domingo, 8 de fevereiro de 2009

5a Etapa Copa Mitsubishi 2008






Na foto uma subida de balão


Posted by Trap on Monday, December 22, 2008

A última Etapa da Copa Mitsubishi foi corrida em 2 finais de semanas. O último de novembro com 4 regatas Barla Sota e o primeiro final de semana de dezembro com a tradicional Regata Peter Blake de Volta a Ilhabela. Nós começamos atrasados o campeonato e neste ponto o melhor que podiamos fazer era garantir o 3º lugar que estávamos empatados com o Touche (Bottin e Carcreek 47), o Sony (Farr 42) e o Loyal (Judel Vrolik 52) estavam bem na frente nos pontos, disputando o campeonato.
Chegamos na 6º feira do primeiro fim de semana, chovia e vinha ventando desde o início da semana um violento SE com rajadas de mais de 35 nós, o tal vento do padre, que era para durar só 3 dias, já vinha a mais de 7 levantando um mar grosso de perto de 3 metros. O padre nessa altura já devia ter perdido a batina. A previsão indicava uma melhora no tempo e uma ligeira queda de intensidade no SE.
29.11.2008 1a e 2a regatas
O dia seguinte amanheceu encoberto mas sem chuva e fomos para a Ponta das Canas enfrentar o ventão. Com o SE a comissão montou a raia mais longe da ilha e mais na direção do Jabaquara do que o usual.
Tínhamos alguns forfaits e por isso vários substitutos na tripulação. Entre eles o Zé do Careta Careta, skipper do For Sale um Jeneau 54 de cruzeiro e pai do Atanaue, que velejou conosco no Rio mas agora estava no Batuque um Beneteau 40.7 nosso concorrente direto. O Zé tinha apostado com o filho uma caixa de cerveja que nos ganhariamos dele no real, exacerbando a rivalidade dos dois barcos. Estavam na raia ainda em nossa classe o Jazz, um cruzeiro regata como nós e nosso irmão gêmeo, o Sony Handicam, o Loyal Rednose, o Land Rover, outro Botin e Carkreek 47, antigo ASA aluminio, sob nova direção, e o Timberland Montecristo, um Carabelli 52 de cruzeiro regata.
O mar estava grosso e ventava uns 20 nós, largamos bem, demos o bordo em direção a ilha, por baixo do Batuque e não deixando os maiores se afastar muito. O Land Rover e o Montecristo inclusive estavam para traz e estavam com dificuldade de nos alcançar. O Jazz também vinha logo atraz de nós e por cima. Ao chegar, próximos da ilha na altura da Pacuíba demos o bordo para fora junto com o Monte Cristo. O Land Rover e o Jazz que estavam mais em cima cruzaram na popa esticaram o bordo até as pedras, o vento junto da ilha favoreceu e os dois cruzaram na nossa proa. Nós imediatamente demos o bordo para a ilha para reduzir o prejuízo e conseguimos passar para dentro deles e chegamos na bóia junto com o jazz, sendo que os últimos minutos de orça foram de intensa atividade para inverter o balão de modo a subir jaibado. Dessa forma deixamos o Jazz no jaibe de fora e fomos apesar da confusão da manobra planando numa rajada para a ilha. O Batuque tinha ficado também no jaibe de fora e nos dedicamos o popa a chegar nele. Chegamos na bóia de sotavento grudados na sua popa e por dentro, mas a tirada de balão foi mal sucedida e perdemos um pouco de tempo e altura caindo na sua popa. Nesse bordo para a ilha iniciamos um duelo de bordos com o Batuque, que deveríamos ter levado a melhor já que temos uma buja pequena de fácil manejo e ele uma genoa, mas a tripulação desentrosada não conseguiu levar vantagem e o máximo que conseguimos foi manter o vento limpo mas continuamos atrás dele. Nesta segunda volta tínhamos aberto grande distância do Jazz e os barcos maiores tinham se distanciado na frente. Fizemos o resto da regata mantendo a posição e cruzando a menos de um minuto do Batuque garantindo o terceiro lugar no tempo corrigido. A regata foi vencida no tempo corrigido com tranquilidade pelo Loyal/Red nose com aproximadamente 2 min e meio de vantagem sobre o Land Rover, que fez uma ótima regata ganhando por um pouco menos de 2 minutos e meio do Orson. O Sony Handicam aparentemente não estava rendendo bem no vento forte fez uma regata fraca e ficou em 4º a aproximadamente 2 minutos atrás do Orson, seguidos do Batuque e Jazz.
A segunda regata o vento continuava SE e caiu um pouco (+ ou - 18 nós) mas ainda com rajadas de mais de 20 nós e muito mar. Os competidores já sabiam que tinham que encostar na ilha e que tinham que subir o spi jaibado e voltar pra ilha.
Logo antes da largada o vento se deslocou um pouco para o E favorecendo a boia e resolvemos arriscar uma largada de vela a direita de forma a já sair em direção a ilha. Saímos bem com velocidade e cruzamos pela proa do Montecristo. O próximo era o Land Rover, que aproveitou o espaço e tambem deu o bordo para a ilha, cruzando pela proa do Batuque, este iniciou tambem o bordo para o lado favorecido, mas ao ver o Jazz subindo vela esquerda por baixo dele, mudou de ideia e voltou o bordo e assustado com a pouca folga no espaço entre nós pediu agua nervoso, mas nós já estavamos cruzando a frente dele a toda velocidade . O espaço era exiguo mas suficiente, o Batuque não aliviou e nós passamos com uma folga de uns 2m na sua proa, Ufa! Um susto mas tudo ok.
