segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Niulargue - Les Voiles de Saint Tropez

Um lindo cutter classico veleja bem em frente de Saint Tropez antes do Mistral entrar
Largada com os gigantes do inicio do seculo XX


enfrentando o Mistral.


com o deck sob as ondas.


e a retranca quase na água.
A Niulargue

Aproveitando esse periodo pós Rolex Sailing Week, enquanto fazemos a revisão do motor do Orson e o deixamos pronto para o lançamento da nova Regata Santos Ilhabela, no fim de agosto, voltamos aos sonhos.
Dessa vez gostaria de focar a “Niulargue” também conhecida como “Les voiles de Saint Tropez”. A Niulargue é a mais antiga e maior regata de veleiros clássicos no Mediterrâneo. Ela reúne todos os anos no começo do verão Europeu os mais prestigiosos veleiros, clássicos, novos classicos e de época do mundo, em uma serie de regatas ao largo de Saint Tropez. È um verdadeiro show de historia da vela e uma festa para os olhos. È particularmente emocionante quando, como no ano passado, entra um Mistral. È impressionante ver esses clássicos, super bem conservados, utilizando tecnologia, já ha muito ultrapassada, para controlar sua velas, com mais de 30 nos de vento. Ao contrário dos barcos de hoje, eles raramente tem guarda mancebo (a tripulação tem que ser muito boa pra não ir pra água), são pesados, estreitos, tem uma retranca enorme, inclinando muito e como tem o costado bem baixo, o deck de sota esta a maior parte do tempo coberto pelas ondas. Mante-los sob controle é um verdadeiro show de marinharia que vale a pena ver (fotos sempre do mestre Borlenghi)

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Rolex Ilhabela Sailing Week 2009




Em cima:Em foto de Carlo Borlenghi o Loyal o grande campeão da ORC Internacional Geral, olhando bem, voce pode ver nossos ex tripulantes Manga e Gengivinha, brilhando na tripula.,




Em foto de Thomas Kremmer Eu, todo molhado mas contente, recebendo o premio do terceiro lugar no Sulamericano.


Abaixo: Em fotos de Carlo Borlenghi O ventaneiro o inalcansavel campeão da orc int 600; mais a baixo a chuva na Ponta das Canas










Sábado, 11 de julho 2009

Ultima Regata Barla Sota (cancelada)


Para desespero dos que esperavam melhorar sua posição, inclusive o Orson, ficamos desde as 12 00 boiando na ponta das Canas a espera de vento. Enquanto isso as pancadas de chuva se sucediam, o tempo ficava cada vez mais feio, o barômetro caia, indicando que a frente estava próxima. As 15 00 a juria cancelou a regata e voltamos para o clube. A 36º Rolex Ilha Bela Sailing Week estava terminada e os resultados eram os da véspera. Ficamos em 9º na classe e o pênalti na regata de médio percurso nos colocou atrás do Don Quichote em 3º no Sulamericano. O Audi Santa Claus, com a excessão da Alcatrazes, que por um erro não cruzou a linha e da ultima regata que o vencemos, ganhou todas as outras regatas fazendo um campeonato brillhante. Nós desde o ano passado melhoramos muito, mas falhamos em momentos cruciais e estamos ainda muito irregulares. Os 40.7 de novo deram um show. O Ventaneiro é imbatível, está no tope de sua performance, plenamente desenvolvido tanto de medição quanto de tripulação. O Zeus e o Absoluto não ficam atrás. O Wiki wiki, no Rio de Janeiro é difícil de alcançar, aqui já está mais alcançável, mas ainda é um rival temível. Os da escola naval também melhoraram, particularmente o Dourado, mas este ano ao menos conseguimos supera-los. São, porém, um importante obstáculo para que a gente alcance, no tempo corrigido, os azes da flotilha. O Jazz também fez uma ótima campanha, particularmente na Alcatrazes, onde soube aproveitar a largada brilhante e não descolar dos ponteiros, obtendo um ótimo resultado. Nas barla sotas velejou de forma mais irregular. Deu boas largadas e acertou algumas vezes o lado, mas por varias vezes passou o lay line, nos dando moles que não merecíamos. Mesmo assim quase nos levou na segunda (5 segundos). Fez também uma ótima ultima regata, nos dando muito trabalho na primeira volta de uma regata que foi o nosso melhor resultado.

