terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Orson em Benos Ayres

foto por Diego Castilho Orson no YCA

Hoje a 6:00 o Orson amarrou no cais do YCA, depois de 7 dias de mar com escalas em Floripa e Rio Grande. Pela terceira vez, em seus dois anos de idade, o Orson está em Buenos Ayres. Agora, como em janeiro de 2009, para correr o Circuito Rolex do Atlantico Sur. O Comandante Guilherme Streb, que levou o barco em todas as suas viagens, está de parabens, bem como os seus tripulantes, Dudu na primeira vez e Diego Castilho, o "Remilton", nas ultimas duas.
Agora é deixar tudo pronto para a largada da Buenos Ayres- Punta dia 16.01.2010.
Até lá!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Charisma - volta ao mundo de regata em regata

Charisma chega a Hobbart
Perez Calzada e tripulantes na chegada da Transpac
O Charisma em Malta na Middle Sea Race

Charisma será o primeiro barco españhol na Rolex Sydney Hobart

O Charisma do(Real Club Náutico de Barcelona) de Alejandro Pérez Calzada será o primeiro veleiro espanhol a correr a Rolex Sydney Hobart. A sua participação neste classico, o Everest das regatas de oceano, marcará o ponto medio de seu projeto, iniciado a dois anos, de circumnavegar o globo participando dos grandes classicos da vela.

Nesse periodo sua atividade competitiva foi intensa, o Charisma, um Sparkmans Stephens de 57 pés de 1970 (similar ao famoso Tenacious de Ted Turner), ganhou sua classe na Middle Sea Race de 2006, foi um dos 51 que terminaram a violenta Fastnet de 2007 e esteve no podio da Newport-Bermuda de 2008 e na Transpac de 2009. "Temos que nos adaptar o ritmo da nossa viagem ao programa de regatas que queremos participar, algumas destas são bienais ou trienais, ainda temos mais dois anos, mas já corremos a maior parte das regatas que nos propusemos."

A tripulação de regata do Charisma é de 15 pessoas, ela é composta pelo proprio Perez Calçada que é o navegador mais alguns tripulantes mais ou menos constantes, alem disso, ali se revezam amigos e varios elementos da fina flor dos velejadores espanhois. Para a Sidney Hobbard eles vão contar tambem com o australiano Frank Sticovich, que já participou de 14 edições sendo as 5 ultimas como skipper de um veleiro similar. "A lista de espera de tripulantes é grande, são todos ótimos e bons amigos, é uma pena que não caibamos todos no barco", lamenta o proprietario.

Como navegador ele explica "A Sidney Hobbard tem 4 trechos diferentes, a descida pela costa Australiana, a travessia do estreito de Bass, a aproximação de Hobbard e a subida do rio Derwent. Os dois primeiros podem ser brutais, com um dos piores mares do pacifico, o terceiro é taticamente dificil e já vi gente perder a regata no ultimo. O barco porém é extremamente competitivo com muito vento ou pouco vento, é rapido, forte e mede bem na IRC.

O projeto

Correndo regatas na España desde 1986, Alejandro Pérez Calzada e um regatista atípico. "Comecei ao contrario de todo mundo pelo cruzeiro e por travesías em solitario, e terminei fazendo só regatas barla sotas, perdendo no processo o que eu mais gostava na vela que era a navegação de longo percurso. Em 2002 quando os meus amigos começaram a se interessar pelos TP52, apareceu a oportunidade para eu, em vez de seguir nesse caminho, voltar as minhas origens e fazer aquilo que ninguem ainda fez na Espanha, completar os grandes classicos da vela de oceano, -Fastnet, Transpac, Newport-Bermuda, Rolex Middle Sea Race, Rolex Sydney Hobart-, e ao mesmo tempo navegar ao redor do mundo". Sempre apaixonado pela navegação, ele está realizando o seu sonho de circumnavegar o planeta saltando de regata en regata, em um intenso mas paciente programa que se iniciou em 2007 e só termina em 2012.

"Para entrentar essa aventura, o primero passo era encontrar um barco que reunisse certas características de confiabilidade, robustez e navegação. Alem disso queria um barco competitivo e duro e nessa busca notei que no começo da decada de 70 foram construidos alguns barcos com essas caracteristica e que mediam bem na IRC. Ross McDonald -medalhista olímpico canadense e tripulante do "Bribón"-,velejou em um desses barcos, o "Charisma", e nos contou que estava em Seattle a venda. Na primeira olhada vi que tinhamos achado o nosso barco. Ele foi comprado e enviado em um cargueiro para a Europa, e chegou a Toulon (França) na vespera do inicio da Les Voilles de St Tropez (Niulargue)de 2003, e decidimos participar; demos tanta sorte que ganhamos a nossa classe".

Com a ajuda de Manolo Ruíz Elvira -desenhista do Alinghi na America's Cup anterior e hoje do BMW Oracle -, modificamos e reformamos o barco e aí o barco disparou. Começamos em 2006 o programa de regatas, a primera foi a Rolex Middle Sea Race daquele año, ganhamos nossa classe. No ano seguinte iniciou-se oficialmente em Barcelona a nossa volta ao mundo. Começamos pela Inglaterra participando no verão de 2007 de toda a temporada de Cowes: Round the Island Race em junho, Channel Race em julho e a Rolex Fastnet Race em agosto. Em 2008 cruzamos o Atlántico, participando da Stanford Antigua Sailing Week (abril), Around the Island Race de Conanicut (junho) e da New York Yacht Club 154th Annual Regatta (junho) antes do nosso principal compromisso alí a Newport Bermuda Race (junho), finalizando o programa do ano com a Royal Bermuda Yacht Club Anniversary Regatta (junho)".

"O próximo objetivo era na costa oeste dos Estados Unidos, e se impunha uma longa viagem de transporte, levamos o barco em julho até a Jamaica, cruzamos el Canal de Panamá, subimos até Acapulco, e daí a Los Ángeles. Já em 2009 participamos da Transpac em junho e da Aroud the State Race no Hawaii. Este verao cruzamos as 6.800 milhas do Pacífico, levando o barco a Samoa e finalmente a Sydney".

Depois da Rolex Sydney Hobart, o "Charisma" vai iniciar o regreso a Barcelona, mas continuará indo de regata en regata. O programa de competição continuará em março de 2010 com a Auckland to Musket Cove Ocean Race, com cerca de 1.400 milhas náuticas entre Auckland (Nova Zelandia) e Numea (Nova Caledonia). O barco deve voltar de novo a Australia, fazendo depois a travessia de Perth até as Ilhas Mauricio, e depois para Cidade do Cabo (Africa do Sul) a tempo de correr a Cape Town to Bahia (umas 3600milhas) em dezembro de 2011. Daí para Buenos Aires, para a Buenos Aires-Río de Janeiro em fevereiro de 2012, e a travessia do Atlántico de volta a Espanha.

Um belo programa!!! Juntou em um projeto todas as regatas que povoam nossa imaginação. Mais do que uma Volvo, isso é a realização dos sonhos de qualquer velejador de oceano que se preze.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Regata Buquebus 2009 Bue-Punta-Bue


Foi ganha pelo Maria Maria (VOLKER 40, igual ao AUDI Santa Claus) a Regata Buquebus Buenos Ayres- Punta Punta-Buenos Ayres. realizada esse ultimo fim de semana. Disputada pela classe ORC Club os nossos amigos Fantasma II (Victory 42) e Matrero (Frers 50) ficaram em 2o e 3o.
Se encaminhando para aquelas águas, o Orson saiu hoje da Ilhabela em direção ao Sul para correr o Circuito do Atlantico Sur. Boa viagem! Nos encontraremos breve em BUE.

corum OD35


O estaleiro argentino Corum, que fabrica o famoso OD27, a mais divertida e concorrida classe de monotipos de oceano da Argentina, está se preparando para lançar o OD 35. Com desenho de Soto Acebal (HPE e S40)o barquinho promete. È uma versão menor do S40, sem mastro de carbono, velas menores e com menos materiais exoticos e que pode ser levado por uma tripulação amadora. O fabricante espera que ele venha a custar menos da metadade de um S40 e particularmente fazer uma campanha mais barata. Essa formula faria dele um sucesso e daria uma opção para onde possam evoluir os atuais proprietarios das centenas de OD 27 competitivos. Com um mercado limitado como o nosso sempre achei que, se vamos evoluir para a monotipia no oceano, deviamos ter trazido para cá OD 27 ou o Melges 24 em vez de fazer o HPE, que não é propriamente um oceano, e aí termos um barco que compete internacionalmente (hoje só o J24 faz isso). Agora, caso o barco tenha preço acessivel, temos outra chance de evoluir para a monotipia junto com os hermanos, no tamanho de 35 pés, em vez de denovo tentarmos fazer um barco esclusivamente brazuca.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

