mansa. Passa por uma marca junto a praia e vai para outra bóia na Punta Balena, daí para dentro da maravilhosa baía de Solanas, onde fica a Casa Pueblo de Villaró. Junto a praia temos que fazer uma bóia e voltar pelo mesmo caminho, aproximadamente umas 16 milhas.O vento está bem fraco - 6 nós de SE. Os barcos se concentram todos para largar de balão entre uma bóia no meio do canal da Gorriti e a comissão em terra. Esperamos até o último momento para colocar o balão, para não estourarmos a largada, mas todos os barcos estão meio atrasados. Enfim, colocamos o balão de popa e largamos no meio da linha, junto a dois barcos maiores, um Beneteau 40.7 e um outro 40 pés. Uma rajada entrou junto à terra e vários barcos pequenos, OD27 e alguns 30 pés conseguem pegá-la e pulam na frente. Nós saímos lentos juntos com os barcos a volta. A perna de balão começa a ficar forçada e não conseguimos orsar com o balão de popa, os barcos próximos se distanciam e os que estavam atrás nos alcançam. A coisa não está boa! É a hora de fazermos um piling de balão! Depois disso, começamos a andar e a passar barcos, alguns maiores tentam nos segurar, mas passamos a bóia e jaibamos, O Quark, ao nosso lado, erra o jaibe e enrrola o balão no estai de proa, e assim ficam para trás. Decidimos seguir para Punta Balena pelo lado da praia onde o vento está melhor e resistimos a tentação de orçar para ganhar mais velocidade. Passamos o Don Quixote (que venceu a BuenosAires – Punta) e estamos chegando nos barcos maiores que tinham se distanciado na largada: o Audi, o Sur, o Matrero. O vento começa a entrar subindo para uns 10 a 12 nós, a velocidade está boa e se mantém a mais de 6 nós. Na bóia de Punta Balena a flotilha se junta, jaibamos e conseguimos escorregar na frente de um grupo que vinha por fora. O Madness, um orc internacional com um rating similar ao nosso, está logo na nossa frente. Fomos em direção à praia onde jaibamos bem junto a ela, antes de seguir para a bóia, e assim, com este jaibe nos livramos dos perseguidores que jaibaram cedo e ficaram com um ângulo muito raso e mais lento. Nosso jaibe e retirada de balão foram perfeitos na bóia, e saimos orçando passando por dentro de vários barcos. Estamos alcançando rapidamente o Madness e um outro barco 36 pés que estão a nossa sota. O Matrero vem um pouco a frente e a barla, em paralelo conosco. Ele passa a bóia e segue para fora onde há mais vento, nós o acompanhamos enquanto o Madness e o outro 36 cambam para a terra. O Matrero dá uma boa folga e camba para dentro da baía de Maldonado. Nós o seguimos ficando em paralelo e a uma centena de metros a sota. O vento melhorou para uns 12/13 nós e estamos muito bem - fazendo de 6 a 7 nós, e o Matrero - muito maior - não consegue abrir nem um metro! Vamos assim até a praia alcançando aos poucos os barcos menores que largaram na frente, chegando a ultrapassar a alguns deles, mas a diferença de rating é grande e vamos ter que abrir muito... se quisermos ir bem. Chegamos junto a praia e começamos a bordejar. Está a nossa frente o Bachajo, o Maria Reina chileno e dois OD32. Fazemos a bóia e com mais uns 3 bordos chegamos no lay-line da chegada, ultrapassando o Bachajo, de rating similar ao nosso. Neste aproach final nos alcança por fora um IMX40, que pegou uma rondada favorável e está andando muito. Cruzamos! Foi uma regata linda, de recuperação. Estamos felizes pois estamos ainda no jogo. Os grandes que foram bem na Buenos Aires - Punta se ferraram e os pequenos que foram bem hoje foram mal na Buenos Aires - Punta. Ficamos em 5º na classe e 6º na geral. Ganhou o Maria Reina, seguidos de 3 OD27, e do IMX40 que nos venceu por 20 seg no tempo corrigido. Amanhã vai ser um dia decisivo. Estamos torcendo por mais vento para nos livrarmos dos pequenos que com pouco vento levam muita vantagem.