Continuamos o duelo de bordos com o Batuque e na proxima cruzada estavamos nós vela esquerda e o forçamos a mudar de bordo e pouco depois ele fez o mesmo com o Jazz. Por enquanto estavam todos controlados. Demos o bordo para ilha e os dois nos acompanharam claramente atrás e ligeiramente acima para ficar com o vento limpo.
Nesse momento o Jazz que estava próximo do Batuque começou a cobrar deste que nos protestasse, ameaçando-o de fazer um protesto de 3o interessado (hoje não previsto nas regras). O Batuque respondeu rejeitando a pressão indevida. O Jazz que enquanto isso tinha caido na popa do Batuque deu o bordo e subiu para o meio da raia. O Batuque continuou a velejar ao nosso lado ganhando aos poucos barlavento e nos alcançando e depois abrindo.
Chegamos no lay line e o Batuque deu o bordo para a boia e nós pouco depois o acompanhamos. Só percebemos depois, mas no momento do bordo alguém no Batuque entrou na cabine e nalgum momento do último bordo da orsa colocou a bandeira de protesto no estai.
Tinhamos abrido um pouco do Jazz, mas não muito. Levantamos o spi com um jaibe set e fomos para o lado da ilha onde o vento estava melhor e conseguimos assim manter a distancia do Batuque. O Jazz dessa vez nos acompanhou e não conseguimos ampliar a dianteira e assim foi por toda a regata, que dessa vez tinha 5 pernas.
O Loya/Red Nose ganhou novamente fácil com quase 3 minutos de vantagem sobre o Sony/Handicam e este, 30 segundos a frente do Orson, pois apesar da tripulação desentrosada começamos a errar menos. O Jazz ficou logo atrás com 2 minutos de diferença e por fim o Batuque com 20 segundos para o Jazz. Porém o Batuque protestou o Orson e o julgamento se daria no fim de semana seguinte. Nosso 3o lugar ainda teria de ser defendido na comissão de protesto.
30.11.2008 3a e 4a regatas
No dia seguinte o vento tinha caido significativamente para em torno de 6 a 10 nós, o mar diminuiu mas continuava alto com muita correnteza. Largamos mal. Tivemos que dar água para o Jazz e depois para o Batuque. Tentamos dar mais potência nas velas, mas o barco não estava rendendo. Nós estávamos com a regulagem de estai de proa da véspera, para vento forte. Ficamos para trás e a moral foi lá em baixo. Círculo vicioso, vários erros de manobra e opções táticas suicidas para tentar recuperação. Resultado: ficamos em 6º lugar, o pior resultado da série.
O Sony Handicam ganhou a regata apenas 28 segundos a frente do Jazz, que dessa vez aproveitou sua regulagem otimizada para o vento fraco e fez uma regata sem erros. O Loyal Red nose ficou a 29 segundos do Jazz, Batuque a 1 minuto do Loyal e o Land Rover outros 30 segundos atrás em 5º lugar.
Na última regata o vento agora de leste voltou a subir para uns 15 nós entrando no intervalo de desempenho da nossa regulagem e o barco voltou a render normalmente. Mas foi uma regata típica da raia da ponta das canas. Isso fez dela não uma regata tatica, pois todo mundo sabia exatamente o que tinha de ser feito, mas um duelo de manobra e de regulagem de velas (velocidade). O Loyal Rednose ganhou com facilidade 1minuto e 49 segundos a frente do Sony/Handicam, consolidando sua liderança no campeonato. O Sony/Handicam ficou 1minuto a frente do Orson e este um pouco mais de 30 segundos a frente do Land Rover com o Jazz 40 segundos atrás.
06.12.2008 Regata Peter Blake de Volta a Ilha Bela
O fim de semana seguinte estava radioso para a regata volta a ilha e a competição acirrada pois Sony/Handicam estava jogando sua ultima cartada para superar o Loyal Rednose. Nós apesar de parecer tranquilos no 3o lugar, o protesto dava a possibilidade do Jazz e do Land Rover empatados em 4o de nos superar se não tivessemos um resultado exepcional. Além disso as controversias entorno do protesto tinham acirrado os animos entre as tripulações do Orson, Batuque e Jazz.
A largada foi as 11 horas em frente a praia da Armação com fortes rajadas(25 nos) de SE descendo das montanhas e buracos de vento onde ele caia para uns 12. Nos momentos antes da largada os competidores chegaram um pouco adiantados e estavam controlando a velocidade para largar quando iniciou-se uma reação em cadeia de toques de violencia variada criando um engavetamento no lado de barlavento da linha envolvendo alguns dos principais competidores (Batuque, Kawabunga. Orson, Loyal Rednose, Sony Handicam) e causando algumas avarias, sendo as consequencias apenas resolvidas posteriormente na comissão de protestos.