4a Etapa do Circuito Ilhabela 2009 - Regata Peter Blake


Montecristo tomando agua em mar de quase 3 metros

Orson e Jazz cruzando a linha com um minuto de diferença depois de 6 horas de regata

largada da volta a ilha

Neste sabado corremos, com muito mar e ventos de E a SE de 10 a 23 nós, a regata Peter Blake Volta a Ilha, a regata longa (52 M) desta última etapa do Circuito Ilhabela. Veio se agregar a nossa flotilha da semana passada e ameaçar as chances do Montecristo de fita azul, o BC 47, Land Rover.
Na Largada na Ponta das Canas, dada com meia hora de atraso, as 11 horas, o vento estava de NE (abraçador)de uns 14 nós e com forte correnteza de sul.
Largamos com velocidade, um pouco abaixo da flotilha e logo cambamos para a Ponta das Canas, junto com o LandRover, que bem maior, logo começou a abrir. O ASA, por baixo de nós, tambem nos ultrapassou, bem junto a Ponta. O Montecristo seguiu muito em frente com a correnteza e passou bem por fora da ponta, agora tendo enfrentar de frente a correnteza que abraçava a ilha. O Jazz nos seguia de perto, um pouco atrás. Na medida que saímos do canal, o vento rodou para Leste e depois, já na altura do Poço, se estabeleceu de SE e a correnteza abraçadora aumentou. Resolvemos orçar bem junto a ilha, tomando altura com bordos curtos. O Montecristo passou por fora, enquanto nos acompanhavam a distancia o Jazz e o 40.7, Fram. Em um desses bordos, no momento da rondada para SE, o Jazz e o Fram alongaram demais o bordo e perderam contacto conosco, ficando para trás.
Nessa altura, já na sombra da Ilha de Buzios, o vento caiu um pouco e o mar começou a subir muito, com ondas de mais de 2 metros. O vento logo voltou para os mesmos 15 nós, depois da ilha da Serraria e o mar continuou a aumentar. Viamos, de longe, o Montecristo, que alcançara o Landrover, se aproximar da ponta próxima ao Sombrio e o ASA, mais atras, a 2/3 do caminho. O Jazz e o Fram, mais atras, nos seguiam a alguma distancia. Já na frente, na altura da Sepituba, o Montecristo descobriu que, com o mar grosso que a cada onda cobria a sua proa, estava fazendo agua pela abertura do gurupes. Tendo já tomado mais de 5000 litros de agua, foi obrigado a tomar a decisão de abandonar a regata e retornar. O Landrover, logo subiu o spi e desapareceu atras da Ponta do Boi, enquanto avançavamos em um mar de ondas bem curtas e altas (alguamas de quase 3 metros). Alguns minutos depois foi a vez do ASA de subir o spi e tambem desaparecer.
Na Sepituba o vento começou a aumentar e nós arribamos para o Boi. O Jazz nos seguia a um bom quarto de milha atras. Pouco antes do Boi subimos o balão e começou a baloada desenfreada. Como sempre acontece naquelas paragens, o vento subiu para uns 24 nós e nós, com adrenalina la em cima, pegavamos interminaveis jacarés naquelas ondas enormes. A cada tantas ondas, numa maior que se combinava com a rajada, planavamos com a proa toda fora d´água, lançando jatos de espuma perto da popa, a mais de 13 nós de velocidade. O Jazz virou a ponta e já vinha nos seguindo de balão, acompanhando bem a nossa velocidade. Depois de uma boa meia hora de muita adrenalina, vimos o Jazz jaibar para a ilha em direção ao Bonete. Pensamos em segui-lo, mas não, a baloada estava perfeita e a tatica de seguir junto a ilha raramente vale a pena, pois o vento costuma acabar la perto do Navayorqui, encoberto pelas montanhas. Melhor seguir por fora. Continuamos por fora, só jaibando no lay line da Ponta da Sela e mesmo assim nos mantendo bem abertos da terra, para nos manter afastados da esperada parada de vento. O Jazz vinha bem. Tinha mais vento lá do que haviamos previsto. Não parou no Novayorqui. O SE não ficava tão encoberto pelas montanhas. Estava definitivamente com menos vento e mais lento, mas se não parasse ia ter que percorrer uma distancia muito menor do que nós. Menor o suficiente para comer a nossa vantagem.
Vimos em fim, bem longe na frente, o Landrover sem balão entrando no canal, com pouco vento pelo lado de São Sebastião e o ASA orsando, completamente encalmado, do lado de cá do canal. Nossas duvidas pareciam resolvidas, o Jazz ia parar. Arribamos ainda mais para nos afastar de terra e da parada de vento.
O Jazz porem não parou na primeira ponta, nem na segunda, só foi parar lá junto da Sela e la ficou boiando ainda de spi na última ponta para a entrada do canal.
Quando nós achamos que tinhamos contornado a parada de vento, tiramos o balão e começamos a orçar para o centro do canal. Tudo ia bem, já estavamos entrando no canal pelo meio, com a correnteza a favor e a chegada a vista e no lay line, quando o vento tambem parou para nós e ficamos nós e o Jazz boiando sem vento por uns bons 20 minutos a menos de meia milha da linha. Enfim uma rajada do canal (NE) entrou, nós já orçando, a pegamos primeiro, mas ela logo pegou tambem o Jazz, que tambem já vinha se preparando para ela, e começamos os dois a nos mover em direção a linha. Nós vinhamos mais orçados e de um pouco mais longe e eles mais arribados e com um pouco menos de distancia a percorrer. Logo deu para ver que eles cruzariam na frente. O Jazz cruzou um minuto na nossa frente, na mais rapida volta a ilha da historia. O Landrover que foi fita azul a fez em aproximadamente 5:15 horas.
No tempo corigido o Jazz, que tem rating melhor que nós, ficou dois minutos na nossa frente, ganhando a regata. Nós ficamos em segundo ganhando do Landrover por tres minutos e meio e do ASA por sete minutos.
Foi uma linda regata, cansativa, com muito mar e quase 6 horas de regata de muita adrenalina. Foi um belo treino para Punta del Este.
O Jazz está de parabens. Velejou muito bem, fez uma aposta arriscada e conseguiu tirar proveito dela.
Com esse resultado nós vencemos a 4a Etapa e ficamos em segundo no Circuito Ilhabela de Vela de Oceano 2009, que foi vencido por antecipação pelo Touche. O Loyal ficou em terceiro. Nós tres nos encontraremos de novo breve representando o Brasil no Circuito Atlantico Sur em Janeiro e talvez tenhamos a boa surpresa de ter lá tambem o mais novo irmãozinho Malbec, o Lucky II.

Campeonato S40 2009 - Punta del Este


Eles agora são 5


Enquanto eles vão o Negra volta, na regata com vento fraco


O ganhador foi estreante Negra, com a mesma tripulação já entrosada do Swan45

Com uma situação incomum de vento fraco em Punta del Este, foram corridas esse fim de semana as seis regatas dessa etapa do campeonato de S40. Foram quatro vitorias do estreante Negra e duas do Mitsubishi.
O Negra venceu com 8 pontos depois de um descarte. O Patagonia, o mais consistente com quatro segundos lugares ficou em segundo com 11 pontos e o Mitsubishi em terceiro com 12.

1 ARG5302 JUAN BALL YCA NEGRA 8 1 1 1 (4) 4 1
2 ARG5225 NORBERTO ALVAREZ CNSI PATAGONIA 11 2 2 (4) 2 2 3
3 BRA001 EDUARDO SOUZA RAMOS ICS MITSHUBISHI 12 3 (5) 3 1 1 4
4 ARG5228 JOSE ESTEVEZ YCA CUSI 13 (6\DNF) 3 2 3 3 2
5 BRA002 ROBERTO MARTINS ICRJ CARIOCA 27 (6\DNF) 4 5 6\DNF 6\DNC 6\DNF

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Regata Enrrique Elgueta 2009 Papudo


A flotilha da orc 500 toda junta numa montada de balão


O ganhador da orc internacional 500 Entel PCS

Domingo, depois de um dia de descanso após a Regata Algarrobo Papudo, foram corridas em frente ao Club de Yates de Papudo, duas regatas barla sota de 7 milhas nauticas, com muito vento (22 nós na 1a e 25 nós na 2a), mas um pouco menos mar do que na regata longa. O novo Soto 42 Trafalgar, que ficou em 2o na longa ganhou a primeira regata, mas teve que desistir na 2a, quando rebentou o guarda mancebo jogando na agua gelada 6 tripulantes que faziam escora. Tres se agarraram nas escotas e foram repescados, os outros tres precisaram de uma manobra de homem ao mar e foram resgatados em poucos minutos, mas já com começo de hipotermia, obrigando a uma desistencia para garantir tratamento adequado.
O resultado da orc internacional 500 foi marcado por um empate nos pontos. O Entel PCS (Evento 46) empatou com o Claro (Soto 39) e o Itaú (Soto 42) com 5 pontos, mas tendo melhores resultados parciais pela vitoria na 2a regata, foi o vencedor seguido pelos outros dois em 2o e 3o. O Trafalgar apesar de não terminar a 2a regata ficou em 4o lugar.
Na ORC internacional 600 o Tensacom, um Malbec 360R com mastro de carbono, que já tinha ganho a longa, ganhou as duas regatas. O Corona (Beneteau 36.7) ficou em 2o e o Beduino III (Bavaria 35) em 3o. Esta foi a última regata do ano no Chile e os veleiros agora ficam o fim do ano na Patagonia se preparando para o mais importante evento do ano a Regata PCS Entel Chiloé 2010 de 22 a 27 de janeiro.
Esta será a 10 etapa de 13 da Copa Entel PCS 2009/2010 (vai de agosto a maio). Troféu que corresponde ao Campeonato Chileno de Vela Oceanica.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Regata Algarrobo Papudo 2009

