terça-feira, 16 de junho de 2009

2a Etapa Mitsubishi Cup 2009 "Warm up"
















nas fotos: acima o Touche o grande vencedor e o S40 Patagonia, um show a parte. Nós indo para os Moleques, depois da encalhada. Alguem parece querer ir para casa! O Jazz dando canseira no Loyal. Abaixo, na largada, o Jazz na juria, já camba para S. Sebastão enquanto o Orson no fim da linha larga vela direita



Warm Up? Brrrrrrr!!! Arrghh!!!!



Ontem terminou o wam up da semana de vela, depois de dois dias frios e chuvosos e um com sol, mas gelado e em fim um dia lindo, mas de pouco vento. Nós, com uma tripulação desfalcada e um tanto desorganizada (mea culpa, mea máxima culpa), demos um show do que não fazer na Semana de Vela.
Na primeira regata, foi sorte que a comissão retardou e tinha vento (sul de 14 nós), mesmo assim nós quase não chegamos para a largada, pois surpresa! Estávamos sem diesel e o posto junto ao clube também estava sem.
Fomos velejando para a raia e demos uma boa largada, mas não sei por que cargas d’água resolvemos ficar pelo lado da ilha, onde parecia ter mais vento, mas acabamos por enfrentar uma corrente de ao menos uns tres nós. Vimos que tinha corrente, mas subestimamos sua força. O Jazz, que largou muito bem na juria e cambou direto para São Sebastião e o raso, chegou na bóia 9 minutos a nossa frente. Passamos a fazer então uma regata de recuperação. O barco estava andando muito (casco recém pintado e velas novas), tiramos 2 minutos no popa, depois de um jibe set acertado, aproveitando bem a correnteza do canal. No segundo contra vento, velejando livres e dessa vez para o lado certo, tiramos outros 3 minutos. No ultimo popa, repetindo a mesma tática, tiramos mais 2 minutos. Era o fim da regata. Conseguimos, apesar de tudo, garantir um 4º lugar, ainda 2 minutos atrás do Jazz, ganhando do Loyal, que nessa regata andou muito mal. Ao voltar ao clube (a vela) nossa amarra tinha sido cortada por uma lancha e tivemos que nos amarrar no barco ao lado e esperar o mergulhador recuperar a amarra. Mal amarramos, antes que pudéssemos sair do barco, caiu uma chuva torrencial. Chegamos na canoa de cerveja tarde (já havia pouca) e encharcados.
O segundo dia amanheceu ainda mais fechado e estávamos decididos a ir à forra. O vento continuava de sul de uns 15 nós, mas a previsão era de entrar de oeste e apertar. Largamos junto com o Loyal na juria, mas estouramos os dois a largada (a corrente ainda estava forte, mas tinha diminuído significativamente). Voltamos e cruzamos novamente, vela direita, indo direto para o raso, atrás do Jazz, que tinha largado limpo. Chegamos nele nos bordos no raso do lado de São Sebastião. Estávamos andando mais, acho que nossas velas novas fizeram a diferença, e entramos na bóia quase juntos. Como na véspera, fizemos um jibe set que nos colocou melhor posicionados que o Jazz, que subiu o balão sem jaibar e começamos a abrir. A bóia tinha sido mudada para junto do Pequeá e lá chegávamos com uma boa vantagem, quando antes de jaibar para ela, velejamos para fora da rajada. O Jazz vendo nossas dificuldades, jaibou cedo e encurtou bem a distancia, fazendo a bóia logo atrás de nós. No contravento voltamos a abrir e no ultimo popa mantivemos a diferença, chegando quase um minuto e meio a frente, garantindo outra vez o 4º lugar (dessa vez o ASA estava na raia).
Como previsto, o vento aumentou e virou para oeste, entre as regatas(daí a mudança da bóia) e a temperatura caiu uns 5 graus. Que frio! A largada da segunda regata foi dada com uns 20 e poucos nós de oeste, para fazer 6 pernas curtas, com a bóia bem para o lado de São Sebastião. Nós começamos a nos posicionar. Jaibamos há pouco menos de 1 minuto para a largada. Nesse jaibe, uma distração nos custou a continuidade do campeonato. A genoa não foi caçada a tempo e se enroscou no estai de proa. Buscando safá-la, demos uma caçada brusca e a tala quebrou o headfoil. No momento, no meio da confusão e da irritação de perder o tempo da largada, não vimos o estrago e mesmo atrasados, largamos. Ao subir o balão na bóia e baixar a genoa, percebemos que não conseguiríamos içá-la novamente. Seguimos de balão até a bóia, mas não havia como continuar. Desanimados, abandonamos e voltamos para o clube.