O Loyal para se desvencilhar estourou a largada e retornou ja com a bandeira de protesto protestando todos os envolvidos. Nos soltamos as velas e paramos nos desvencilhando do kawabunga que por pouco não se enrroscou no nosso mastro, o que poderia ter resultado num acidente sério, e largamos atrasados. O Sony/ Handicam largou junto conosco e seguimos para a saída do canal.
O Montecristo, o Lanrover e o Jazz que escaparam da confusão e largaram na frente liderando a flotilha em direção a Ponta das Canas, onde o vento acelerou ainda mais com fortes mudanças de direção exigindo varios bordos e dando varias oportunidades taticas de ultrapassagem. O Orson aproveitou essas rajadas para encostar nas pedras e controlar o lado da ilha passando o Jazz com quem ficou disputando o controle num longo duelo de bordos, com o batuque a companhando a distancia.
Mais a frente o Loyal Red Nose, o Land Rover e o Motecristo seguiram o caminho da ilha, O Land Rover fez valer sua vantagem inicial, mas logo foi ultrapassado pelo Loyal muito maior, O Montecristo logo ficou para tras caindo no grupo dos barcos menores.
O Sony/Handicam, que estava em uma opção de tudo ou nada, resolveu abrir e procurar vento ao norte da ilha apostando na entrada do E, pois junto a ilha o vento agora tinha estabilizado num SE 12 nos. Sua aposta não se concretizou ao menos até a Ponta Grossa, quando o vento em terra começou a acabar. Nesse momento o Sony Handycam, começava a parecer cada vez melhor, apesar de muitas milhas fora, pois era o único ainda com vento, enquanto os outros barcos a sotavento e ainda a frente perto da ilha, totalmente encalmados começavam a jaibar para fora para tentar com muita dificuldade tentar chegar no vento.
Nós nem tentamos ir para fora, pois logo depois o vento parou completamente para todo mundo. Foi aí que surgiu o vencedor da regata o pequeno Argos, um ILC25 de Ubatuba, muito bem velejado. O barco não pesa nada, é super sensivel, não parou um minuto. Com o vento quase nulo e ondas, nós não conseguiamos manter o balão armado, O Argos nunca baixou o balão, vinha junto as pedras pegando jacare no rebojo das ondas e nos ultrapassou com vento nulo ao largo de Castelhanos, dava até raiva.
Com a parada total do vento, foram mais prejudicados os barcos que estavam mais fora, particularmente o Sony Handycam pois pegaram mar forte e correnteza contra, nós junto a costa tinhamos menos mar e uma reversa a favor.
Os barcos grandes começaram a pegar vento leste ao largo da Pirabura e começaram a descer de balão, O Sony la fora foi o ultimo a pegar, Nos subimos o balao na Pirabura e fomos em alleata o vento aumentando aos poucos a uma meia milha fora do boi, O Argos a frente jaibou para as pedras entre a Pirabura e o boi e acelerou e jaibou de novo juntinho a costa fazendo o boi encostado nas pedras. Nos continuamos mais um pouco,o Jazz jaibou e foi para a costa meio orçado logo depois do boi. Nos jaibamos mas continuamos em popa rasa fazendo proa quase para os Alcatrazes.
Nos nas 2 volta ilha anteriores morremos na calmaria do Nova York e juramos que isso não ia acontecer dessa vez. Nesse ultimo trecho da prova o vento normalmente entra forte outra vez, e é o que estava acontecendo, já estava subindo par 20 nos, a opção tatica é segir pela costa mais orçado fazendo o caminho mais curto e aproveitar as rajadas que descem das montanhas ou manter-se afastado arribando em direção ao montão de trigo, fazendo um caminho maior mas evitando o buraco de vento do Nova York, fazendo uma transição mais curta para o vento predominante no canal.
O Loyal/ Rednose fez a opção de vir por fora conseguindo evitar a maior parte do desvento, garantindo a fita azul, com 9horas, 9minutos e 10 segundos de regata. O Land Rover, o Montecristo e o Sony/Handicam foram mais orçados tentando encurtar distancia, mas perderam bastante tempo encalmados na entrada do canal, na transição para o NE que predominava nele.
Mais atás o Argos e o Jazz vieram muito rapido bem orçados junto a costa e o Orson abriu bastante. O Orson conseguiu evitar a maior parte da calmaria da tansição para a entrada do canal e logo pegou o NE de mais de 20 nos na altura do Toque toque. O Jazz e o Argos, que estavam na frente ficaram encalmados no Nova York. O Argos , graças a seu peso menor e grande habilidade de manobra,conseguiu manter algum seguimento e escapar para fora e pegar alguma brisa que o levou ate o NE junto a costa da ilha bela a tempo de cruzar a frente do Orson e ganhar brilhantemente a regata no tempo corrigido. O Orson cruzou em seguida mas perdeu por 22 segundos par o fita azul Loyal Red Nose. O Jazz levou ainda alguns minutos para se desvencilhar da calmaria e chegou em 4o lugar, ganhando no tempo corrigido dos outros barcos maiores. O Sony/Handicam terminou em 5o o Land Rover em 6o e o montecristo Timberland em 7o.
De um velejador e amante da vida para outro
Posted by Trap on Monday, December 22, 2008