O Santander o vencedor da ORC internacional 500



Tensacom o vencedor da ORC internacional 600

Foi realizada neste fim de semana no sul do Chile a Regata Algarrobo Papudo essa regata faz parte da oitava etapa da Copa Entel PCS 2009/2010, que corresponde no Chile a um Campeonato Nacional realizado em 13 etapas. Essa etapa continua nesta semana com o Trofeo Enrrique Elgueta no Club de Yates Papudo (nona etapa) e em meados janeiro com o famoso Circuito de Chiloé 2010.
A Agarrobo Papudo, disputada esse ano por 24 embarcações, é uma regata em mar aberto de 55 milhas e foi marcada por ventos fortes, que chegaram a mais de 30 nós junto a ponta Curaumilla, e muito, mas muito mar.
A classe orc internacional 500 foi ganha pelo Santander, um MC 42 racer e a Orc internacional 600 pelo Tensacom, um Malbec 360 igual ao Orson e o Jazz, mas com mastro de carbono. Na 500, ficaram em 2o e 3o, o Trafalgar, um Soto 42 recem lançado e o Claro, um Soto 39. Na 600 ficaram em 2o e 3o, dois Beneteau 36.7 o Arran e o Capitan Calvo.

4a Etapa da Copa Mitsubishi Motors 2009


Largada da 2a regata. Jazz camba para São Sebastião enquento o Orson segue o ASA em direção a Ilhabela

O Orson prepara a montagem e a subida de balão


Orson na 2a regata já na ponta voltando de balão.

Este fim de semana tivemos na ilha as regatas barla sota da 4a etapa da Mitsubishi Cup. A classe ORC internacional estava meio desfalcada com a ausencia do Touche e do Loyal. O primeiro, campeão por antecipação,e o segundo, sem chances de alcançar o Orson, preferiram se preparar para a viagem para a Argentina e Uruguai, que vamos todos fazer breve, para correr o Circuito do Atlantico Sur em Punta del Este.
Mesmo assim estavamos nós, o Montecristo, o Jazz, que retorna depois de se ausentar na 3a etapa, e o ASA Aluminio que não corria na ilha desde a RISW.
A primeira regata foi atrasada umas 2 horas por falta de vento, mas, quando já achavamos que só iamos boiar e já tinhamos consumido, antes da hora, toda a cerveja de bordo, entrou um NE de uns 10 nós e deu para fazer uma bela regata.
A linha favorecia fortemente a boia e resolvemos largar vela direita. Depois de passarmos por varias popas, pois varios barcos resolveram ir para a boia, conseguimos um buraco e largamos bem, um pouquinho atrasados, mas para o lado favorecido. O vento não estando Leste, não valia muito a pena ir muito longe para o lado da ilha e cambamos para o centro da raia, onde o vento estava um pouco mais firme. Estavamos seguindo o ASA de perto, o Montecristo abriu um pouco e o Jazz, que tinha largado bem, esticou demais para o lado da ilha e ficou para tras.
No popa o vento caiu para uns 7 nós. Nós seguimos, ligeiramente mais arribados, os dois barcos maiores, que tem spis assimetricos. O Jazz jaibou para o outro lado da raia e atrasou-se mais, pois o vento caiu lá primeiro.
No segundo contravento o vento voltou a apertar e a entortar um pouco, com a formação de uma chuva do lado de Caraguá. O Montecristo aproveitou para se distanciar. Nós continuamos seguindo o ASA de perto enquanto abriamos mais ainda do Jazz.
Cruzamos antes de cair a chuva, uns 6 minutos atras do ASA e outros 6 a frente do Jazz. O Montecristo bem na frente, outros 6 minutos a frente do ASA. No corrigido isso resultou numa vitoria nossa sobre o ASA por 42 segudos, esse ganhou do Montecristo por 7 segundos, o Jazz ficou em 4o, mais de 5 minutos atras.

Domingo entrou sul e deu para fazer 2 regatas no canal. O vento estava com uns 15 nós, com rajadas um pouco mais fortes, baixando um pouco e torcendo só no final da segunda regata.
Na primeira largada chegamos um pouco cedo na linha e tivemos de parar, orçados pelo ASA, com isso escorregamos e abrimos espaço para o Jazz e o Montecristo que passaram, entre nós e a comissão, babando e dando uma ótima largada. Nós arribamos, pegamos velocidade e seguimos em direção a ilha, atras do ASA. Eles logo deram o bordo para São Sebastião, nos deixando livres. Ao passar junto a boia amarela da vila, vimos que a maré estava bem mais fraca e resolvemos seguir pelo lado da ilha, que parecia ter uma rajada mais favorecida do que o que predominava a direita da raia. A aposta pagou, quando chegamos no bordo de aproximação da boia convergimos com o Jazz e cambamos paralelos com ele na lay line, conseguindo fazer a boia logo a sua frente. Fizemos a boia limpamos a casa e jaibamos para o meio do canal, enquanto o Jazz continuou um pouco mais no lado da ilha. O ASA e o Montecristo estavam perto, e seguimos no seu encalço, muito rapido, com a corrente e o vento que nos punham no lay line sem necessidade de outro jibe. Fizemos a boia muito perto do ASA e fomos, dessa vez, junto com ele para o lado de São Sebastião, pois agora o vento tinha apertado daquele lado e a direção tinha igualado com o lado da ilha. Fizemos um ótimo contravento não deixando o ASA escapar. O Montecristo passou o lay line perdendo uma boa distancia. Com o vento agora por igual fizemos um jibeset para ir direto para o meio do canal. Cruzamos 2 minutos e meio atras do ASA e 6 atras do Montecristo. O Jazz nos seguiu uns 2 minutos e meio atras. No corrigido vencemos, com o Jazz em segundo, 2:25 minutos atras, O ASA perdeu para o Jazz por 5 segundos e ficou em terceiro, ficando o Montecristo em 4o outros 2:15 atras.

A segunda largada foi boa, com velocidade, mas o Jazz, novamente, saiu melhor por cima e foi o primeiro a cambar para São Sebastião. Nós esperamos os grandes que estavam por cima irem e cabamos passando pela proa dos menores. Cruzamos com o Jazz já do outro lado do canal vindo e cambamos paralelos com ele bem próximos e começamos um duelo de velocidade. Ele se manteve por alguns minutos, mas aos poucos foi perdendo, até que caiu na popa e cambou. Nós estavamos com muita velocidade e bem proximo do lay line, então seguimos em frente atrás do ASA. Antes da boia o vento começou a cair e a torcer. Fizemos a boia e era um través apertado para a boia de sota e la fomos nós muito proximos do ASA.
Chegando na boia, havia uma instrução de mudança de percurso encurtando para a boia laranja dos barcos menores, mais proxima e melhor posicionada na nova direção do vento. Alem disso a juria estava dando a largada para outra classe, dessa forma nós, por alguns segundos, com adrenalina a mil, conseguimos cruzar vela direita a frente da flotilha largando. O Jazz, que vinha uns bons 40 segundos atras, teve que negociar a passagem pelo meio da flotilha com preferencia. Ufa!!!!! No meio de muitos gritos e Deus nos acudam e zigue zagues, conseguiram passar sem ter que cambar nem abalroar ninguem, mas quase que matam a Valeria e o Ralph de aflição.
A boia laranja chegou rapido, de novo um jibe set e direto para a chegada. Cruzamos a uns 2:45 do ASA e a uns 5 minutos do Montecristo. O Jazz, que perdeu algum tempo na confusão e para recobrar o sangue frio, chegou pouco menos de 2 minutos atras. No corrigido ganhamos do Jazz por 1:40 O ASA ficou outro minuto atras do Jazz em 3o e o Montecristo em 4o com outro minuto e quarenta atras.
Enfim um fim de semana que tudo deu certo para nós. O tempo muito melhor do que a previsão de chuva e pouco vento, permitiu tres regatas muito agradaveis. A tripula funcionou as mil maravilhas, resultando em 3 vitorias. Agora só resta esperar pela volta a ilha a semana que vem. Espero que o tempo ajude.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Campeonato Mundial de ORC Internacional 2009 - Brindisi









Para começar a dar vontade de ir novamente para Punta del Este em janeiro, correr o Circuito Atlantico Sur Rolex Cup 2010, aí vão uns filmes do Campeonato Mundial de ORC internacional realisado neste verão (europeu) em Brindisi. Com uma final com vento e muito mar tendo a ultima regata sido cancelada com a entrada de um Mistral muito forte, a Classe B ( a nossa) foi ganha pelo veleiro italiano Low Noise e a A pelo veleiro grego Milites IV