Nós, depois de mais de um ano, a tripulação continua mudando, dois dos tripulantes correram pela primeira vez no barco na regata de Alcatrazes, sem nenhum treino prévio. Outros dois se juntaram a tripulação no warm up. Por sorte um dos tripulantes novos, o Lucas Ostergreen - oTutu , tem grande experiência e contribuiu enormemente para a evolução do nosso desempenho. Os outros cinco são a nossa tripulação base que correu em Punta e Floripa e alguns tambem nos eventos de 2008. Mas uma maior constancia da tripulação, treino e particularmente organização previa (aí eu me penitencio pessoalmente), dividindo com o skipper a responsabilidade de supervisão da preparação do barco, de seus equipamentos obrigatórios e da tripulação é fundamental para a melhora dos resultados. Vamos trabalhar nisso.

Por outro lado os organizadores da ORC Internacional estão sendo pouco sérios no estabelecimento de critérios de separação de suas divisões. Tanto o critério adotado em Florianópolis, jogando todo mundo para competir com as maquinas de regata da orci 500, quanto no da RISW, de jogar parte (não sei definido por que) dessas maquinas para orci 600, tem o mesmo resultado, que é desincentivar os veleiros cruiser racers dessa divisão. Se não fosse pela salutar competição com os 40.7 do Rio de Janeiro e com os nossos colegas da orci 600 argentinos, já teria me decidido pela orc club, como classe mais adequada para os cruiser- racers, mesmo os mais competitivos, como os Malbec 36. Nesse segundo semestre precisamos discutir com os velejadores competitivos de cruser racers (Malbec s, 40.7s, imx s etc.) em que classe deveríamos nos reunir para ter uma competição interessante. Na Argentina é certamente a ORC Internacional 600, mas aqui não sei.

Por fim não é possível escrever sobre este evento sem falar que, mesmo já tendo feito uma boa dezena de semanas de vela da ilhabela, essa foi impressionante! Impressionante pelo numero de barcos. Impressionante pelo nível da competição. Impressionante pela organização perfeita e pelo profissionalismo. Impressionante pela Marina do clube repleta de veleiros rivalizando com qualquer marina do Mediterraneo. Impressionante emfim pela beleza da natureza a nossa volta. Dias maravilhosos, com todos os humores que o mar e o vento costuma nos apresentar. Pela Ilhabela que por mais que voce conheça não para de nos surprender e encantar. Emoções, experiências e imagens que ficarão na memória para sempre. Agradeço mais uma vez de estar vivo e poder tê-las vivido e as dividido com todos vocês.

PS: Para completar a multiplicidade de experiências dessa Semana de Vela, na noite de sábado para domingo, depois da entrega de prêmios, por volta das 02 00, entrou a esperada frente fria, com ventos de mais de 50 nós, que se mantiveram por perto de 4 horas e por outras 4 em torno de 30 nós. Varias arvores foram derrubadas, o race vilage na vila foi em grande parte destruido e o fornecimento de energia foi interrompido. Havia ondas de 1m ½ dentro do canal. Em frente ao Pinda um veleiro rompeu a amarra e foi para a praia, o mesmo com uma lancha junto a vila. No YCI o quebra mar da marina fez o seu serviço, protegendo os barcos, mas as condições eram muito sérias. Uma lancha amarrada ao quebra mar encheu d´agua e sem bomba funcionando afundou. Vários barcos no píer sul ,que estavam amarrados de popa, muito perto do cais, se chocaram contra ele, sofrendo algumas avarias por sorte menores. Alguns botes foram danificados e um veleiro na poita rompeu a amarra e foi para a praia.
Apesar das condições muito violentas houve poucos danos, os guarda piers do YCI, ajudados pelo pessoal da segurança, fizeram um trabalho admirável, reforçando amarras e afastando barcos, pois grande parte dos barcos não estavam com tripulantes e alguns não contavam com a violência da frente não foram amarrados suficientemente longe dos piers nem com suficientes defensas. Os botes do clube tambem efetuaram salvamentos rebocando barcos e eventualmente desencalhando o veleiro que rompeu a amarra.

Este temporal, muito menos violento do que o que assolou Punta del Este a algumas semanas, nos mostra a rápida mudança das condições no mar. Como locais super protegidos e onde estamos acostumados de forma confiante a velejar e ancorar, podem rapidamente se tornar perigosos, sendo necessárias todas as precauções para enfrentar essas situações e principalmente acreditar, apesar da indiferença provocada pela força do habito, nos avisos de mau tempo.

Rolex Ilhabela Sailing Week 2009

Na foto de Carlo Borlenghi o Negra vencedor da orc internacional geral, infelizmente os fotografos famosos não se interessam por barcos menores e não há fotos nem do Ventaneiro nem do Orson.