Beto amigo, o azul enlutado, o corpo pesado,
a alma leve, pairando no ar. No vento da ilha, na ponta das canas,
nós continuaremos juntos a velejar no teu bafo,
a amar teus amores, a gozar os teus gozos.
Até que, orçando no vento, em um breve momento,
nos reencontremos todos, nas águas do criador.

sábado, 7 de fevereiro de 2009




December 22, 2008

---------------------------Nas fotos Orson 3 delta 32 e o Orson Sk30

O Orson, é a minha história de velejador de oceano. A minha história e a de todos os companheiros, que me seguiram nessa aventura de aprendizado e dedicação ao mar e as experiências únicas que ele proporciona.
Eu já fui um velejador de Pinguim, de Hobbie Cat, por pouco tempo, de Lightning e proeiro de Soling; mas um dia resolvi buscar a experiência da autosuficiência e do espírito de equipe na vela de oceano. Inseguro, comecei pequeno, com algo que me parecia familiar, um monotipo com todas as características de um pequeno oceano, um Microtoner, para dessa forma criar a base de uma tripulação. Especialmente, com ele, eu podia velejar na minha velha conhecida, represa de Guarapiranga. Nasceu assim o primeiro Orson.
Comecei com um companheiro do Yate Clube Paulista e minha antiga proeira de Hobby Cat. Logo depois, encontrei o meu primeiro cúmplice nesta aventura. O Barão, meu velho amigo e companheiro de Hobby Cat, que também estava se lançando em uma carreira de oceano, que viria, mais tarde, a levá-lo ainda muito mais longe.
Velejamos 3 anos juntos no Orson-Microtoner, com relativo sucesso, sempre entre os primeiros, mas sem nunca ganhar um título. O Barão acabou indo para a IOR e para as longas travessias. Eu acabei por vender, o pequeno Orson, para um amigo. Ele continuou, ainda por muitos anos, com o mesmo nome, fazendo uma carreira de sucesso na represa com o novo proprietário.
Dois dos 4 Campeonatos Brasileiros corridos pelo pequeno Orson, foram na Ilhabela, reavivando em mim o chamado do mar. O próximo Orson tinha que ser um veleiro de oceano de verdade. Assim que consegui os meios comecei a procurar um barco que atendesse esses meus anseios. Assim nasceu o Orson 2, um Aruba 28.
Procurei novamente meu antigo cúmplice, o Barão, que, com seus filhos, alguns amigos e minha mulher, formamos a tripulação. Começamos na RGS. O barco era difícil. As vezes andava muito (com vento forte) e as vezes era uma poita. A nossa tripulação familiar ainda estava aprendendo a regulá-lo e manobrá-lo. Para ajudar os "donos da regra", naquele ano, inventaram que leme externo era parte da linha d'água, prejudicando o rating do barco. Mas foi muito divertido.
Neste ano, passeando com o Orson 2, vi o amor que ia me envolver pelos próximos 7 anos da minha vida: o Delta 32. Estava pego! Enquanto não comprei um, não tive sossego. Um ano depois nascia o Orson 3.
O Orson 3 teve uma longa carreira. Primeiro 4 anos intensivos de regatas na IMS cruzeiro depois ORC club. Velejamo com o Barão de skipper e alguns novos tripulantes talentosos substituiram os membros da familia. Nesse quatro anos sempre estivemos disputando os primeiros lugares e com algumas importantes vitórias. Conquistamos o vice-campeonato paulista em 1998 e 1999, sendo que neste último ano o Orson perdeu campeonato no desempate. Depois, mais 3 anos de cruzeiro e regatas eventuais em Angra dos Reis e no Rio de Janeiro. Tendo sido nesse periodo vice-campeão na Semana de Vela de Angra dos Reis de 2001.
Em 2004 o Orson3 era o mais antigo delta 32 ativo e decidi trocá-lo por um Skipper 30, um barco bem mais moderno. O problema é que não havia ainda nenhum Skipper 30 construido e a fábrica me entregou um Skipper 21 para aplacar a ansiedade da espera e assim nasceu o Orson Jr.
O Orson Jr. era uma delícia de barco de regata. Velejamos com enorme sucesso na ORC club 700 por 2 anos. Em 2005 nós dominamos todas as regatas da ORC 700 em São Paulo e apesar de abalroados pelo Viva, no penúltimo dia de regata, ainda conseguimos o 3º lugar na Semana de Vela da Ilhabela. No Campeonato Brasileiro da ORC em Angra em 2006, no qual eramos os favoritos da ORC 700, chegamos consistentemente a mais de 1 minuto na frente do segundo colocado nas regatas barla sota e a mais de 5 minutos na longa, para perder por um problema de medição. O Orson Jr, que em 2005 já tinha sido vice campeão da ORC 700, acabou por repetir o resultado tornando-se assim vice- campeão brasileiro da ORC700 em 2006 .
Enfim, em 2006 o Skipper 30 chegou! Veio em "kit" e foi montado na Ilhabela pelo meu novo parceiro - o Edmar, o seu amigo e conhecido velejador Jose Fernades (Dede para os intimos) e pelo Waltinho marceneiro, ficando pronto na véspera da Semana de Vela de 2006. Assim nasceu o Orson SK30.
Em 2006 e 2007 a tripulação do Orson fez uma intensa campanha na classe ORC Club nesse Skipper 30. Participou, uma semana depois de inaugurado, da Semana de Vela de Ilhabela de 2006, conquistando a fita azul de sua classe na Regata Alcatrazes por Boreste.
Destacou-se também no Circuito Rio de 2006, obtendo o 3º lugar na regata Santos-Rio (edição famosa pela quebra de recordes).
Em janeiro de 2007, foi o único barco brasileiro a participar do Circuito Atlântico Sur Rolex Cup obtendo 2º lugar em sua classe e tornando-se um dos favoritos para o título de Campeão Sulamericano (ver neste mesmo blog o posting Orson em Punta 2007), que veio a conquistar ao obter o 3º lugar em sua classe, na Rolex Ilhabela Sailing Week em julho de 2007.
No retorno do Uruguai, correu o Circuito de Vela Oceânica da Ilha de Santa Catarina, ficando em 3º lugar.
Sagrou-se ainda vice-campeão brasileiro de sua classe, numa disputa acirrada com o veleiro carioca Lucky, com etapas na Semana de Vela de Angra dos Reis, Rolex Ilhabela Sailing Week e no Circuito de Niterói.
Em novembro de 2007, correu o Circuito Rio e a regata Santos-Rio, conquistando o 4º lugar.
Em fevereiro de 2008, o Orson Skipper30, venceu em sua despedida, a Regata de Caras em Angra dos Reis, com direito a participação na conhecida festa na Ilha de Caras e a badalação que a acompanha.
Em abril de 2008 iniciamos uma nova fase recebendo o novo Orson, um moderníssimo Malbec 360, com o qual vamos competir na ORC Internacional, com a nata da vela de oceano brasileira e platina e cujas regatas poderemos acompanhar nos outros postings desse blog.