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Campeonato Argentino de ORC Internacional 2009

Mercenario IV o Campeão Argentino da ORC internacional 500 e geral
Cusy 2 domina os Soto 40

Shangai Baby persegue de perto o Santa Claus Audi
Atravessadinha do Mad Max

Largada em frente a Buenos Ayres
O Jabeque, 28 pés que ficou em 2o lugar na orc internacional 600


Parabens Shangai Baby o irmãozinho campeão
Fotos por Capizzano

Enquanto estavamos voltando do Circuito Rio foi realizado no dia 7,8 e 9 de novembro, em frente a Darsena Norte em Buenos Ayres, o Campeonato Argentino de ORC 2009, com muito vento e muita onda, como é frequente no rio da prata.
O nosso irmão mais velho argentino, Shangai Baby, que correu contra nós em floripa, fez bonito, ganhando a ORCinternacional 600 e ficando em terceiro na geral. Ganhou a geral o Soto 44, Mercenario IV e em segundo o IMX 40, Memo memolini (Chivas).
Para ganhar a classe o Shangai teve de superar o pequenino Jabeque (Gutierrez 28) e o nosso velho conhecido e campeão sulamericano, Santa Claus Audi (Volker 40).
Na mesma raia realizou-se o campeonato de Soto40 valido como ultima etapa do sulamericano da classe. O campeonato foi ganho com folga pelo Cusi 2.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Lucky II




Breve vamos ter mais um Malbec 360R na raia.
Este mes o Comte Ralph vai receber seu muito esperado Lucky II, que deve chegar ao Brasil antes do fim do ano. Ele deve ficar sediado em Niteroi, vindo se juntar ao Orson e ao Jazz, que desde o ano passado estão na Ilhabela. Esperamos que logo venha se juntar a ele o novo Super Pimpo. Os seus irmãos mais velhos estão ansiosos pelo aumento da flotilha e pela saudavel rivalidade, que vem desde a época do Delta 32.
Os 40.7 que se cuidem, pois nesse Circuito Rio já tiveram uma amostra da concorrencia, que deve se acirrar em 2010

36a Regata off Valparaiso 2009

O Banmedica, o outro Malbec 360 numa tirada "espetacular" de balão, espero que não tenha ido para a água!!!

O Tensacom,de Ricardo Ramirez, um Malbec 360R, igual ao Orson e ao Jazz, com mastreação de Carbono, ganhou a classe orc internacional 600 na 36a regata off de Valparaiso. Ficaram o Arran, um Beneteau 36.7, Beduino III um Bavaria 35 e o Blue,outro Beneteau 36.7, em 2o, 3o e 4o respectivamente.
Essa é a 8a vitoria do Tensacom, resultado que o deixa dominando com folga a Copa Entel PCS 2009-2010, que está para a vela de oceano Chilena como a Mitsubishi cup para a Paulista. O Tensacom acumula 14 pontos perdidos enquanto seus principais concorrentes, o Blue tem 34 pontos, Banmedica, outro Malbec 360 e Celfim Capital, um Gran Soleil 37, estão juntos com 36 e o Arran, outro Beneteau 36.7, com 48.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Circuito Rio 2009


Zeus com uma atuação brilhante é o campeão da orc internacional 600

Hoje o sol abriu novamente, iluminando a belissima paisagem do Rio de Janeiro. Temos porem pouco vento para a ultima regata do circuito. Vamos correr uma barla sota fora da baia a Guanabara, pois a raia da Escola Naval estará ocupada com os monotipos da Semana Internacional de Vela que começou no sabado.
Apenas os barcos ainda na disputa vieram para a raia, o que reduz a chance de uma grande mudança no quadro, pois não ha barcos para por no meio e fazer pontos para cobrir as diferenças de pontuação.
Vamos para o local da largada na frente da ilha da Cotunduba. Esta entrado um Sulzinho de uns 6 nós. Da nossa classe vieram para a largada o Zeus, o Ventaneiro e o Wiki wiki, os outros fizeram forfait. Quando foi dado o tiro de atenção, ainda vimos um barco da Escola Naval saindo da barra a motor, mas ao ver que chegaria tarde, voltou.
Com poucos barcos a lagada foi tranquila, mas o Wiki wiki, fez como nós na primeira regata perdendo o tiro e largando alguns segundos atrasado. Nós demos o bordo para a direita e cruzamos a sua proa.
O vento estava muito fraco e com ondas, condição que com nossa genoa 110% é muito dificil acompanhar os 40.7 com as suas 130% e eles foram abrindo aos poucos. Estavamos na verdade correndo contra o relogio, sozinhos na raia, tentando tirar o maximo possivel do barco, nessas condições dificeis.
O Zeus na frente e o Ventaneiro logo atras estavam fazendo um verdadeiro match race, pois estava ali em jogo a vitoria na classe 40.7. O Wiki wiki chegou neles e os acompanhava alguns barcos mais atras esperdo uma oportunidade. No meio da segunda orça ela surgiu enquanto o Ventaneiro e o Zeus continuavam a duelar, o Wiki wiki deu um bordo para a esquerda e foi buscar uma rajada mais forte e mais favorecida que entrara pelo lado de Copacabana. Nos estavamos pelo meio e mais atras tambem aproveitamos (um pouco atrasados) a favorecida. Ao convergir na boia o Wiki wiki passou na proa do Zeus e do Ventaneiro que cambaram logo atras e enquanto chegavamos na orça passou por nós liderando de balão. Seguimos tentando manter a distancia dos ponteiros e fomos para a esquerda na ultima orça, mas dessa vez não foi vantajoso pois dessa vez o vento rondara para a direita, mas como os ponteiros tambem não previram a rondada, não fe diferença. No popa o vento rondou ainda mais para a direita e apertou para uns 10 nós fazendo que nós fizessemos a ultima metade da perna em um traves apertado e em boa velocidade, ganhando sobre os ponteiros que fizeram a perna menos orçados.
Corrigimos outra vez em terceiro ganhando do Ventaneiro que tinha se atrasado, garantindo o nosso podio, pois o Wiki wiki apesar da vitoria final não conseguiu os pontos necessarios para forçar o desempate. O Zeus mantendo sua atuação brilhante cruzou em segundo garantindo sua vitoria nas duas classes ORC int 600 e 40.7. O Ventaneiro corrigiu em 4o ficando em 2o nas duas classes e nós garantimos o 3o na nossa classe no Circuito.
Uma ótima atuação e nesse segundo ano do barco estamos conseguindo o nosso objetivo de andar junto com os 40.7 de ponta. Mas ainda cometemos muitos erros (alguns indesculpaveis) e ainda a muinto que tirar do barco se conseguirmos manter fixa a base dessa tripulaçao.

domingo, 1 de novembro de 2009

Circuito Rio 2009

Ontem fizemos uma grande burrice. Ninguem atinou na instrução de regata que a regata de percurso longo largava as 10 00 e não as 12 00 como todas as outras. Chegamos 40 minutos atrasados. Quando chegamos ao local da largada, fora da barra, para a regata Vitor Demaison, os barcos já iam num lestinho de uns 10 nós, orçando para a Ilha do Pai e daí para as Maricás e a comissão já vinha voltando. A sensação de frustração foi grande e espero que nos sirva de lição, para termos, de agora em diante, uma atitude menos relax e mais atenta, pois de outra forma não dá pra ganhar de tripulações altamente competitivas. A sorte é que vai haver um descarte e que não fomos mal na Santos Rio (alguns barcos não correram essa). Mas de qualquer forma foi mal! mal mesmo.
Hoje o tempo mudou, está nublado e ameaçando chuva. O SE está começando a entrar. Vamos pra largada na Escola Naval a maré ainda esta enchendo e bem forte e ela deve fazer isso por mais uma hora. A regata será um percurso até a Ilha do Pai, volta até a largada e chegada junto a fortaleza da laje. Largamos bem e na medida que os barcos a barla de nós cambam, nós cambamos tambem para o raso, pro lado da marina da Gloria. Resolvemos que tem mais vento pelo meio e cambamos de novo em direção ao forte da lage, enquanto a flotilha se divide entre uma turma pro lado de Niteroi e outra na direção do Flamengo.
Saimos bem da barra, logo atras do Ventaneiro e a frente do Marlin pela direita, o Zeus e o Maximus (IMX45) escapam. Mais junto a Niteroi sairam os grandes, o Bijupirá e o Wiki Wiki. Este ultimo, já fora da baia, camba ainda mais para terra. Aparentemente tem menos vento no lado norte da barra. Nós estamos bem.
Começa a chover e o vento cai. Com onda e pouco vento a velocidade não parece enorme, o Ventaneiro a nossa frente começa a abrir junto com o Zeus segindo o Maximus.
Damos um bordo para esquerda, mas rapidamente percebemos o erro. O caminho é por fora. Perdemos uns bons minutos e agora estamos em uma faixa de vento pior, creio que já é o abrigo da ilha. Os grandes começam a cambar e o Sorsa já esta virando a ilha e aparecendo do outro lado. O Maximus seguidos do Zeus e do Ventaneiro cambam la na frente. O Bijupirá e o Marlin que nos ultrapassaram tambem cambam, mais perto, em direção a ilha e ainda não estão no lay line. O Wiki wiki vem vindo de tras bem junto a ilha. Nós damos um bordo de aproximação e cruzamos a popa do Wiki wiki, mas foi cedo. Desfazemos o bordo e seguimos até a lay line. Fazemos a ilha. Os grandes estão longe. O Zeus e o Ventaneiro seguiram em rumo ao Pão de Açucar o Marlin e o Bijupirá orçaram demais e estão bem mais a barla. o Wiki wiki jaibou para a praia e nos o seguimos. Vamos pelo canto norte protejidos, pois vai ter muita maré contra na barra.
Dito e feito. Os barcos que foram para a entrada sul estão entrando com muita dificuldade. Os barcos da marinha encontraram vento pior la fora e não estão conseguindo arribar com velocidade. Já nós e o Wiki wiki encontramos uma rajadinha orçada da praia e segimos bem até o forte Santa Cruz na entrada norte da barra. Os grandes já vem voltando na orça. O Zeus e o Ventaneiro estão chegando lentos na boia, enquanto nós entamos na barra atras do Wiki wiki, que agora abriu um pouco. Cruzamos com o Zeus orçando no meio da baia. Vamos de traves para a boia, enquanto o Wiki wiki e mais dois outros barcos chegam na boia com dificuldade empopados. Eles fazem a boia e orçam rapido, com a maré, para a chegada na boca da barra. Eles são seguidos de bem perto por nós. O Marlin e o Bijupirá ficaram para tras. Vamos bem pelo meio da corrente e cruzamos. Corrigimos em terceiro atras do Zeus e do Ventaneiro. Estamos de novo no pareo. Amanhã temos de garantir o terceiro lugar.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Circuito Rio 2009