6ª feira 10 de Julho 2009

Regata Barla Sota


O dia amanheceu sem vento e meio encoberto já prenunciando a frente fria que se aproxima. Apesar da previsão de sul, um NEsinho ridículo de uns 5 nós marcava sua presença e a juria foi para a ponta das Canas. Depois de uma meia hora de recon montou-se a raia para o NE, que agora atingia uns 8 nós, apenas o suficiente para dar a largada. Demos a largada um pouco prejudicados pelo ASA, que largou por cima de nós e fomos em a direção da ilhabela. O vento começou a cair do lado da ilha antes do lado de cima da raia, pois era um prefrontal de sul que estava se aproximando. Os barcos que vinham por cima fizeram a bóia primeiro colocando os seus balões. Nós não tínhamos vento para chegar na bóia e a medida que os barcos chegavam perto, seus balões murchavam. La em baixo já entrava o sul e os primeiros barcos subiam suas genoas. Estávamos em ultimo sem conseguir chegar na boia. Quando para nossa alegria a juria, pelo radio, cancelou a regata e pediu para que nos dirigíssemos para o canal para uma segunda largada. Este cancelamento correspondeu a primeira vitoria do dia Oba!! Em fim os fados sorriem para o Orson!
Ligamos o motor e la fomos nós para a ponta das Canas só de mestra. Já perto da ponta a pré frontal entrou com rajadas primeiro de 20 e depois 25+ nós, com alguma chuva. O vento se manteve forte até que a juria se posicionou em frente a praia da Armação e a bóia foi colocada em frente a vila. O vento caiu para uns 16 nós e estabilizou. A correnteza de sul estava forte, prenunciando a frente que estava a caminho. A largada foi dada com vento sul de 16 nós e nós largamos bem em direção a ilha bela. Passamos a dar bordos curtos junto a ilha no meio dos barcos grandes que tinham mais dificuldade de manobra. Ficar fora da correnteza era fundamental e conseguimos faze-lo entrando até o fim nas praias da Siriuba, barreiro, ficando entre as bóias do YCS, entre as poitas do YCI e passando encostado (tendo mesmo que arribar) ao quebramar da marina, passando perto do baixio do grêmio e do píer da vila. A tatica deu certo, fizemos a bóia junto com o Ventaneiro e junto com barcos muito maiores. O Jazz nos acompanhava. Sabíamos que estávamos bem. Subimos o balão com o Jazz na nossa cola, nos forçando a ficar no raso junto ao clube. Já no meio da marina uma rajadinha nos permitiu abrir o suficiente para arribar e jaibar para fora, para a correnteza, nos livrando da perseguição. Na correnteza, com o ângulo ideal, jaibamos de volta e fizemos a bóia bem junto com o Absoluto e o Zeus. Trocamos bordos com eles de novo junto as praias e nas poitas do YCI, claro eles abriram mas nós acompanhamos. Fizemos a bóia de novo perto do Leticia, já com um jaibeset, indo direto para a correnteza. Dessa vez em fim o Audi estava para trás. Cruzamos uns 30 segundos a frente do Audi. Tínhamos certeza que dessa vez tínhamos ido bem.
A regata foi vencida pelo Ventaneiro, garantindo um 4º na geral e o Orson ficou em segundo e em 6º na geral, o Absoluto em terceiro e 7º na geral, seguidos do Zeus, Chivas, Audi em 6º da classe e Jazz em 7º e o Don Quichote em 12º .
Estavamos exultantes. A tripulação se abraça emocionada, as diferenças e pequenas disputas desaparecem. Em fim o resultado que esperavamos e precisávamos.
Um pouco tarde para a vitória no sulamericano, mas ainda dá para, dependendo da ultima regata, ficar em 2º (os bandidos dos 4 pontos do pênalti estão pesando agora, estaríamos já em 2º no sulamericano e a 1 ponto do Wiki wiki). Na RISW também com esse resultado e os descartes, estamos em 9º na classe, mas talvez ainda dê para melhorar uma posição, pois o Wiki wiki não está tão longe e não está andando bem. Alem disso se a classe fosse realmente 600 este 9º seria um 6º, pois 3 dos barcos a nossa frente tem rating de menos de 600.


Nas ultimas cenas do video abaixo podemos ver o Orson muito bem colocado fazendo a boia de barla logo a frete do Jazz e do Absoluto.


Rolex Ilhabela Sailing Week 2009






nas fotos: em cima em foto de Thomas Kremer uma das largadas com chamada geral o Orson ja vela direita girando para retornar.
logo abaixo em foto de Carlo Borlenghi em fila quatro competidores e o Orson no meio segura os dois S40. Por fim em foto de Thomas Kremmer O orson em um jibe set atras do Wiki Wiki (será o punho?, será o tope?!!!)