Posted by Trap

As Aventuras do Novo Orson
Posted by Trap on Thursday, October 16, 2008

Sobre o Orson
O novo veleiro Orson é um Malbec 360R fabricado na Argentina, projetado por Pablo Mastracchio e construído pela Oceantech. O Malbec 360R é um racer-cruiser de última geração e é o primeiro de uma série de veleiros idênticos que estão sendo trazidos para competirem na ORC Internacional e constituírem uma classe própria. Tripulações tradicionalmente competitivas de São Paulo e do Rio de Janeiro compraram esses barcos e estão prometendo uma competição acirrada para 2008/2009.
O Orson, foi inaugurado com um 2º lugar na Semana de Vela de Angra dos Reis em maio de 2008.
Na Copa Mitsubishi Motors (Warm-up) e na Rolex Ilhabela Sailing Week em julho passado, ainda em fase de conhecimento do novo barco, o Orson teve uma performance irregular. Mas esta
experiência permitiu vencer a 2º etapa da Copa do Litoral Norte em Ubatuba (agosto/2008) e
posteriormente conquistar o Vice-Campeonato Paulista em Ilhabela (setembro/2008) enfrentando os favoritos paulistas, como o Sony Handicam (perdendo para este por um ponto o campeonato paulista), o Touché (ex Matador campeão 2007 e vice campeão 2008 RISW na orc int 500), o Triksu (vice campeão RISW 2008 na orc int 600), Loyal-red nose, e LanRover (ex ASA, ex Phoenix gemeo do Matador).
Deve agora participar da Santos Rio e do Circuito Rio antes de voltar para águas paulistas para correr a última etapa da Copa Mitsubishi Motors Campeonato de Ilhabela. No começo de 2009 deverá voltar para seu local de origem, as águas Argentinas e Uruguaias, para correr o Circuito Atlantico Sur Rolex cup, que além de ser o mais importante campeonato destes paises é a primeira etapa do campeonato sul americano de vela de oceano que tem como segunda etapa a Rolex Ilhabela Sailing Week. Estas regatas poderão ser acompanhadas nas paginas desse blog.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Orson em Punta 2007


Este posting foi escrito logo após a participação do Orson Sk30 no Circuito Atlantico Sur Rolex Cup em janeiro de 2007, que foi minha estréia em eventos internacionais. Decidimos publica-lo agora pois foi também minha estréia na tentativa de registrar por escrito para os amigos as aventuras do Orson e de seus muitos tripulantes. Ele antes tinha sido publicado no site da Marevela, mas o seu melhor lugar é junto com os relatos deste blog.
Foto a largada louca da regata longa