O Circuito começou essa 6a feira com um dia radioso. Uma 11 horas o SE começou a entrar na raia da Escola Naval na baia de Guanabara, enquanto nós saiamos do ICRJ. Quanto chegamos na raia já estava com uns 12 nós e aumentando. Perfeito para o Orson.
Passamos pela juria e subimos a genoa velejando vento acima para regular o barco, com a vista maravilhosa da baia em dia de sol como pano de fundo. Derrepente - Olha eles subiram a bandeira azul é 4 minutos. Acostumamos tanto com a sinalização pelo radio que fazemos na ilhabela que perdemos o tiro. Soltamos as velas e vamos direto para a linha. Cruzamos com o Sorsa e o Touche largando, mergulhamos e largamos vela direita uns 20 segundos atrasados logo atras da flotilha mas bem perto. Pegamos altura e vamos atras do Miragem para o meio do canal, usando a ondulação como guia, pois a maré já está começando a vazar contra o vento. Creio que acertamos o braço de maré onde ela já está mais forte, pois estamos andando muito rapido e apesar da largada atrasada estamos junto com os 40.7. Chegamos na boia já na frente do Miragem e grudado no Bijupirá que ao subir o balão sai orsando atras do veleiro logo a sua frente. Nós subimos o balão e arribamos e logo jaibamos para sair da corrente. Quando a velocidade aumenta jaibamos novamente e vamos quase para a boia. Os 40.7 não abrem ao fazer a boia estamos orsando junto com eles. Só o Zeus que abriu um pouco. Mas para chegar neles aproveitamos uma ultima rondada no vento, mas que nos forçou a mudar na ultima hora a manobra de recolher o balão e no afã de tira-lo ele se rasgou. Agora vamos ter que terminar o dia com o balão menor. Na segunda volta a maré já está vazando por igual e o vento apertou para uns 15 nós. Conseguimos velejar mais ou menos livres acompanhando de perto a flotilha sem deixa-la se distanciar, ficando inclusive um dos 40.7 da marinha para traz. A tripulação estava se entendendo bem tirando bom proveito do barco sem erros de manobra. A juria largou uma segunda largada logo após o final da primeira. De novo tivemos dificuldade para largar. O Netuno Espress vindo de traz fechou a porta para nossa largada na juria. paramos o barco esperamos que cruzasse e entramos atras meio sem velocidade. Aproveitamos porem para dar o bordo para a direita, indo até a Escola Naval. Como da outra vez não nos saimos tão mal pois o lado estava favorecido e chegamos na boia junto com os 40.7. O vento tinha aumentado mais um pouco e fizemos um otimo popa mantendo a distancia e o mesmo com a orsa seguinte. Ao final do segundo popa tinhamos passado dois barcos, mas erramos aí a tirada do balão.Este caiu na agua na frente do barco se enrroscando na proa, nos fazendo perder alguns bons minutos para desenrrosca-lo permitindo que os barcos nos passassem de novo e que os ponteiros se distanciassem. Mas mesmo assim foi uma boa regata. Corrigimos na primeira regata em segundo atras do Zeus. Na segunda que provavelmente teriamos ganho não fosse o problema com o balão corrigimos em 4o lugar. Com o 4o lugar na Santos Rio estamos em 2o a frente do Ventaneiro.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Terceira Etapa da Copa Mitsubishi Motors Circuito de Ilhabela de Vela de Oceano

O Orson se despedindo do farol dos moleques

Sabado passado corremos, em protesto ao desastrado projeto de expansão do porto de São Sebastião, a regata de percurso "Despedida do Farol dos Moleques". O projeto de expansão do porto, onde se preve a implantação de um gigantesco terminal de containers, com um enorme impacto sobre a estrutura viaria e sobre o proprio uso multiplo do Canal de São Sebastião, está colocando a comunidade e particularmente os velejadores, que sempre buscaram seu uso sustentavel, em polvorosa. O projeto preve que o farol dos moleques, marco tradicional da entrada sul do canal, seja engolido pelo novo terminal.

A regata foi boa, com um ventinho sul de 10 a 15 nós, sendo que na parte final da regata o vento apertou um pouco e a corrente de sul tambem aumentou bastante e acabou por ter um papel significativo nos resultados.
Largamos as 12:30, todas as classes juntas. Depois de um aperto junto a juria, a um minuto do tiro, quando o Jilick entrou de paraquedista e quase pos tudo a perder, acabamos por largar bem, com velocidade. Isso permitiu que cruzassemos vela direita, a frente da flotilha, quando cambamos para São Sebastião e passassemos folgado a frente do navio que estava estacionado ali perto. O Sessentão ia a frente andando bem, seguido pelo Montecristo e o Touche disputando entre si a dianteira, nós menores, vinhamos logo atras, abrindo rapido do resto da flotilha.
Já do lado de São Sebastião começamos a bordejar junto ao raso. O Sessentão, menos manobravel, pegou mais corrente e começou a atrasar, deixando o Montecristo e o Touche disputando a ponta, enquanto nós encostavamos.
Passamos o pier da Petrobras e a regata seguiu sem novidades até o farol. O primeiro a contornar foi o Touche, seguido do Montecristo, mais atras o Sessentão e um pouco mais atras o Orson. A diferença entre nós e o Touche não era pequena mas era proxima da diferença de rating (os outros dois são muito grandes e pagam muito, tendo poucas chances contra nós).
Na volta de balão encostamos nos dois grandes que demoraram para jaibar e encostaram na ilha, nós jaibamos no meio do canal, com mais corrente favoravel, e seguimos o Touche, que continuou abrindo. Bem atras vinham com mais vento o Jilick e um bando de Delta 32 e o Optimistic. Fizemos e seguimos os ponteiros para o lado da Ilha, o mesmo fez o Jilick atras de nós, mas os deltas foram para o raso em São Sebastião, onde a correnteza é menor.
Este era o lado correto, pois a correnteza tinha aumentado significativamente e nós não aproveitamos nossa única chance de alcançar o Touche no corrigido.
O Touche ganhou sem problemas mais de 1 minuto e meio a nossa frente no corrigido. Nós ficamos em segundo e o Montecristo em terceiro bem atras (o Sessentão não está medido). Os deltas que acertaram o lado se deram bem o Fantasma que ganhou a ORC 600 e o Realizado que chegou em segundo, cruzaram encostados no Jilick que até ali estava longe na dianteira; o Asbar ficou em 3o. Os deltas da RGS tendo acompanhado os da orc ganharam a classe, o Anequim ficou em primeiro seguido do Blue Too e BL3 (esse corrigiu em segundo).
A regata foi boa mas sofremos muito por não ter nenhum parametro, pois os barcos velejaram ou muito a nossa frente (muito maiores) ou muito atrás e é dificil velejar assim. O Jazz e os Beneteau 40.7 e até mesmo o Sony e o ASA, que apesar de racers velejam mais perto de nós, fizeram muita falta na raia.
No domingo com muita chuva e pouco vento as regatas foram canceladas. Ficando só a festa e a entrega de premios. Na nossa classe ficou sem novidades, ganhou o Touche, seguido do Orson e do Montecristo. Na ORC club ganhou o Realizado, seguido do Fantasma e do Optimistic. Na RGS ganhou o Jilick seguido do Anequim e do Jambock.