5ª feira 9 de julho 2009

Regata Barla Sota


O dia começou para nós com uma homenagem a São Paulo pela Chri e o Mesquita, que são fãs da revolução de 32, com bandeira hino e tudo. Nós do Orson, que a tripulação acabou se constituindo de uma colcha de retalhos de origens - 2 gauchos, um argentino, um carioca, um paulista e 4 caiçaras- (é o Caiçaristão também é São Paulo!), entramos na homenagem meio surpreendidos, mas não podemos desperdiçar qualquer oportunidade para levantar o moral abalado pelo pênalti da véspera.

Bom, mesmo 8º essa é nossa melhor colocação. Não é? - Cala boca óh Poliana e vamos em fim botar pra quebrar! Rosnam os mais competitivos da tripula. Lá vamos nós pra raia.
O sol esta forte e o vento é NE fraco. Tomara que firme! Deve firmar com todo este calor. Como sempre saímos atrasados, mas a comissão esta la com a indefectível recon asteada. Uma boa hora para o vento firmar e começam os procedimentos de largada. Duas largadas com chamada geral em fim a bandeira de contornar as extremidades. Agora vai. Em fim a largada, largamos bem posicionados mas meio atrasados, pois tivemos que dar uma arribada na linha pra não estourar, sorte que tinha espaço. O vento estava fraco uns 10 nós. De novo o Audi largou na frente. Tentamos dessa vez ir por cima, que parecia ter mais vento. No meio da raia demos o bordo para direita até a lay line e chegamos la com o Wiki wiki e o Bomix e demos o bordo no meio dos dois. Erramos por pouco a lay line e tivemos que dar um bordo curto de aproximação evitando o Bomix que fez a bóia antes. Resolvemos no ultimo momento que o lado da ilha é que estava favorecido e pedimos ao proeiro para virar o balão para um jibe set. E la fomos nós pro jibe set. balão pra cima, derrepente contraordem. Balão pra baixo. Confusão e de novo balão pra cima. Vechame ! O balão tinha subido pelo punho até a metade. No fim da regata esta manobra foi a gozação de todos os amigos. - Vocês vão receber outro pênalti! Levantaram um assimétrico não medido rsrsrsrsr!!!!! Nós não achamos a menor graça, muito menos o nosso proeiro, principal vitima da troça. Fora a vergonha, perdemos alguns segundos preciosos, permitindo que o Audi abrisse mais um pouco e o Don Quichote chegasse mais perto. Mas ainda estávamos bem e fizemos um bom popa na frente dos 40.7 da escola naval e brigando com o Absoluto. O segundo contravento foi bom e sem novidades mantivemos a distancia do Audi e abrimos do Jazz e do Don Quichote. O Absoluto, como era de se esperar, abriu. Depois de uma baloada boa cruzamos três minutos e meio atrás do Audi. Ficamos em 10º, o Audi em 8º, o Bomix corrigiu entre nós em 9º. Ganharam esta o Chivas, com o Leticia em 2º e o Ventaneiro em 3º , seguidos do Sony, Wiki wiki , Zeus e ASA. O Don Quichote corrigiu em 11º (por 1 segundo ufa!!!) e o Jazz ficou em 14º.



Não foi uma má regata, mas não era o que esperávamos, nem o que precisávamos para reverter o clima de insucesso.


Na volta quando já voltavamos para casa o vento mais forte que esperavamos entrou, uma prefrontalzinha de sul com uns 18 nós e rajadas de 20 e poucos. Aproveitamos para motor-sail de mestra em cima para o clube. Mas a festa durou pouco pois o motor resolveu pifar. O diesel estava contaminado e entupiu o filtro racor. O Edmar de timoneiro vira mecanico e rapido faz uma gambiarra bypassando o filtro. O motor funciona, mas agua não faz exatamente muito bem para motores diesel.

Rolex Ilhabela Sailing Week 2009


Nas fotos: Em foto de Carlo Borlenghi neblina logo antes da regata, Em foto de Thomas Kremmer O Orson na largada, em foto de Carlo Borlenghi o Sony Handicam no ISO da ponta da Sela antes de se enterrar Por fim em foto de Thomas Kremmer o Orson de balão