Orson em Punta - 2007
Posted by Trap on Monday, December 22, 2008

Estou desde a Semana de Vela de 2006 fazendo campanha com o Orson, um Skipper 30, montado na Ilha Bela pela Marevela. Tínhamos acabado de correr a Santos Rio, o Circuito Rio e a última etapa do circuito da Ilha Bela e planejávamos, como atividade de verão, correr a Semana de Vela de Florianópolis na primeira semana de fevereiro.
Estávamos fazendo os preparativos para esse evento – acerto do barco, fechando a tripulação e organizando o transporte quando, por ocasião da Caipirinhas Cup, evento que fecha o ano, o Jose Nolasco nos lançou o desafio. – Se vocês vão viajar para o sul para competir, por que não ir um pouco mais longe e correr o Circuito Rolex Atlântico Sur em Punta Del Este. Esta competição, além de fazer parte do Circuito Internacional de Regatas Rolex, que compreende as regatas de maior prestigio no mundo, como a Fastnet, a Sidney-Hobbart, a Mid-Sea, a Giraglia, a Saint Thomas Sailing Week etc., é ainda a primeira etapa do Campeonato Sulamericano da classe IMS e ORC e cuja segunda etapa é aqui na Semana de Vela da Ilha Bela – uma oportunidade única!
Inicialmente parecia difícil. Nunca tínhamos feito uma competição internacional. Levar o barco por terra era inviável. Levar velejando um 30 pés até o Uruguai parecia difícil. Alem de tudo estava em cima da hora, pois o campeonato começava na segunda semana de janeiro com uma regata Buenos Ayres – Punta Del Este. Mas mesmo assim ficamos muito animados com a possibilidade e começamos a nos reorganizar.
A tripulação teve algumas baixas e o esforço orçamentário foi maior, pois a viagem seria mais longa e custosa. Mas no fim tudo deu certo. Conseguimos um transportador competente que além de tudo é ótimo proeiro, o Guilherme Streb e o nosso companheiro de YCI, Gonzalo Cardoner, que estaria em Punta nessa ocasião, se juntou à empreitada trazendo consigo outro Gonzalo, seu amigo, como tripulante reserva. Assim comigo, o Edmar e o Zezinho, da nossa tripulação tradicional, estávamos completos, faltava apenas chegar lá a tempo.
O YCI, através do Nolasco, entrou em contacto com o Yate Clube Argentino e conseguiu todo o apoio a nossa participação. Ficamos sabendo ainda que a regata Buenos Ayres - Punta Del Este poderia ser descartada no Circuito, caso todas as regatas fossem corridas e não valeria para o Campeonato Sul-americano, isso nos deu um pouco mais de tempo.
Dia dois de janeiro, com vento NE, o Orson zarpou da Ilha Bela para Floripa com o Guilherme navegando em solitário, que é o jeito que ele mais gosta de navegar. O Guilherme é adepto da sadia teoria de quem anda contra o vento é navio, então o principal instrumento para viabilizar uma viagem dessas é a previsão do tempo que permite utilizar as janelas adequadas para uma viagem rápida e segura.
Escala de dois dias em Floripa para o vento voltar a soprar da direção certa, e mais outra em Rio Grande idem, aproveitando aí para fazer os procedimentos para sair do país. O Guilherme calculou o horário de zarpar para chegar com dia em Punta e o Orson vinha andando tão rápido que era quase certo chegar antes da frente que se aproximava. Em todo caso o porto de La Paloma era uma opção caso a viagem se atrasasse. No sul as janelas são mais curtas e a frente pegou o Orson quase chegando, a umas 18 milhas de Punta. Com 40 nós de SO, o Orson levou 8 horas para fazer o que se pensava fazer em 3, e depois de uma boa descabelada, como diz o Guilherme, chegou a Punta Del Este ao cair do sol, junto com os ponteiros que chegavam em popa numa Buenos Ayres-Punta de recordes.
Com menos emoções, no dia seguinte, chegamos eu, Edmar e Zezinho de avião via Montevidéu para encontrar o Orson já ancorado, lavado e o Guilherme tomando chimarrão. Na viagem de ônibus não pudemos deixar de notar que todos os outdoors na estrada eram estaiados o que dava uma boa indicação das condições de vento no local.
Tivemos um dia de intervalo para nos instalarmos, transformar o barco novamente em barco de regata, isto é carregar para o hotel tudo que não fosse essencial para a regata ou material obrigatório, fazer a inscrição, colar os adesivos, hastear as bandeiras etc.
A marina em Punta Del Este é uma marina publica composta por quatro grandes piers, três deles ocupados pelos veleiros inscritos, que dão diretamente para a praça do porto, como se fosse uma versão gigante do píer da Vila na Ilha Bela e os clubes tanto YCA, quanto o Yate Clube Uruguaio ou o de Punta Del Este, são prédios que dão para essa praça e ruas próximas. O Orson ficou lá para o fim de um desses piers, com sua bandeira brasileira e o galhardete do YCI tremulando, entre dois grandes veleiros Argentinos, o Sur e o Audi. Éramos o único veleiro brasileiro inscrito no Circuito.
Dia seguinte começa o Campeonato com duas regatas barla sota na baia de Maldonado, o lado protegido de Punta Del Este, onde fica a raia de regata. O Gonzalo Cardoner ainda não chegou, vai correr o Gonzalo reserva. Dia radioso, sol, mas temperatura amena, vento NE em torno de 15 nos já cedo de manhã e com o sol deve apertar. Saímos para raia umas 11 horas. Estamos um pouco tensos. Muitos barcos (74). As maquinas da IMS, passam por nós – Matador, Flash Gordon, Personal. Começamos a procurar nossos competidores, o Biguá e o Matrero que ganharam a ORC B e A na BUE-Punta, o ultimo e tambem o Bizzarro, nossos conhecidos da Ilha. Tentamos nos concentrar em barcos de tamanho similar já que estes é que vão estar a nossa volta. È difícil diferenciar os IRC dos ORC. A largada não é por classe, mas por tamanho. Todos os Às e depois todos os Bs. Nós saímos na segunda largada Ims, IRC e ORC juntos. A divisão é por rating. Nós e o 7 somos os ratings mais altos da ORC B. Vai ser difícil ter idéia de como estamos em relação aos outros. Estão junto conosco barcos de até uns 34 pés de varias classes.