Bom agora é se preparar para a Santos Rio e o Circuito para ver se ganhamos dos Beneteau cariocas.


Tripulação do Touche e do Orson recebendo os seus premios

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Terceira Etapa da Copa Mitsubishi Motors Circuito de Ilhabela de Vela de Oceano


Nas fotos Sessentão persegue o Touche de balão e o Orson atras deles.

Este sabado iniciou-se a terceira etapa da Copa Mitsubishi Motors. Com vento de leste, variando entre 12 e 20 nós de velocidade, as regatas foram disputadas fora do Canal de São Sebastião, próximo à Ponta das Canas, no norte da ilha. As provas começaram com sol, enfrentaram nuvens pesadas e uma rápida garoa para atenuar o dia abafado. A organização recebeu a inscrição de 34 barcos.
A classe orc internacional, com a ausencia do Loyal e do Jazz, contava com poucos barcos: o Touche um BC 46, lider inconteste do Circuito e vice campeão da RISW, nós do Orson e o Timberland de Ubatuba, um cruzeiro rapido de 52 pés, usualmente fregues e a eles veio se juntar o Sessentão, de 60 pés, do comandante Alain Simon. Um cruzeiro rapido supermoderno, design Nacira, fabricado em Indaiatuba. O Sessentão não estava medido correndo experimentalmente.
O problema desta situação é que nós ficamos totalmente sem parametro, correndo contra o relogio, muito atras de veleiros bem maiores.
Demos duas largadas perfeitas na boia e o resto da regata corremos atrás com algumas falhas de manobra. Na primeira regata já deu o esperado. O Touche na frente ganhou com folga no corrigido (3 minutos), nós ficamos em segundo, mas bem atras e o Timberland em terceiro, chegou na nossa frente mas perdeu longe no corrigido. O Sessentão andou atras Timberland. Na 2a regata o vento aumentou e o Sessentão conseguiu chegar na frente do Touche e teve uma bela disputa com o Timberland que andou na frente parte do tempo, mas acabou superado pelo Touche. Nesta regata ganhou o Touche no corrigido com uma vantagem menor (1 minuto), nós ficamos novamente em segundo e o Timberland em terceiro.
No domingo voltamos a disputar duas regatas com vento de leste, variando entre 10 e 16 nós, próximo à Ponta das Canas. As regatas foram parecidas com as do sabado. Nós demos novamente boas largadas na boia, logo cambando para a direita. Na primeira cruzamos na proa do Touche, mas tivemos que arribar para dar água para os dois grandes. Decidimos grudar no Touche, que não conseguiu se livrar de nós na primeira volta e tentar segui-lo de perto e contar com o nosso rating para tentar ganhar ao menos uma regata. Dessa vez deu pelo meio e o Timberland e o Sessentão chegaram primeiro na boia depois foi a vez do Touche e nós muito perto. Mas erramos a subida do balão e perdemos muito tempo, quando começamos a andar eles tinham todos descolado.
Ganhou novamente o Touche com cerca de 3 minutos de diferença para nós e o Timberland corrigiu bem atrás. A ultima regata foi uma repeticção com um pouco mais de vento da primeira.
No próximo fim de semana temos mais um barla sota e a regata de percurso dos moleques dentro do canal. Espero que dê para surprender o Touche porque assim está ficando um pouco monotono.

Para quebrar a monotonia vai um filme que não tem nada a ver com a Mitsubishi cup
É do Matador, TP52 em Cartagena na MedCup. Primeiro uma orsa com muito mar, depois uma baloada e por fim uma manzada na tirada do balão que é transformada numa pescaria cara.

Campeonato Mundial de Melges 32


Fotos por Max Ranchi acima o grande vencedor n.69 de Bliksem um dos representantes dos USA abaixo no popa tres veleiros italianos superados pelo 69
Depois de um campeonato dificil com muito vento e mar em Porto Cervo na Sardenha O veleiro de n 69 Bliksem um dos tres barcos americanos participantes em uma flotilha de 29 (maioría italianos)conseguiu superar os seus rivais italianos e ganhar o mundial da classe. Ficou em segundo o barco italiano Joe Fly com Franceso Bruni de táctico e em terceiro Uka Uka Racing.
Informe oficial más tarde.



Em baixo para complementar o filme emocionante do popa com ventão e ondas da ultima postagem vai filmado de dentro do barco uma planada e a atravessada do campeão (em um treino no primeiro dia)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Campeonato Mundial de Melges 32


Fotos Max Ranchi
Vento e onda no Mundial de Melges 32 na Sardenha. Por enquanto só deu pra fazer 3 regatas pois ontem a Comissão desistiu de fazer a segunda regata depois de uma primeira regata dificil com ventos de quase 25 nós levantando ondas de bom tamanho.
O time Italiano que estava ganhando no primeiro dia caiu ontem para segundo com a vitoria dos americanos no ventão. Estes são agora os novos lideres, mas o campeonato ainda esta muito longe de se definir.
O Melges 32 é hoje o mais rápido dos monotipos de regata (mesmo conceito mas bem maior e mais rapido que o nosso HPE).
filmagem do popa impressionante

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Golfinho por Noctiluca



Como mencionei em postagem anterior o site argentino de Pepe Fuora de Borda está fazendo mais um concurso de contos maritimos. O site publica os finalitas dos concusos anteriores. O conto ganhador de 2007, publicado sob o pseudonimo de Noctiluca(que quer dizer fosforecencia marinha), é simplesmente maravilhoso e resolvi fazer um esfoço de traduzi-lo para o português. O original pode ser acessado pelo link
http://www.pfdb2.com.ar/cuentos/103-cuentos-cuarto-certamen-literario-2007/311-el-delf-noktiluka-primer-premio.html

O Golfinho

Dizem que foi visto em Fortaleza.
Dizem que está preso em Hout Bay.
Dizem que voltou ao Rio(da Prata), mas já não se deixa ver.
Que morreu de uma facada numa briga de bar. E de um infarto na cama de uma puta de Gibraltar.
Eu sei que minha vida não é a mesma desde que se foi.
Minha vida não foi a mesma desde que o conheci. Desde aquele dia na casa de José, naquela festa desmedida, na qual não faltava ninguém, nem mesmo ele.
Jose me apresentou e imediatamente o esqueci, para seguir dando voltas no salão, em busca de outros portos de melhor abrigo onde aportar.
Nunca teria me interessado por alguém como ele. Cabelo negro, revolto, longo e puxado atrás das orelhas, deixando ver uma única argola de ouro do tamanho de uma moeda. Negra a barba aparada. Negro os olhos. Sombrio o olhar. Negro o coração. No bíceps tenso, a tatuagem de uma asa de águia.
Nunca o teria escolhido, mas ele me escolheu. Me observou, me estudou, me seguiu, me perseguiu, me tomou como uma ave de rapina a sua presa indefesa.
Nunca teria me interessado, mas no entanto ...
Navegamos proa ao norte, com a genoa e toda a mestra, com as escotilhas abertas, para receber do Sudeste, uma brisa leve, mas suficiente para nos deslocar com aquele ronronar sibilante que só um veleiro na água salgada pode emitir. As ondas grandes e longas nos empurram com suavidade.
A lua cheia se reflete na camisa branca, ainda mais branca contra a pele escura. Morenos, os dedos grossos seguram a roda do leme. Tensa, como sempre, a asa negra no bíceps. De tanto em tanto uma onda nos alcança e quebra delicadamente contra o cockpit, salpicando os pés morenos. Anda descalço. Eu também. Descalços os dois, meus pés pequenos, pálidos e quase gelados, junto aos dele. Um calafrio me invade com cada borrifo de espuma, que embarca pela popa do 36 pés. Está fresca a noite estival.
Há muitas horas zarpamos de nossa última escala, o porto de Mar Del Plata. Atrás ficaram os molhes, a praia Grande, "la Perla" e "el Torreon". Já atravessamos "la Canaleta" e o ruído da rebentação, também já ficou para traz.
Adiante nos espera o Rio, com sua onda curta e desencontrada, sua costa sempre a vista, as luzes, o calor.
Estamos atravessando a baia de Sanborombon. Ao redor, só água, lua e um tardio golfinho, que desenha seu lombo em um verde limão fosforecente, ao roçar as noctilucas, enquanto busca se acercar curioso. Nos vem seguindo desde Quequén. Será o mesmo? Parece não querer ir embora. Nos cruza a proa, se coloca em paralelo a estibordo. Põe pra fora o nariz na popa e mergulha para bombordo. A linha cintilante verde limão de seu lombo vai e vem, desenhando losangos infindáveis a nossa volta.
Adiante, cada vez mais perto, nos esperam, outra vez, rumores, maldades, invejas, cobiças. Não cobiçarás a mulher do próximo, diz a ele a Bíblia. E a ela? Esta certo cobiçar o homem da próxima? Por acaso está certo?
Adiante, cada vez mais perto, nos espera o Rio. E em algum cais de San Fernando ...