4ª feira, 08 de Julho 2009

Regata de Médio Percurso

Amanheceu um dia bonito mas com muita neblina e apesar de uma previsão de Leste, logo de manhã, uma viração de sul começou a se estabelecer. Já na água, no meio do canal, em frente ao clube, a juria decidiu-se pelo percurso alternativo, que deveria nos levar ao ISO 1 da entrada do canal perto da ponta da Sela e depois a uma bóia no alinhamento da ponta das Canas, terminando em frente ao YCI, fazendo assim toda a extensão do Canal de São Sebastião, umas 18 milhas.
A largada, marcada para as 11, novamente atrasou uma meia hora. Largamos bem perto da juria e assim que os dois barcos acima cambaram para São Sebastião, fomos juntos. O danado do Audi cambou logo a nossa frente e la fomos nós de novo atrás dele. O barco andava bem e trocamos bordos com os 40.7, Ventaneiro e Absoluto e com o ASA. Já junto ao cais da Petrobras começaram a nos alcançar os 47.7 Maria Preta e Angela Star, que faziam um bonito duelo. Mantivemo-nos no meio deles e a menos de 100 m do Audi, até depois dos Moleques, quando decidimos cruzar o canal e o sul começou a cair. O Audi, com sua genoa 1 enorme, conseguiu manter sua orsa mesmo com o vento mais fraco, nós começamos a cair cada vez mais. Perdendo inclusive varias posições para os 40.7s, chegando na marca logo atrás do Viscaya (todos dispondo de genoas maiores), mesmo o Jazz, que vinha bem atrás, pelo lado da ilhabela (nesse caso não tínhamos a desculpa da genoa), deu uma encostada.


O sul estava morrendo e decidimos apostar na entrada do leste, que costuma acontecer primeiro do lado de São Sebastião. Ao içar o balão foi para la que fomos, enquanto a maior parte da flotilha seguia, mais orçada, no outro jaibe, pela ilhabela, aproveitando as ultimas rajadas de sul, que já torciam para SW. Nós seguíamos sozinhos por São Sebastião, com bem menos vento e um pouco desencorajados íamos ficando para trás. Um pouco para frente dos Moleques vimos que o sul tinha parado do outro lado do canal e a flotilha estava parada, com os balões murchos em frente a barra velha. Só o Audi, o primeiro da fila, seguia com a brisa, da ultima rajada de sul. Pouco depois começamos a sentir as primeiras rajadas de NW, que viraria para NE e L. Subimos a genoa e começamos a orçar, sempre junto a São Sebastião. Ao passar o píer da Petrobras subimos para o lado de São Sebastião até o limite de calado. O lado da ilha estava inteiramente acalmado. Um pouco a frente, o Audi de genoa tentava cruzar para o nosso lado, o resto da flotilha, totalmente acalmada, tentava fazer o mesmo, sem nenhum sucesso. Mais a frente, depois do clube, as linhas de chegada estavam na zona de calmaria e os barcos grandes, que tinham já feito a bóia das Canas, tentavam contornar a calmaria. Os ponteiros sem outra alternativa buscavam encontrar o melhor lugar para romper a faixa de calmaria e chegar a linha. O Mitsubishi, nesse processo, tinha perdido a liderança para o Patagônia. Cruzamos com o Touche vindo de balão. Seguindo seu rumo inverso, desviamos por trás de um navio ancorado e arribamos para a bóia que estava na zona com vento leste. Ao chegar a bóia, cruzamos com vários veleiros muito mais rápidos vindo balão. Pela primeira vez tivemos a noção de que, apesar de ter perdido o contacto com o Audi, estavamos bem. Fizemos a bóia atrás da flotilha, mas grudados nos veleiros que sabíamos pagar um caminhão para nós. Voltamos de balão de novo desviando da zona de calmaria, mas o leste começava a entrar pelo canal e nos levou até a chegada.
Não é para menos que não tínhamos alcançado o Audi, o bandido não só corrigiu ganhando a classe, como chegou em primeiro no geral. Em segundo ficou o Ventaneiro, em 3º o Zeus e em 4º o Orson. Viva agora vai!! Em 5º corrigiu o Don Quixote que chegou uns 12 minutos atrás – nossa muito perto para conforto. Depois o Wiki wiki, Absoluto, Dourado, Leticia (um lindo e rápido Élan 41 de bandeira portuguesa), o Marlin e o Jazz em 12º . O Bomix, o ASA, o Sony Handicam , pasmem, ficaram para trás, em 14º 15º 16º.
Nossa exultação não durou muito. Fomos chamados para inspeção e a ausência de uma storm jib e a falta de identificação no balão medido na argentina (o balão foi remedido e era menor do que o outro, mas o problema era de identificação), nos valeu 4 pontos de pênalti, nos colocando em 8ª . Quem manda ser distraídos. È bom pra aprender. Mas a moral foi lá em baixo, todo o esforço desde Punta para nada. O Audi tinha nos escapado definitivamente na pontuação do Sulamenricano e o Don Quixote, que estava mais ou menos sob controle, agora nos escapava. Bom nos resta o Morcego!
No dia seguinte, já mais animados estávamos decididos a reagir e fazer os argentinos suarem a camisa pelo premio.

Rolex Ilhabela Sailing Week 2009






Nas fotos a cima por Carlo Borlenghi a largada da primeira barla sota, por Thomas Kremmer o Orson chegado a frente do Jazz na 2a regata; abaixo não é o Mediterraneo! é a a marina do YCI coalhada de veleiros inscritos na RISW fotografada por Paulo Lamblet.