Largaram os As sem problema e la vamos nós. Largamos bem. O skipper 30 orça muito, o que nos permite de nos livrar dos outros barcos, mas precisamos acertar o lado e não conhecemos a raia. Claro, não acertamos o lado na primeira orça e chegamos no meio do bolo, entramos no popa. Nossa o vento apertou bem! Tem quase 20 aparente e estamos em popa. Estamos em um bolo de 34s, Marina, Nuria, Canuto 3 mas acho que é tudo IRC, o Biguá está para traz e o 7 pra frente. No jaibe quase atravessamos. Mas o leme acabou respondendo e logo trouxemos o barco para o curso e enchemos o spi de novo. O problema é que os outros barcos estão tão perto que tiramos uma fina. Quase! Agora é o de trás que está atravessando. Uffa!! chegamos na bóia, balão pra baixo. Agora vamos acertar o lado. A segunda e terceira voltas foram mais tranqüilas. O vento caiu um pouco, mas nunca abaixo de 17 nos. Chegamos acho que bem. Não deixamos ninguém passar inclusive os 3 barcos maiores da IRC, o Marina e o Canuto 3 ficaram bem para trás e o Nuria chegou colado. O 7 da ORC chegou na frente, mas paga pra nos. Mas na verdade, não dá para ter idéia da colocação. Iríamos saber depois que tínhamos ficado em 3º. O Biguá corrigiu na frente e o Bicho, que nem vimos na raia, ganhou.
Segunda largada, o vento caiu pra 15 nos. Perfeita. É difícil acompanhar a orsa do Orson! hahaha. E agora já conhecemos a raia. 6 pernas sem erros e chegamos de novo logo na frente dos dois irc maiores, o Marina e o Nuria e o 7, que paga pra nos, ficou bem atrás. O Biguá também parece ter ficado mais pra traz dessa vez. Será que deu pra ganhar? Na volta esperamos os resultados no restaurante do YCA. Chegamos em 2º na segunda regata, pois um tal de Charango 2, que também não vimos na raia, corrigiu na frente. Agora sabíamos quais eram os adversários, mas não adiantava velejar contra eles, pois ganhavam chegando atrás, tínhamos que velejar bem e abrir. Bom não tínhamos do que reclamar os resultados eram muito bons. Só nos restava o Moby Dick e o morcego (da Bacardi que é o patrocinador , digo, o patrocinado não oficial da tripulação do Orson, que consumiu quantidades despropositadas desse rum durante a viagem) para comemorar.
Dia seguinte, day off para conhecer Punta. Passeio de barco a Isla Gorriti e cocktail para os comandantes no Yate Clube de Punta del Este. Vou ter de estrear o blazer de capitão e presentear os comodoros com o galhardetes do YCI. Mais tarde é churrasco na casa do sogro do Gonzalo Cardoner. Carnes nunca dantes experimentadas e mais morcego pra rebater. Amanhã é a longa até LaBarra, limite norte do balneário de Punta del Este. Eu não vou poder correr esta, pois tenho um compromisso nos arredores de Punta, vai de novo o Gonzalo reserva, agora no meu lugar.
O percurso La Barra, larga do canal entre a Ilha Gorriti e a Punta Salinas (em frente a parte antiga da cidade) em direção a uma bóia na praia Mansa dentro da baia de Maldonado, depois volta pelo canal da ilha Gorriti, contorna o baixo Del Este e vai em direção a uma bóia junto ao farol da ilha dos Lobos, uma ilha a umas 3 milhas fora da praia Brava, depois uma perna até uma bóia junto aos famosos dedos, na praia Brava e de volta na bóia na ilha dos Lobos e daí rumo a bóia junto a praia de La barra e volta para chegar próximo a largada contornando o baixo Del Este, um total de uma 23 M ..
Ventão de SO de mais de 20 nos, a largada vai ser em popa e uma para todos os barcos juntos (65). O canal é estreito e está muito agitado, com ondas bem grandes. É uma loucura total! um monte de barcos de tamanhos e velocidades muito diferentes, vento e corrente empurrando e todos tentando não estourar. O pior é que está favorecendo sair sem direito. Tiro de 1 minuto, muita tensão o Matador vem vindo também sem direito, acelerando e desviando de vários barcos e abrindo uma brecha para nós. Balão pesado pra cima e vamos em frente junto com ele. Depois de vários sustos, os barcos próximos com direito jaibaram e conseguimos encontrar um caminho mais ou menos administrável, apesar de varios apaga-balão, quando os maiores nos ultrapassavam.
Saindo do canal o mar alisou e a adrenalina deu uma baixada permitindo que admirássemos o maravilhoso espetáculo daquele mundo de balões, naquele dia perfeito de ventão e os prédios da paia Mansa no fundo. O Matador disputando com os outros ims A, já vai lá na frente quase chegando na bóia. O orson está voando baixo com os nossos já conhecidos 34 da irc em volta, o 7 um pouco a frente e o Viernes logo atras. Breve será nossa vez de tirar o balão e começar o contravento até a ilha de Lobos.
Genoa pra cima balão para baixo, temos agora um longo contravento até a ilha de Lobos. No meio do contravento o vento caiu e virou SE a parte da flotilha que foi para dentro se deu mal, Nós ficamos no meio e seguramos a onda, continuando perto do mesmo grupo de barcos. Quem foi para fora se deu bem. Chegando na ilha de Lobos teve uma espécie de barla sota até a praia Brava e de volta a Lobos e depois um longo través folgado de balão até La Barra. Até aí estávamos mais ou menos nos segurando. Como o vento tinha caído subimos nos Lobos o spi maior e mais leve e ficamos com ele na volta de La Barra. Mas nessa perna o través ficou bem forçado e começamos a sofrer. Eram varias quase atravessadas. Folgando o burro da mestra e a sota, o barco logo se recuperava e retomava o rumo, enchendo de novo o balão, mas era claro que estava overpowered e o certo era fazer um peeling de balão. Nós não temos porém uma segunda driça de balão e ficar sem balão ali era a morte, decidimos agüentar firme. O Marina, o Nuria e o 7 com quem tínhamos nos mantido junto abriram, e o Viernes encostou e acabou nos ultrapassando quase na chegada.
Chegamos em 6º na ORC B, o Coni e o Charango corrigiram la de trás para pegar 1º e 2º o 7 ficou em 3º o Ghost ainda corrigiu na frente do Viernes que ganhou de nós. Ufa`! ainda bem que ao menos o Biguá nós conseguimos segurar. E o Bicho? Também foi mal, ficou em 10º. Amanhã é outro dia e é barla sota. Oba! Apesar do cansaço uma passada no Mobydick e um morceguinho é de lei.