A proa corta a água em dois bigodes fosforescentes. Da cabine chega a voz de Aute (Luiz Eduardo Aute)cantando que me quer com aleivosia (maldade).
Com maldade o quero eu!
Pouco me importa o que o Rio diz dele. De nós. De mim.
Como poderia explicar ao Rio que somos dois mundos em fusão incandescente.
Que eu nunca tinha navegado e agora vivia no barco com ele, de porto em porto, de rio em mar.
Que uma noite, lhe pus um par de sapatos e o levei ao Colón. Que era a Norma de Bellini. Que na Casta Diva ele chorou.
Que compartilhávamos Sabina (Joaquim), Chopin e Falú (Juan). Que bailava flamenco, sapateando no convés de aço, enquanto batia palmas e se ria às gargalhadas de puro prazer. Que me contava historias de além mar, de lulas gigantes, luzes de Santelmo, baleias brancas e do Leviathan. Que eu lhe recitava Whitman, Vallejo, Dario e Patxi Andion e ele me ensinava a desfrutar a glória de Maradó. Que comíamos corvina, recém pescada, de Necochea a Angra dos Reis. Que tomávamos cerveja gelada em águas cálidas e sopa e vinho nas águas do sul. Que nos amávamos como coelhos na toca na cabine de popa e como gaivotas no convés ao sol. Que nos portos o odiava quando voltava cheirando a outra e chorava quando ia embora, me deixando só com a minha mágoa.
E que era feliz! Que a vida tinha se convertido em um copo de água fresca e eu até então morria de sede.
Pouco me importava se tinha que pagar por ele. Era tão pouco perto de tanto que me dava.
Pouco me importava as garrafas vazias de gim, tequila e whisky esparramadas aqui e ali.
Pouco me importava que sua mão forte, apertada em minha nuca, golpeasse minha cabeça contra uma antepara de quando em vez.
Assim era ele.
Que digam. Que falem. O que sabem?
Só eu o posso entender. Eu O comprendo; O decodifico; O abarco; O contenho. Como o cálice ao sangue de Cristo. E ele me ocupa; Me faz plena; me define; me ativa. Como um homem a uma mulher.
Se dizem bêbado, eu digo que se levantem antes de falar.
Se dizem violência, eu digo paixão.
E digo que ele é meu, que é o meu homem e eu sou sua mulher!
Poderá ela com tudo isso?...Não vai agüentar!

O golfinho tardio já vem navegando a um bom tempo ao nosso lado.
Acho que escolheu o lado de barlavento, pois é lá que a lua ilumina e a brisa refresca.
Não dá par ver o seu corpo, mas a linha fosforescente aparece intermitente, como um pesponto na bainha do mar. Ele se inclina e lhe fala. Ele se entende com os animais marinhos. Ele os ama e é por eles amado. Sempre temos algum lobo marinho sobre o convés, alguma toninha saltando por perto, cardumes de tainhas ou anchovas sempre junto ao casco, as vezes até um pequeno tubarão.
O Golfinho não é uma exceção. Estão aí os dois conversando. Do que falarão? Ele se inclina sobre o guarda-mancebo até ficar bem perto do golfinho, como se lhe fosse contar um segredo. Não devem estar falando de mim. Não seria necessário ficar de tão perto para falar de mim. Olho os meus pés, pálidos e gelados, que suportam tudo por ele. Olho as minhas mãos, ontem macias e finas, hoje ásperas e nodosas. Quero ler o meu coração e encontro um poço escuro. A brisa me chama a realidade, roça em minha face uma mecha de cabelo cor de palha, contando-me parte do segredo, fazendo soar um nome de mulher. Não é o meu.
Devo confessar que o sabia mesmo antes de zarpar.
Sabia que meus dias estavam contados. Que nossa escapada apenas me havia comprado mais alguns momentos agônicos. Que entusiasmados pela travessia, mais do que um pelo outro, partiriamos entre a meia noite e o cantar dos galos, justo quando o Rio adormecia. Que navegaríamos sem descanso, longas singraduras. Que entraríamos em Mar Del Plata e em seguida em Quequén. Nos reaprovisonariamos em Madryn, onde o vento quase nos impediria de entrar no porto. Que, no Náutico de Comodoro, nos agasalharíamos com um cordeirinho assado regado com um bom tinto de Chubut. E que, no porto de Ushuaia, haveria uma amarra livre a nossa espera. Que nos encontraríamos com Guerry, que nos levaria, com seu cão e sua 4x4, caçar perdiz. Que, no Beagle, perderíamos nossos copos de vinho em uma repentina adernada, açoitados pelo Wiliwaw. Que, em Puerto Almanza, fundearíamos em uma enseada e iríamos, com o dingue, até a costa, onde despencaria um toró, enquanto juntávamos lenha para assar a perdiz. E, em Puerto Williams, trocariamos com os pescadores, um balde de centojas vivas por um par de garrafas de vinho barato e que tomaríamos uns piscos, no boteco do porto, com uns brasileiros que vinham de tão longe e com uns noruegueses que vinham de mais longe ainda. Que Harberton seria um remanso para descansar. Que o Farol do Fim do Mundo nos esperava com uma tempestade. Que aportaríamos, de regresso, outra vez em Comodoro, em Quequén e Mar Del Plata e que toda costa Atlântica nos veria passar. E que este seria nosso canto do cisne. Já o sabia eu, antes de zarpar.
E ele agora o está contando ao Golfinho. Lhe está contando de quando chegar de novo ao Rio. De um encontro em algum cais de San Fernando. De uma cabeleira sedosa e de mãos suaves e finas. De pés provocantes, calçados em saltos altíssimos. Da frescura da pele. Da inocência na alma. De dez anos menos no corpo e no coração. Não lhe está falando de mim.
O tardio Golfinho vai se distanciando devagar e ele se inclina cada vez mais. Está dependurado no guarda mancebo como um acrobata deitado sobre a corda bamba. Quer segurar o Golfinho, que se lhe escapa fazendo, ao redor de suas mãos, graciosos desenhos verde limão, brincando com ele mas sem se deixar agarrar.
Ela nunca poderá entender a sua linguagem animal.
Ela nunca o poderá conter. Nunca o poderá abarcar.
Ele é meu.
Neste momento decido que ele o será para sempre.
O Golfinho se vai em direção ao leste, assustado pelo mergulho. Um contorno fosforescente de espuma marca o lugar de um bracejar desesperado e hipnotiza os meus olhos que olham fixamente sem nada ver. Estou congelada em uma tomada final cinematográfica, com as mãos nodosas agarradas ao guarda mancebo, bem onde ele antes se inclinava.
Desvanecida a espuma me parece ver uma linha verde limão de um rastro se deslocando sob a água em direção a leste pela esteira deixada pelo Golfinho... Não tenho certeza... Pode ser minha imaginação... Aqui em baixo se apagou toda a atividade...
Passados alguns minutos a obscuridade é total. A lua desaparece. Nenhum rastro fosforescente para se reunir a algum Golfinho.
Firmo a roda do leme, caço as escotas para orçar ao encontro do vento que chega e cujas rajadas se desenham na água logo adiante.
De dentro da cabine, interminável, Aute, continua a me querer com aleivosia.
A cada tanto uma onda irrompe suavemente no cockpit esparramando noctilucas nos meus pés descalços e me trazendo lembranças do Golfinho...
Ainda estou em Samborombon.
A frente me espera a proteção do Rio, a onda curta e desencontrada, as luzes, a costa, o calor.
E a triste certeza de que a partir de hoje ele me pertence para toda a eternidade.
Dizem que o viram em Valparaiso.
Dizem que está internado em um hospício em Trinidad.
Dizem que voltou ao Rio mas que não navega mais.
Que morreu de pneumonia em Fernando de Noronha e de AIDS em um hospital no Senegal.
Que em noites de lua se vêem dois Golfinhos em Samborombon.
Eu sei que minha vida não é a mesma desde que ele se foi. Nunca mais será a mesma!