3ª feira 7 de julho 2009-07-15

Regatas Barla Sota


Depois de um domingo de 7 horas no mar grosso com ventos fortes, tivemos na segunda o merecido lay day, com dia lindo e o leste comendo. Pena que este seria o melhor dia de vento na semana.
È bom também comentarmos aqui que nesse momento percebemos que a organização tinha mudado, como em , mas na outra direção, o critério de corte das divisões da orc internacional. A orc internacional 600 virou uma orc 570 (em floripa tinha virado 630). Essas mudanças sem critério nos prejudicaram muito em floripa e agora vão provavelmente prejudicar também o nosso resultado final. Foram jogados na nossa classe racers puros como o ASA Alumínio (ILC40), o Sony Hadicam ( Farr 42 one design), o Bomix (Farr 42 one design) e o Chivas (IMX40) nada menos que o vencedor da orc int 500 em Punta del Este, veleiros contra os quais temos, ao menos teoricamente, poucas chances.
Hoje , 3ª feira, relizamos, com vento, primeiro fraco (10 nós) e depois médio ( 12 a 15 nós) de NE virando para L, as duas primeiras barla sotas.
A largada estava marcada para as 12 00, a juria esperou uma boa hora de recon para montar a raia, para o NE, mais para longe da ilha doque o usual. Uma largada com chamada geral e na segunda lá fomos nós para o lado da ilha, depois de deixar passar alguns barcos grandes que nos cobriam. O barco estava andando bem em relação aos que vieram conosco, mas a flotilha se dividiu, indo um outro grupo para cima. O mais extremo de cima era o Jazz. Fomos até o lay line e cambamos para a bóia. No inicio parecia que tínhamos vantagem sobre os de cima, mas a rajada começou a entortar e rápido percebemos que tínhamos errado o lado. Vários dos grandes de cima fizeram a bóia e o Jazz cruzou bem na nossa frente com uns 3 barcos (Dourado 40.7 da escola naval e racers atrasados Bomix e ASA) entre nós. Na bóia invertemos as táticas. O Jazz montou jaibado, indo para a ilha e nós montamos indo para o lado de cima da raia, para tentar aproveitar o lado favorecido, que sabíamos que não era o que tínhamos vindo. O Don Quixote, muito perto para o seu rating, nos seguiu e o Audi, que tinha acertado o lado na vinda, ia já mais a frente. No popa abrimos um pouco do Don Quixote e agora pelo lado favorecido da raia, chegamos no Jazz. O Audi (ele chama Santa Claus mas desde Punta que acostumamos com o nome do patrocinador) continuava na frente inalcançável, andando muito no vento fraco com sua genoa 1 enorme.
No contravento cambamos para cima perto da bóia. Não íamos errar duas vezes o lado! O Jazz cambou mais longe a barla. Alguns bordos pelo centro da raia e chegamos no lay line. O Jazz tinha chegado um pouco antes e poderia ter cambado com vantagem, mas passou um pouco ficando sangrado a nossa barla e um pouco atrás. O Wiki wiki passou a nossa proa e cambou na frente do jazz. Com o vento sujo, nós abrimos um pouco do Jazz e fizemos a bóia antes. O vento já estava virando para o L no fim do contravento (favorecendo a nossa ultima orsa e permitindo nossa lay line adiantada) e porisso montamos jaibados, o Jazz nos acompanhou e chegamos menos do que 20 segundos a sua frente, um minuto e meio atrás do Audi e o Don Quixote vinha três minutos atrás.
O Don Quixote corrigiu na frente de todos, ficando em 5º na classe. O Audi que mede igual a nós, apesar dos seus 40 pes, garantiu um 7º e nós corrigimos 5 segundos a frente do Jazz, ficando em 11º, atrás do Wiki wiki e do Absoluto . Nossa! eu que achava que o 12º de Alcatrazes era resultado anormalmente ruim. Vamos ter que melhorar muito. A regata foi ganha pelo Ventaneiro, seguido do Sony Handicam, do Zeus e do Chivas.
A segunda regata foi feita logo em seguida com um pouco mais de vento. O L do último popa firmou. Demos uma boa largada seguindo em direção a ilha. O Audi de novo largou melhor e seguia a nossa frente um pouco a sota. O Jazz também vinha bem em rumo paralelo, atrás e a barla. Estávamos muito bem. Cambamos no lay line e o Jazz de novo passou um pouco, nos dando uma vanagem. Chegamos na bóia no meio dos 40.7s e montamos com um jibe set. Desastre! O balão enrroscou e enquanto desenrroscavamos a vela, tivemos de fazer alguns desvios radicais para evitar os barcos que chegavam, vela esquerda, no contravento. Enfim o balão encheu e baixamos a genoa. Tínhamos perdido uma posição e o Jazz tinha encostado, mas continuavamos andando bem. Seguimos em perseguição ao Audi, que mantinha uma boa vantagem. Foi uma boa baloada. Encurtamos um pouco a distancia do Audi e mantivemos o controle sobre o Jazz, na nossa popa. O Don Quixote, que no inicio nos preocupava, estava muito atrás. Chegamos na bóia para fazer a baixada com um jaibe. De novo nos enrrolamos na tirada do balão, abrindo espaço para um 40.7, que vinha perto, nos ultrapassar por dentro. Limpamos a manobra e seguimos de novo para o lado favorecido. Chegamos no lay line junto com o Wiki wiki e o Dourado. Demos o bordo e subimos para a boia espremidos entre os dois. O Wiki wiki de vento limpo fez a bóia e nós tivemos que dar um bordo curto, evitar o Dourado e fazendo a bóia e um jibe set perfeito passamos a controlar o Marlin, que já vinha perto atrás. Cruzamos em 8º, dois minutos atrás do Audi, que tinha ampliado a diferença, logo a frente do Marlin e um bom minuto a frente do Jazz.
O ASA ganhou esta regata, seguido do Chivas e do Absoluto (primeiro dos 40.7) . O Audi garantiu um 7º - dessa vez foi perto ! O Jazz 11º e o Don Quixote, com todo sua vantagem de rating, ficou em 12º . Em fim uma boa regata. A moral da tripula estava precisando. Agora é só melhorar um pouco as manobras e ganhar do Audi.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Rolex Ilhabela Sailing Week 2009


