Circuito Rolex Atlantico Sur 2009

vista do porto em dia sem regatas

Terça feira, 20 de janeiro 2009

: : Layday em Punta del Este
Hoje foi lay day, acordamos tarde. A vela mestra enfim ficou pronta. Uma bosta! Nunca mais ficará igual. Vamos precisar arrumar grana para comprar outra, pois o bordo de fuga ficou meio estranho. Treinamos a tarde. Jantar pré-regata da tripula com as tradicionais recomendações e montagem do moral. Amanhã, às 10h todos no barco prontos pra "kick ass". Claro que mesmo assim todo mundo foi para o moby dick relaxar.Punta é um lugar muito especial. Ontem, chegamos com 30 nós de vento e muito mar e hoje está um espelho. Sol, céu azul e 10 nós de vento. Não voltamos aqui desde 2007 e parece que nunca deixamos o lugar. O tempo é o mesmo, lindo com muito sol. O clima agradável do restaurante do YCA é igual. Os mesmos garçons. Muitos ainda nos reconhecem pelo nome (os brasileiros do Orson e um eventual senhor Silva), coisa que não acontece nem na Ilhabela. Todos querem a camiseta do Orson (desta vez não vai dar, pois estão contadas). As meninas do MobyDick e arredores continuam lindas,simpáticas e poucas... no meio dessa população eminentemente masculina de velejadores. O morcego continua dominando, mas desta vez estamos mais centrados nas regatas, a competição vai ser pesada. Estamos na classe mais competitiva do campeonato. Hoje, todos sairam para treinar e foi um típico misto de botar moral e esconder o jogo. Preparamos o barco, tivemos a tradicional confusão de encontrar o lugar determinado no cais (é a terceira vez que chegamos e nosso lugar esta ocupado) e fazemos a famosa "dança das cadeiras" e - que se ferre o último a chegar! Amarramos na bóia de outro e saimos rápido para tomar cerveja e ver de longe os caras chegarem e como nós, xingando os idiotas que amarraram o barco no seu lugar. Bom agora, é hora de dormir pois amanhã teremos muitas emoções. Os jovens, apesar de minhas recomendações, como sempre, continuam no MobiDick.
Abraços, Kalu

Circuito Rolex Atlantico Sur 2009

largada de Buenos Ayres
antes de entrar o pampeiro
Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2009

: : Orson, de Buenos Aires a Punta.
Depois de uma regata duríssima de cerca de 25 horas, estamos todos bem prontos para o Circuito do Atlântico Sul em Punta del Este. O Orson ficou em 6° na sua classe e 15º no resultado geral da ORC Internacional.Largada em BsAs de balão com 12 nós de NW, algumas horas depois o vento apertou e virou para SO, jibe e piling de balão e virando para S. Ao cair da noite entrou o pampeiro de quase 30 nós, genoa 4 e um rizo na mestra. O mar começou a ficar grande. Estávamos entre os 3 primeiros. A tripula muito cansada. Uma onda varreu o Tomás que caiu dentro do cockpit. Sorte que estava amarrado. À noite o vento subiu para 33 apertando ainda mais o contravento e o mar aumentou ainda mais um pouco, começando a quebrar. A vela mestra começou a rasgar a bicha. Com a tripulação muito cansada e com frio, tiramos a mestra e continuamos só com a genoa 4 a mais de 9 nós. Ao amanhecer, vimos que 2 barcos que tínhamos passado no início da noite, tinham nos passado e recolocamos a mestra e assim, o barco retomou a andar a mais de 10 nós em um mar muito quebrado. Por volta das 11h a mestra acabou de rasgar e tivemos de tirá-la. Chegamos às 14h20 mortos. Largamos o barco e fomos dormir. À noite, os jovens ainda tiveram forças para ir ao MobiDick. Hoje, temos uma longa faina de limpar o barco e consertar a mestra para as regatas barlasotta na próxima quarta-feira. Temos que estar prontos para ganhar, pois acho (tomara) que essa será o nosso descarte. Maisaaaahhh!!!!Abraço, Kalu