terça-feira, 12 de maio de 2009

Portofino Rolex Cup


Fotos por Carlo Borlenghi

Foi disputado na semana passada em Portofino, um dos mais lindos e tradicionais portos da Europa na costa da Ligúria, no Norte da Itália, o Portofino Rolex Trophy. Esta é uma nova regata dedicada à disputa de barcos clássicos que ainda correm regatas.
As inscrições são feitas apenas por convite e dela participam os barcos que fizeram a historia da vela e que foram cuidadosamente recuperados e hoje são uma flotilha que faz sonhar os aficionados pela historia do esporte e os tradicionalistas.
Foram convidados os classe 12M, que por anos disputaram a América Cup, os 23m, que usando o mesmo tipo de formula foram ativos no começo do século XX, e os 8m menores também muito ativos na primeira metade do século XX e que foram classe olímpica até a década de 50.
Estiveram presentes o 12 M VARUNA e o ORION, uma escuna Camper and Nicholson de 129 pés, que fizeram seu centenário nessa regata. Alem do VARUNA competiu também o lendário, mais recentemente reconstituído e também quase centenario 12 M de Fife, CINTRA, um outro 12 M, um pouco mais novo, o EMILIA e vários 8 M. Uma verdadeira flotilha de sonhos. Uma flotilha de uma outra era da vela trazida de novo a vida.
A classe Dragão que faz 80 anos de idade resolveu aproveitar o ensejo e fazer tambem o seu campeonato na mesma raia.
O ORION foi inicialmente construído para a família real espanhola com o nome de Sulvane, foi vendido e passou por vários portos, nomes e proprietários, em 1930 foi batizado ORION. Em 1966 foi desmastreado em uma tempestade no mediterrâneo, onde sofreu sérias avarias. Em 1998-99 foi completamente remodelado, se tornando a maravilha que é hoje e compete em quase todas as regatas de clássicos, disputando hoje com o Mariette, uma escuna Herrshoff de 110 pés, a honra de ser o clássico mais rápido do mundo.
O Varuna é um 12 M construído em 1909, copia do yacht Britania, pertencente à família real inglesa. Competiu antes da 1ª guerra, mas depois passou muitos anos abandonado em portos do Mediterrâneo e do Caribe, para ser salvo, na década de 1990, por um proprietário italiano, que o colocou em estado de novo e desde então é um habitué das regatas de clássicos.
O Cintra foi dos últimos desses 12 M do começo do seculo XX a ser restaurado. Ele é um desenho do gênio escocês William Fife, e desde o começo foi super competitivo, ganhando a maior parte das regatas que competiu antes da 1ª grande guerra. Em 1919 ele foi vendido para a Noruega e competiu até 1956. Sua última regata foi a Volta das Ilhas Britânicas daquele ano. Depois ele foi abandonado por um longo tempo e posteriormente extensamente modificado. Foi redescoberto na década de 90 e passou por um longo processo de restauração em 2002 e 2006 e hoje é um dos melhores exemplares dos 12 M dessa época.
A regata foi basicamente um desfile desses barcos de sonho. Faltou vento e apenas 2 regatas foram realizadas com a vitória do Emilia, segundo Cintra e terceiro Varuna na classe 12 M. A classe 8M foi ganha pelo Bona, seguidos do Elsinore e do Ellen.
Como não poderia deixar de ser, nesse que é o mais lindo porto da costa italiana, o jantar de entrega de prêmios foi suntuoso, no convento Beneditino de 1311 "La Cervara". È um prédio único, dependurado na encosta da costa Lígure, com uma vista maravilhosa e com um jardim monumental, considerado hoje entre os principais jardins da Itália.
Bom! para os que gostam de barcos clássicos, história e do charme da costa italiana, esta regata foi um bom alimento para os seus sonhos.

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