Nas em cima em fotos de Carlo Borlenghi a largada e os competidores contornando Alcatrazes, ao lado Em foto de Thomas Kremmer o Orson voltando das ilhas e abaixo em fotos de Carlo Borlenghi o Cusy e o Patagonia voam em direção as ilhas, por fim o Patagonia chegando em Alcatrazes.







Regata de Alcatrazes por boreste

6 de Julho 2009

Ontem foi a regata de Alcatrazes. Dia maravilhoso mais de 200 barcos na raia correndo ou a Alcatrazes por boreste ou a regata de Toque Toque, dependendo da classe. A pevisão de ventão de leste e mar, já nos preparava para uma regata rápida (recorde de tempo) e dura.
A largada estava marcada para a 9 e meia, horário pouco civilizado para os padrões da vela, que costuma começar as regatas lá para o meio dia. Um bom vento de NE (uns 14 nós) já começava, porem, a se fazer sentir no canal, particularmente do lado de S Sebastião. A comissão levou uma meia hora para baixar a bandeira de retardamento e começamos o procedimento de largada.
Para nós a regata se definiu aí. Contando com vento para retornar e calculando que havia risco de estourar a linha numa largada de popa, demos uma curta volta de aproximação. Para nossa surpresa a rajada de NE parou e entrou bem fraquinha de NW. Ficamos sem vento e inteiramente encobertos pela flotilha, levando uns bons 15 minutos para largar e orçar em direção a São Sebastião, dando uma péssima largada. Muitos barcos caíram na mesma armadilha que nós, mas isto não foi consolo, quando em fim pudemos colocar o balão vimos nossos principais competidores, inclusive o Jazz, que por ser um barco igual nos serve muitas vezes de parâmetro, desaparecendo, com um bom vento, atrás do píer da Petrobras, aproximadamnte uma milha e meia a frente.
Colocamos o balão de popa e passamos a dar o maximo para alcançar a flotilha, brigando com alguns de nossos rivais argentinos, que também saíram atrasados (Chivas, Audi e Don Quichote) e alguns barcos rápidos da orc club o Katana (skipper 30) e o Miragem(BB 40). O vento NW, porem, nos obrigava a orçar e o balão escolhido não era o ideal. Na saida do Canal, por volta das 14:00, ainda com um NW de uma 15 nos, arribamos para Alcatrazes, enfim andando bem. Depois de uns 50 minutos começamos a ver os barcos mais a barla ter dificuldades com seu balões e resolvemos rápido fazer um peeling e subir o balão de través. Foi na hora certa, pois o Leste entrou forte, uns 17 nós, nos obrigando a forçar a orça para chegar na ponta N de Alcatrazes. Os barcos a nossa volta começaram a ter dificuldade para manter o rumo, com seus balões armados. O Viscaya deu uma forte atravessada e quando se recuperou arribou, o Matrero, já fazendo o seu terceiro peeling, também arribou. O Miragem depois de uma atravessada teve problemas com leme e abandonou a regata. O Chivas mais a frente e o don Quichote mais atras andavam melhor, bem mais orçados sem balão. O Audi e nós mantivemos o rumo, soltando todas as velas e arribando um pouco nas rajadas.
Junto a Alcatrazes o vento apertou e estava difícil de manter o balão, pensamos em subir a genoa, mas acabamos por agüentar. Passamos a ponta N da ilha e arribamos paralelo a costa, o vento L já estava soprando a mais de 20 nós . Um jaibe conturbado e genoa 4 para cima, chegamos no fim da ilha e orçamos de volta para a ponta da sela. Ao caçar a driça de genoa la se foi mais uma catraca agora vamos ter que caçar todas as driças na mesma. Eram 16:30, mantivemos bem alto o angulo de orsa, dessa vez não iriamos deixar, como no ano passado, cair para o lado do continente. A nossa frente estava o Viscaya, o Audi e um 40.7 , atras outro malbec 360 de cruzeiro (com um assimétrico tinha voado no traves para Alcatrases) e o ASA, que tinha tido problemas com o balão, na vinda.