Te quiero con Aleivosia Luiz Eduardo Aude

Regata do Camarão



A largada da Regata que contou com a participação de 39 embarcações no Canal de São Sebastião. Foto de Silas Azocar/PMI publicação Conexão Litoral

Regata do Camarão une festividade ao prazer de velejar

A tradicional Regata do Camarão, realizada no sábado 12, reuniu os amantes da vela em Ilhabela, num clima que era de confraternização e amizade. A regata que este ano está na sua nona edição, mais uma vez cumpriu o seu papel: proporcionar além do prazer de velejar, uma grande festa aos velejadores.
Realizada pela Diretoria Náutica da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação de Ilhabela com apoio do Pindá Iate Clube e BL3, a competição contou com a participação de 39 embarcações das classes Oceano e Monotipos. A largada da regata foi feita em frente ao píer da Vila, ás 13h, onde largaram primeiramente os barcos da classe Oceano, e em seguida, os de Monotipos.
Os barcos de Oceano tiveram que contornar uma bóia localizada em frente à Praia do Perequê e em seguida, contornar outra bóia, desta vez em frente à Praia do Sino, retornando para o local de chegada, em frente ao píer da Vila. O vento durante a regata era constante, entre 10 e 15 nós, o que aumentou a competitividade entre os barcos.
A classe de Monotipos teve que cumprir somente parte do percurso, contornando somente a bóia da Praia do Perequê e retornando ao local de chegada. Nesta classe, a maioria dos velejadores era composta pelos alunos da Escola de Vela, tanto para as crianças como para os adultos, que aprovaram a regata.
"Esta foi a minha primeira regata e gostei muito. Ilhabela, pela primeira vez, está dando a oportunidade para nós, adultos, de poder aprender a velejar e participar desta modalidade tão fascinante que é a vela”, declarou o fotógrafo Luis Daniel, aluno da Escola de Vela para Adultos.
Edmar Alves, que está a frente da Diretoria Náutica da Prefeitura de Ilhabela declara que o objetivo principal é popularizar a vela, e cita como exemplo que as aulas de Vela são compostas por funcionários públicos, recepcionistas de hotel, médicos, aposentados, fotógrafos, secretárias e outras profissões, que enxergam na vela, uma modalidade a ser explorada.
"Nossa idéia é cada vez mais incentivar a vela no município, popularizando-a, dando apoio e suporte às pessoas que querem iniciar na vela e proporcionar eventos como este para que barcos saiam de suas poitas e possam participar de regatas”, declarou o diretor náutico, Edmar Alves.
Estiveram presentes na regata, a bordo do veleiro Orson, o prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci e o ex-prefeito de São Sebastião, Juan Garcia. “Foi uma bela regata, onde mais uma vez, pudemos reforçar a vocação náutica que Ilhabela tem para a vela”, declarou o prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci.
Após a regata, foi feita a Cerimônia de Premiação no Pindá Iate Clube, reunindo os velejadores numa grande festa de confraternização entre os participantes com a tradicional Canoa de Cerveja e como o nome da regata já diz: um belo “Coquetel de Camarão”.
Resultado da 9ªRegata do Camarão

Bico de Proa a: 1o Newport, 2o Kella Wee, 3o Ventania
Bico de Proa b: 1o Flyer, 2o Clipper, 3o Shagdu
RGS: 1o Oceano, 2o Matrix ,3o Palmares
ORC club: 1o Pimenta, 2o Alegria
ORC Internaonal: Orson
Delta 32:1o Oceano,2o Matrix,3o Asbar
Optimist:1o Helio Barreto, 2o Mateus Nunes, 3o San
Holder: 1o Jonas Muro, 2o Murilo Dinis, 3o Alison Silva
Snipe: 1o Edson e Edmar Barros, 2o Bruno e Ricardo
Lightning: Marcela, Fernanda, Minga, Robson e Marcão
HC 14: Feliciano
A Cat: Gaby
Barco azul: Ronion, Daniela, Luiz Daniel, Maria Vilma

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mais um Soto 40

como o barco ainda não está pronto vai aí este modelo.

A equipe Uruguaia do Negra, cujo o Swan 45 disputou a Rolex Ilhabela Sailing Week em julho último acaba de comprar um S40 para se juntar aos quatro que estão disputando o torneio brasil argentino. Com mais um que já está navegando na Argentina são seis barcos para correr um sulamericano no próximo ano. Esperamos que mais equipes comprem outros tornando ainda mais competitiva e garantindo o sucesso da classe.

Maxi Yacht Race 2009



Fotos de Carlo Borlenghi Alfa Romeo e Ran vice campeão e campeão da classe dos MiniMaxi

Um terceiro e um segundo no segundo dia de barla sotas, depois de enfim conseguir regular o barco para vento mais fraco e um quinto na última regata, não foi suficiente para recuperar o desastroso terceiro dia de regatas, onde o Luna Rosa pegou dois oitavos nas barla sotas. O campeonato terminou com a vitoria do Ran ficando o Alfa Romeo em terceiro e o Luna Rosa em terceiro.
abaixo o resultado

1. Ran, Niklas Zennstrom, GBR, (4)+2+3+2+1+1+1=10.0 puntos
2. Alfa Romeo, Neville Crichton, NZL, 3+4+2+1+2+(8)=18.0 puntos
3. Luna Rossa, Maestrale Holding, ITA, 1+2+(8)+8+3+2+5=20.0 puntos

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Regata do Camarão e Contos Maritimos

Este fim de semana teremos a mais tradicional regata festiva da Ilhabela a Regata do Camarão. Essa regata é feita anualmente em homenagem a pesca e de uns anos para cá, vem podendo contar com o Clube Pindá para oferecer a famosa camaroada.
O Orson estará lá! Se possivel ganhando.

O site argentino de Pepe Fuora de Borda está fazendo mais um concurso de contos maritimos. O site publica os finalitas dos concusos anteriores e eu não posso deixar de compartilhar com voces a jóia que é o conto ganhador de 2007. È simplesmente maravilhoso. Acesse-o colando o link abaixo no seu navegador.

http://www.pfdb2.com.ar/cuentos/103-cuentos-cuarto-certamen-literario-2007/311-el-delf-noktiluka-primer-premio.html

Maxi Yacht Race 2009

Em fotos de Carlo Borlenghi os novos lideres da classe Minimaxi Alfa Romeo e Ran

O terceiro dia da Maxi Yacht Race, em Costa Esmeralda na Sardenha, foi desastroso para o Luna Rosa. Depois de duas vitorias em regatas de percurso, com muito vento e ondas,nos dois primeiros dias, hoje, em condições bem mais moderadas, perdeu as duas barla sotas, ficando nelas em ultimo na classe Minimaxi e caindo para quarto lugar no campeonato.
A primeira regata foi ganha pelo Container (irmão gemeo do Luna Rosa), que tinha quebrado no primeiro dia de ventão e não fez a segunda regata. O Alfa Romeo ficou em segundo, batendo o Ran, por 1 segundo, em um ultimo jibe na chegada, que ficou em terceiro. A segunda regata o Alfa Romeo venceu, o Ran ficou em segundo mais de um minuto atras no corrigido. Ficando ainda, o veleiro americano, BelaMente em terceiro lugar.
Temos ainda dois dias de regata para a reação do Torben, Scheit e tripulação.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Maxi Yacht Race 2009



nas fotos de Carlo Borlenghi O Ran negociando as ondas e o Luna rosa planado no contravento
Na foto o lay out do Luna Rosa



Nas fotos de Carlo Borlenghi, Y3K na porrada da 2a feira -a tripula vai tomar um banho!, No segundo dia logo após a largada o Luna Rosa e os concorrentes no contra vento a toda potencia. abaixo, o Ran em contravento folgado na luz do entardecer.

O veleiro italiano Luna Rossa, que tem Robert Scheidt como timoneiro e Torben Grael como tático, venceu nesta terça-feira a segunda regata da classe Míni Máxi Racing da Maxi Yacht Rolex Cup, que será disputada até sábado, em Porto Cervo, na Sardenha, Itália. O barco do sindicato Prada completou a regata de 47 milhas náuticas (cerca de 87 km), com ventos em torno de 15 nós, no tempo corrigido de 5h35min57s, deixando o britânico Ran, em segundo lugar, com 5h36min22s.

Ao contrário de segunda-feira,cujo vento soprou de Leste a mais de 25 nós, o vento rondou mais para norte nesta terça, mas as condições de ondas continuaram as mesmas(enormes), variando de 2 a 3 metros de altura. O Luna Rossa se adaptou bem às circunstâncias. O trajeto de 47 milhas foi disputado dentro do canal do arquipélago Maddalena, contornando a ilha de Eceuil de Lavezzi ao sul da Córsega, descendo novamente pela Costa Esmeralda, contornando Mortoriotto e voltando a Porto Cervo.

"Estou muito feliz com as duas vitórias. O barco está rendendo muito bem nestas condições de vento e mar. O Torben acertou também na tática, mas acho que dá para melhorar um pouquinho no geral", comentou Robert, patrocinado pelo Banco do Brasil e Prada e dono de quatro medalhas olímpicas e dez títulos mundiais.

Torben, maior medalhista olímpico brasileiro e da vela mundial, com cinco pódios, também tem dez títulos mundiais em diversas classes e este ano comandou o seu barco na vitória na Regata de Volta ao Mundo.

O veleiro Container, irmão gêmeo do Luna Rossa, do alemão Udo Schutz, não correu nesta terça pois teve de ser tirado da água para reparos, depois de danos sofridos na segunda-feira. Com isso, somente sete barcos largaram na classe do Luna Rossa.

Ran, de Niklas Zennstrom e com Tim Powell no leme, teve a melhor largada e liderou a regata inteira, terminando a prova com pouco mais de 3h30. No tempo corrigido, porém, vantagem para o STP 65 pés Luna Rossa, da Sindicato Prada.
Da-lhe Turbina!!!
Da-lhe Scheit !!!