O head foil não tinha concerto! Fizemos uma gambiarra que permitia içar a vela com muito cuidado, mas seria impossível correr uma barla sota. Encomendamos outro para a Semana de Vela. Já sabendo que estávamos fora do warm up, começamos a torcer para que desse ao menos para fazer a regata de percurso, mesmo que a re-içada de genoa nas Canas fosse problemática.
No dia seguinte amanheceu frio, com sol e ventinho de SE. Será que vai ficar ou vai virar para Leste? Para nosso desespero, a juria chegou a ameaçar um barla sota. Não, vai ser o percurso mesmo. Oba!
Largamos vela direita na bóia e depois de passarmos por uma popa, estávamos livres, indo direto para o lado de São Sebastião e o raso (a correnteza tinha aumentado e estava de novo muito forte). O Jazz tinha largado muito bem na juria e seguia a nossa frente, muito bem posicionado junto ao Sony. O ASA, que tinha largado ainda melhor, estava a frente de todos (depois ficamos sabendo que estava estourado). O Touche, o Loyal e os 2 Sotos estavam todos embolados a nossa frente. Éramos os últimos, mas estávamos todos bem juntos. Nos primeiros bordos no raso o Jazz aproveitou seu calado menor para entrar mais e, fora da corrente, começou a levar vantagem sobre os grandes. Nós o seguimos e começamos a encostar. O Jazz ao dar o bordo tocou o fundo, mas não parou e seguiu em frente, de volta para o canal. Nós, depois de passar pela altura onde o Jazz tocou o fundo sem tocar, vimos a profundidade voltar a aumentar e resolvemos seguir em frente, apesar da maré estar ainda baixa, para tentar assim aproveitar ao maximo a correnteza mais fraca do raso. Sabíamos que agora só daria para voltar para o canal bem mais junto ao cais da Petrobras, depois de passados os bancos de areia. O barco andava muito e as rajadas no lado de São Sebastião estavam mais fortes e começamos a ganhar significativamente sobre o Jazz e sobre os barcos maiores. Chegamos até o limite de profundidade da quilha (alguém lembrou que devíamos estar assustando os Prego-aí), já bem em terra e demos o bordo. Estávamos ganhando cada vez mais. Quando chegamos perto dos bancos de areia, já estávamos a frente da flotilha. Agora tínhamos que dar outro bordo para a terra, ir até o limite e ai um ultimo bordo para a saída, depois do ISO. Tomara que a profundidade aí já seja suficiente para sairmos a frente da Flotilha. Era uma aposta arriscada, mas valia a pena. Quando já estávamos para dar o bordo, uma rajada mais a frente nos fez exitar e em um segundo a aposta foi por terra (em todos os sentidos). Encalhamos feio. Os barcos da flotilha foram passando um a um, enquanto nós inclinávamos o barco ao máximo e com a força do vento, tentávamos safá-lo. Umas duas ou três vezes ele se safou e encalhou de novo, até que encalhou de vez e só se movia escorregando de lado sobre o banco de areia. A regata tinha acabado! Ligamos o motor para ajudar e mais ou menos uns 15 minutos depois, em fim nos safamos. A flotilha já ia para lá do Píer da Petrobras. Nós os seguimos agora de longe, no meio de HPEs e da ORC 700. Apenas para aproveitar a velejada, fomos até o Moleque e voltamos de balão até o clube.
Para nós no domingo não haverá regata. Terminando por aí o Warm Up.
O Jazz, nosso irmão gêmeo, fez um ótimo campeonato, garantindo o 4º lugar e mantendo a tradição dos Malbec 36. Para nós, como já disse, o Wam up foi uma ótima oportunidade para experimentar as velas novas (o barco está muito rápido) e para fazer e quebrar as coisas que não podemos fazer nem quebrar na Semana de Vela. Uma espécie de exorcismo. Bem, ao menos assim eu espero!!.

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