Saindo do arquipélago encontramos um marzão de leste e vento de 20 a 25 nós, em suma um contravento duro, num fim de tarde lindo de sol. O ASA nos ultrapassou por barla, mas mantendo o mesmo ângulo de orsa não conseguia abrir. O Viscaia e o Malbec cairam para o lado do continente enquanto o Audi mantinha um rumo intermediário entre nós e o pessoal que caiu para a terra. O Don Quichote vinha mais atrás.
Muito mar, muita onda e muito vento (rajadas de 25 a 27), água lavando o convés o tempo todo. Todo mundo molhado. Começou a anoitecer e ficamos com uma lua cheia maravilhosa que refletia na água, enquanto mantendo sempre a mesma orsa rumávamos para a ponta da sela. Mantínhamos a proa e a velocidade do ASA, quando já bem próximos dele, ele deu um bordo para fora, mas logo voltou paralelo conosco. Chegamos na boca do canal muito para o lado da Sela e o vento derrepente merrecou. Fizemos um peeling de genoa para genoa 2. O vento mudou para NW, ainda fraco e a proa caiu para o lado do Guaeca. Nisso passou pela nossa proa, como uma sombra saída do nada, o Fatasma II, um veleiro Argentino de 45 pés. Ele subiu um pouco e deu o bordo vindo agora vela esquerda. Demos água e mantivemos o rumo, que tinha voltado a subir, com a entrada do vento do canal (NE). Nesta altura estávamos a 4 milhas da chegada ouvimos no radio que o Jazz estava a uma milha. Vai fazer uma grande regata! Comentamos. Mais alguns bordos de aproximação e vimos vários barcos chegando junto conosco na linha. O ASA passou pelo lado da ilha e tomou a dianteira. Por baixo vinham dois o Audi e o Viscaya e cruzaram repectivamente a 3 e 2 minutos a nossa frete. Nós, em fim, cruzamos em torno das 19:20 . O Don Quichote cruzou uns 15 minutos depois.
Acabamos por ficar em 12º na classe. O Don Quichote acabou corrigindo na frente ficando em 11º . O Audi estragou o supense da disputa parelha, conseguindo cruzar a linha errado e ser desclassificado (uma pena, depois de um longo dia na água), Mas como ele paga para nós, acho que íamos ganhar por pouco de qualquer jeito. O Jazz ficou em 6º, fazendo uma ótima regata e mostrando potencial do Malbec 36 quando nós não o atrapalharmos muito.
Na frente os S40 bateram o recorde do percurso chegando todos muitos próximos com perto de 6 horas e 15 de regata, o Cusy na frente, seguido do Mitsubishi e do Patagônia, mais atrás o Carioca. O Touche, que é o favorito acabou ganhando no corrigido.
A regata não foi boa e para nós se definiu na largada e não conseguimos nos recuperar. Mas continuamos com chances tanto no sulamenricano quanto na Semana. Hoje é Lay day e amanhã começam as barla sotas que são uma outra historia.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

meia noite ao amanhecer


Meia Noite é um trimarã de 25 pés projetado por Arthur Piver, construido em 1965. -Orgulho do nosso tripulante Guilherme Streb. Nesta foto tirada ao amanhecer, quando zarpava de Rio Grande para Porto Alegre, onde correu uma regata no ultimo fim de semana.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

tempestade violenta em Punta del Este
















Na noite de antes de ontem (29 de junho) uma violenta tempestade causou terriveis estragos em Punta del Este e aos barcos lá ancorados. As foto são estarrecedora para quem la esteve ha pouco em clima de regata e de festa.