Hoje é o dia decisivo. Lindo céu azul vento E de uns 15 nós. Vamos para raia cheios de gás. È hoje. Tiro de 5 pros As, todo mundo muito agressivo e acaba dando em chamada geral. Largada dos As. O vento virou pra SE favorecendo a bóia. - Não! Não; voltou pro Leste, vamos largar aqui mesmo. Largada perfeita. Estamos velejando na frente da flotilha junto de novo com o Nuria que está muito bem, em volta só tem IMS. Regata perfeita. Os outros estão bem para trás. Acho que dessa vez deu.
Segunda largada, de novo perfeita junto a juria. - Edmar tu ta ficando bom nisso! O vento mudou de novo e favoreceu o lado de fora. Damos o bordo logo, a barla do Max Power (IRC) que cambou logo que viu a rajada. Começa uma briga de orça. - Água!, Água! brada o Max Power. -Venga, venga que tienes água! sapeca o Edmar em portunhol, subindo mais uns 5 graus na rajada. Em menos de 1 minuto o Max Power cai na popa e camba, sem antes porém deixar de ouvir o comentário maldoso do Zezinho – Oh cara, parece bobo, tu não viu o nome do barco! Estamos voando baixo, bem na frente dos nossos amigos da IRC e de vários IMS. Mas bastou ficar muito confiante e la vem besteira. A mesma rondada de vento que favoreceu na largada agora voltou e erramos o lay line. Um bordinho no fim resolvia tudo, mas estamos no meio dos ims e o trafego na bóia está difícil. Boca grande é o diabo! não queremos cruzar umas popas e resolvemos insistir, confiando nas qualidades orsadoras do Orson. Pegamos a bóia.
Três xingamentos adiante, manobra de balão abortada, começamos a pagar o 360º antes mesmo da spare buoy. Como barbeiragens tendem a se somar, de súbito surgindo do nada uma mancha laranja é OD 27 Quara, que passa a menos de 1 metro de nossa proa. – Ta loco pibe!!! Grita um portenho de olhos arregalados. Bandeira vermelha. E la vai mais um 360º. Em fim balão pra cima e lá se vai nossa chance de vitória. Mas mesmo assim estávamos muito bem e agora sem o salto alto, terminamos de novo logo atrás de nossos amigos da IRC, Nuria e Marina. Tínhamos ficado em 2º Nossas palhaçadas na bóia permitiram que o Charango corrigisse na frente. Mesmo assim`, com o 1º e o 2º lugar, garantimos o premio de melhor do dia e estávamos na frente nos pontos (1 ponto na frente do Charango) mesmo sendo obrigado a descartar a Buenos Ayres-Punta e engolir o 6º lugar do La Barra. (O Charango pegou 2º , o Coni 3º , Viernes 4º na 1ª regata e na 2ª o Bicho ficou em 3º o 7 em 4º e o Coni em 5º) Estávamos eufóricos. MobbyDick e Morcegon para comemorar.
Última regata, Volta ilha Gorriti. Surpresa amanheceu sem vento. Segunda surpresa um enorme navio de passageiros estava ancorado bem no local da largada. Mudança nas instruções. Largada mais para fora no canal entre a Gorriti e a Punta Salina. E lá vamos nós a motor para a largada que vai atrasar 1 hora a espera do vento. La pelas 13 horas, uma brisa começou a entrar de ENE permitindo que se começasse o procedimento para a largada única de spinaker em direção a uma bóia fora no baixo Del Este, que nos faria aí contornar a Gorriti e seguir para a Punta Balena. Alem dela, no fundo da baia de Solanas, estava a bóia que tínhamos de contornar e voltar para terminar na entrada do porto, ao todo umas 15 M. , pelo jeito ia ser longo.
A largada foi confusa, vento bem fraco de través até a bóia e depois empopada até a Punta Balena. Ficamos presos no meio dos barcos e com dificuldade chegamos até a bóia e a contornamos junto com muitos outros em compromisso. O vento refrescou um pouco (8 a 10 nos) e rondou para o leste e começamos a andar. Jaibamos para terra onde parecia ter mais vento depois da sombra da Gorriti, ainda vimos que o Charango que estava perto, mas mais por fora ficou cobrindo o Biguá. Tinha mesmo mais vento, e estávamos andando melhor. Mas o vento logo depois parece que entrou por fora também e os barcos que ficaram por lá não estavam ficando para trás. Chegamos junto a praia e jaibamos e convergimos com os barcos que vinham de fora na Punta Balena. O Charango estava para trás, mas não muito. Péssimo sinal. Jaibamos para a bóia, que estava bem para dentro, num rumo de través. Tiramos o balão, contornamos a bóia dando um bordo para fora em direção a ponta. O Charango foi pelo bordo da praia que o favoreceu. Convergimos na Punta Balena, ele tinha ganho bastante. Seguimos bordejando pela praia e nós começamos a abrir. Mais para perto da chegada o vento ficou muito instável. Muitos buracos com algumas rajadas fortes localizadas e com rondadas de mais de 20º . Tentamos aproveitar, mas não estávamos abrindo o suficiente. Cruzamos 2 minutos na frente, mas eu sabia que tínhamos perdido. O Charango ganhou, nós ficamos em 2º , o Bicho em 3º , o 7 em 4º e o Coni 5º . Isso dava o campeonato para o Charango, nós ficamos em 2º e o Coni em 3º .
Tinha acabado! Aquele campeonato maravilhoso tinha acabado. Organização perfeita. Metereologia ideal. Acolhida calorosa nota dez. Fizemos uma bela campanha. Nossos corações tinham agüentado as emoções e os fígados o morcego e agora só faltava se arrumar para ir a festa no Cassino Conrad. Felizes e emocionados recebemos o premio e fomos homenageados com muitas palmas e aclamações pelos Argentinos e Uruguaios pela nossa performance no Circuito e pela viagem feita pelo Orson para representar o Brasil no país vizinho.
Agora é a vez deles virem para cá e vamos recebê-los com o mesmo calor no nosso Clube aqui na Ilha Bela. Estamos a espera de braços abertos e preparados para .........ganhaaar!!! MAISAAAAAHHHH.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Premiação Campeonato Sulamericano ORC 2007



O Orson em 2007, numa brilhante campanha, conquistando segundo lugar na ORC club, no Circuito do Atlantico Sur em Punta del Este e o terceiro lugar na Rolex Ilha Bela Sailing Week, venceu O Campeonato Sul Americano de ORC Club. Neste video da TV Ancoradouro podemos ver algumas cenas das regatas da RISW e a entrega de premios aos vencedores do Sulamericano.